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Todos os capítulos do Esposa por acidente : Capítulo 1 - Capítulo 10
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1
A chuva intensa que caía do céu, não impedia que uma mulher andasse pela rua de bicicleta. Mesmo toda encharcada, Maia, pedalava rapidamente. Sabia que estava atrasada para o trabalho e que isso seria um mau sinal, uma vez, que trabalhava numa casa de família, onde a patroa era extremamente exigente e descontava cada centavo por seu atraso. Além de falar uma série de besteiras, sem ter noção do que ela passava todos os dias. Maia, era uma mulher de 22 anos, que enfrentava um término de relacionamento. Seu marido, que no início fingia amá-la muito, lhe abandonou, um ano após sua filha, Lis, nascer. Ele vivia dizendo que, depois que a bebê nasceu, Maia começou a se descuidar e que não tinha mais tempo para ele. Também reclamava que a casa vivia bagunçada e que a bebê não parava de chorar.Seu marido foi embora de casa repentinamente, e Maia teve que se virar para ganhar dinheiro, pois se manter com uma criança não era nada fácil. Por não conseguir ajuda de alguém para cuidar da bebê, el
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No interior de um escritório de uma grande empresa, estava Théo Campos. CEO da maior corporação de telecomunicações do país.Théo estava nervoso e respirava fundo, enquanto falava ao telefone com seu avô, Joaquim Campos.— Que surpresa, o senhor me ligar assim do nada, vovô, depois que se mudou para a Suíça, parece estar mais desligado dos negócios.— Não estou te ligando do nada. Sabe que não sou do tipo que liga para jogar conversa fora. — A voz do homem do outro lado da linha, estava séria.— Que bom que não é, porque também não sou. Então, vamos direto ao assunto, já que estou ocupado. — Disse impaciente.— Como estão as coisas na empresa? Desde que me retirei e te coloquei no meu lugar, não tenho mais relatórios das coisas.— Talvez porque o senhor se mudou do país para descansar, não é mesmo? Por que te enviaria coisas de trabalho?— Você é bem direto, Théo, eu gosto disso, tanto, que estou pensando seriamente, em não voltar para a empresa. Talvez, dessas minhas férias, eu já eme
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Enquanto dirigia em direção ao hospital público da cidade, Théo observava a mulher que estava ao seu lado no carro. Seus cabelos estavam desarrumados, a sobrancelha parecia que nunca havia sido feita na vida. Vestia uma camisa velha com um rasgo do lado e calça jeans surradas, que deviam ter sido compradas num brechó. Nos pés, usava um chinelo velho.“Aposto ter um prego debaixo, segurando a correia da sandália”, pensou.Ele riu sozinho, já que nunca imaginou que alguém como ela, entrasse um dia em seu carro.— Moço, eu não tenho dinheiro agora, mas vou arrumar. Por favor, tenha um pouco de paciência. Vou te passar meu número de telefone, e depois você me manda o valor. Se for alguma peça que pode ser comprada pela internet, me fala, que posso comprar, dividindo no cartão.Theo estava nervoso, mas a ingenuidade da mulher lhe roubou um sorriso. Ela achava que compraria um farol de Rolls-royce na internet?— Você acha que um farol desses, custa quanto? — Perguntou com deboche.— Eu não s
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— O quê? Que absurdo é esse? — A coitada não acreditava no que acabava de ouvir.— É isso mesmo que acabou de escutar. Se quiser salvar a vida de sua filha, apenas, case-se comigo.— Isso é alguma piada de mau gosto? Por que estão brincando comigo?— Não é nenhuma brincadeira, senhora Maia. — Fábio começou a falar, vendo que Théo poderia assustar mais a mulher. — O senhor Théo precisa de uma esposa, mas é apenas no papel, entendeu? Não será um casamento real e terá um tempo estipulado para acabar. Será apenas um acordo, assinado entre ambos. Se a senhora aceitar, o Théo se compromete a arcar com os custos da operação de sua filha e de todos os gastos pós-operatórios.— Isso não me parece nada bom, por que eu?— Porque você me deve! — Théo respondeu, curto e grosso.— Mas eu disse que irei pagar o senhor pelos danos do seu carro, eu só não estou podendo conversar sobre isso no momento, por isso, te peço um pouco de paciência.— Eu não tenho tempo. Meu carro é novo e importado, acha que
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— Meus parabéns, você tomou a decisão certa. Apenas assine os papéis e deixe que cuidemos do resto. — Fábio disse, oferecendo a caneta para ela. — Eu não tenho certeza do que estou fazendo, mas se isso for ajudar minha filha a ficar bem, não me importo com mais nada. — Disse, assinando os papéis.— A partir de agora, vocês estão oficialmente casados. Amanhã, agendaremos uma sessão de fotos para tornar a situação mais realista. — Eu não posso deixar minha filha aqui sozinha.— Eu já disse que alguém irá ficar com ela. — Théo disse impaciente. — Para tudo na vida é preciso um sacrifício, se você quiser mesmo o bem de sua filha, irá fazer tudo o que o Fábio te disser. Agora, eu vou indo para casa, tenho mais o que fazer, meu dia já foi muito estressante.Saindo dali, sem dizer mais nenhuma palavra, Théo deixou Maia e Fábio sozinhos.— Senhora, sei que tudo que está acontecendo é muito para ser processado rapidamente, mas olhe pelo lado bom, sua filha irá ficar bem. Sei que o Théo parece
