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Todos os capítulos do AMOR BLINDADO NO MORRO DA FÉ : Capítulo 71 - Capítulo 76
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70. Tudo fora do lugar
AliceFechei a porta com força, apoiando as mãos no alumínio enquanto sentia o coração batendo forte. As lágrimas que eu tanto segurei começaram a escorrer, mas eu as limpei rapidamente, recusando-me a deixar PG ou qualquer um me ver naquele estado.— Você tá bem, minha filha? — Dona Olga perguntou com voz suave, se aproximando devagar.— Tô, tô sim. Só preciso de um minuto. — respondi, sem me virar. Eu não podia encarar ninguém agora.Dona Olga ficou em silêncio por alguns segundos, mas logo percebi seus passos se afastando. A casa estava estranhamente quieta agora, como se o caos que PG havia trazido tivesse sumido junto com ele. Mas dentro de mim, nada estava em paz. Tudo ainda estava uma bagunça, como se ele tivesse deixado um furacão e ido embora calmamente, sem se importar com os destroços.Me sentei à mesa, olhando para os cacos de vidro do vaso que ainda não havia terminado de recolher. Era assim que eu me sentia: quebrada em mil pedaços. Cada vez que ele aparecia, parecia me
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71. A verdade
AliceEnfim, em paz, ou tentando ficar, fomos jantar. Durante todo o tempo ficamos conversando sobre diversos assuntos, menos a respeito do que houve a pouco, pois tudo o que nós menos precisávamos era relembrar o momento conturbado e todo o alvoroço que PG causou. A comida ainda estava morna, então preparei outro suco e tudo estava correndo super bem, até o momento de Damares colocar uma garfada de comida na boca e enjoar mais uma vez.— Damares, o que está acontecendo com você? — dona Olga pergunta ao notar o desconforto de Damares— Nada. Eu devo ter comido algo que não me fez bem, foi só isso. — Damares tentou desviar do assunto, mas dona Olga era muito esperta, e logo perceberia que esse mal estar era por outro motivo muito diferente.Eu finjo que não sei de nada, e trato logo de levantar para buscar a sobremesa, que era pudim de pão que eu havia comprado mais cedo na padaria.— Hum... Que delícia! Assim vou ficar mal acostumada. — sorrio do que dona Olga dizia enquanto se servia
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72. Alívio
Alice Os dias passaram rápido, sem nenhuma novidade, e enfim chegou sábado. Era para ser motivo de alegria, afinal era o dia que Joel e eu íamos até o cinema, mas era nítido que nada disso aconteceria, pois fazem muitos dias que não o vejo e ele sequer me procurou para se desculpar pela sua grosseria. Confesso que até cogitei a possibilidade de procurá-lo para resolver aquela situação desagradável que só existia dentro da cabeça dele, mas preferi ficar no meu canto, trabalhar, viver a minha vida como Deus permitia e ficar o mais longe de problemas que eu pudesse. Continuo com o pensamento de encontrar um novo lugar para morar, mas Damares me fez prometer que esperaria mais um pouco, até porque a situação que ela está passando é muito mais complicada do que a minha, e nada mais correto do que ficar ao lado dela nesse momento delicado. PG também havia desaparecido, não o vi em nenhum dos locais que ele costumava ficar, e isso era muito bom, assim esse sentimento errado que existia den
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73. Vendaval
AliceSeguimos até a entrada do morro, e o motorista já estava nos aguardando. Abre a porta, entrei e logo em seguida Damares faria o mesmo se não fosse por um louco enviado do inferno chamado Jamal impedir.— Me solta, Jamal. Ficou louco? — Damares dizia enquanto tentava se desvencilhar daquele brutamontes que a segurava com força pelo braço — Onde tu pensa que vai vestida desse jeito? — Jamal fala fitando Damares de cima abaixo— Isso não é da tua conta. Sou uma mulher livre e faço o que eu quiser da minha vida. — Damares grita e o desgraçado a aperta com mais força, e aquilo só fazia aumentar o meu ódio por aquele monstro— Você é minha mulher, e só faz o que eu mando. Agora sobe na minha moto que vou te levar de volta pro teu barraco, tu vai tirar essa porra do corpo e vestir uma roupa de verdade. Ouviu? — o monstro do Jamal esbraveja — Eu já disse que sou livre e não vou contigo a nenhum lugar. Tá surdo porra? — Damares grita chamando a atenção de todos na rua e o desgraçado do
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74. Aprendizado
Alice O restante do percurso, graças a Deus, foi bastante tranquilo, com direito a várias histórias da Damares que arrancaram muitas gargalhadas até do motorista que não aguentou e após ouvir tantas bobagens acabou se contagiando com a nossa loucura. Algum tempo depois, agora muito mais tranquilas, enfim chegamos ao nosso destino, a praia do Leme. Antes de sair do carro fico boquiaberta com aquele lugar, era simplesmente perfeito, uma verdadeira dádiva de Deus. É a segunda vez que estou na praia, mas para mim é sempre como se fosse a primeira, não me canso de sorrir e apreciar tamanha beleza. O céu estava limpo, sem uma nuvem sequer, e o sol brilhante deixava tudo cada vez mais lindo e iluminado. "É... Damares tinha mesmo razão quando disse que eu precisava desabrochar e pôr para fora a mulher incrível que existe dentro de mim. Eu preciso e mereço ser feliz. Já passou da hora de deixar toda a tristeza e as coisas ruins no passado para trás, e viver intensamente como se não houvesse
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75. Almoço indigesto
Alice— Como você consegue? — pergunto baixo sem conseguir olhar para frente porque o tal homem desconhecido estava cada vez mais perto— Consigo o quê? Viver? — Damares me encara rapidamente e volta a olhar para o homem que tinha um olhar sedutor, mas ao mesmo tempo cafajeste, pelo visto minha amiga curte esses tipos. — Como você consegue pensar em outro cara depois do que aconteceu com o monstro do Jamal na descida do morro? — pergunto incrédula e ao mesmo tempo tentando fazer o impossível, esconder o meu corpo que estava mais exposto do que frango de padaria.— Alice, aprende uma coisa, nessa vida você tem duas opções: viver ou deixar que os problemas te devore. Eu fico sempre com a primeira opção, e você precisa agir da mesma maneira, caso contrário, se arrependerá pelo tempo perdido e por não ter se permitido viver enquanto teve a oportunidade. Meu sangue ferve porque eu sabia muito bem sobre o que Damares se referia. E só de pensar eu já me sentia fora dos trilhos.— Eu sei mu
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