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Com a boca ainda aberta por estar surpreso, percebeu que Maia notou a sua presença naquele lugar, então ela largou o telefone e veio na direção dele.— Boa tarde, senhor. — O saudou educadamente.Ela havia decidido em sua cabeça que não iria falar nada que pudesse contrariá-lo, para que tudo ocorresse de forma rápida. Assim, poderia retornar para o hospital e ficar ao lado da filha.— Boa tarde… — Théo piscou algumas vezes, até se recompor. — Vejo que um bom banho não faz mal a ninguém, hein? — Disse, dirigindo o olhar para Fábio, com tom de deboche.Por mais que Maia houvesse entendido a indireta, preferiu não falar nada, e fingir-se desentendida de tudo.— Se os dois estiverem prontos, vamos logo fazer as fotos. Temos pouco tempo. — Fábio disse, tentando reverter a situação. — Por favor, lá dentro, se comportem como um casal recém-casado. Vocês não precisam se beijar ou coisa assim, mas tentem passar um ar de intimidade nas fotos, proponho fingir que esse é o primeiro teste. Se conse
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Quando chegaram à mansão onde Théo morava, Maia quase desmaiou, apreciando o tamanho e o luxo do lugar. Ela não podia acreditar que aquele homem morava sozinho, num lugar que parecia mais um castelo.A desigualdade social a deixou até sem graça, era tão injusto uns com tanto, e outros sem nada.Na garagem onde Fábio parou o carro, havia mais quatro carros estacionados, e não eram carros comuns, e sim luxuosos, do tipo que ela só via pela televisão.— Há mais pessoas morando na casa com ele? — Perguntou, desconfiada.— Não, por quê? — Fábio a questionou, descendo do carro.— É que tem tantos carros estacionados aqui.— Ah, esses são todos do Théo, ele gosta muito de carros esportivos.— Esses carros são todos dele? — Sua boca não conseguia fechar de surpresa.— Isso mesmo, mas falta um, porém você já o viu, é o que você colidiu, que, por azar, é o mais caro da coleção.Maia engoliu seco.— Por que ele tem tantos carros? Aposto que nem deve usá-los.— Bem, quando dá na teia, ele resolve
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Não era de se negar que Maia era uma mulher bonita, mas os problemas da vida a fizeram perder todo o brilho.Cabelos lisos longos, que agora estavam iluminados, quase loiros. Seus olhos tinham uma cor âmbar. Era alta e tinha seios fartos.Quando se olhou no espelho, ao sair do salão, percebeu que ainda havia uma mulher atraente debaixo de toda aquela vida corrida e cansada, ela só não sabia que iria vê-la, tão cedo assim.Agora, em frente a Théo Campos, que segurava seu queixo, a olhando com seus olhos negros, queimando até a sua alma, se lembrou de que ainda podia ser uma mulher atraente e, mesmo que não quisesse assumir, receber um elogio fez seu coração palpitar.Há quanto tempo não ouvia um elogio? Quanto tempo um homem não a olhava daquele modo?Seus pensamentos foram tirados, quando Théo soltou seu queixo e se afastou, continuando a falar. — Confesso que, pela primeira impressão que tive de você, não esperava tudo isso. Mas após te ver assim, toda produzida, reforcei meu pensame
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9
O trajeto até o hospital foi feito em silêncio, mas mesmo que quisesse, Maia não conseguiria abrir a boca em nenhum momento, já que a pobre coitada segurava onde podia, para não deixar que a alma saísse do corpo. Théo via a cara de assustada que ela fazia e acelerava o carro com gosto, só para assustá-la de propósito. Assim, ela jamais ousaria pedir carona novamente.Quando chegou no hospital, tentou arrumar o cabelo do jeito que conseguia. Já que Théo havia escolhido um conversível aberto, para levá-la até lá.— Obrigada, eu prometo que estarei em sua casa, bem cedo. — Disse agradecendo, e saindo correndo. Mesmo que ele tenha feito tudo aquilo para provocá-la, demonstrando que não queria vir, ela chegou ao hospital em menos de 15 minutos, coisa que, se fosse esperar por um táxi, demoraria mais de uma hora.Entrando no hospital, procurou por informações da filha e onde ela estaria. Chegando no quarto onde Lis estava, viu seus olhinhos pretos se alegrando, por vê-la.— Meu amorzinho, a
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10
Maia não sabia o que era pregar os olhos, nem por um minuto. A todo o momento, esperava notícias de Júlia, e também pensava se devia desmentir para o ex, sobre seu relacionamento.Estava com medo de que Tiago, que agora sabia de seu casamento, fizesse alguma chantagem. Por isso, pensava que ele jamais deveria descobrir quem era Théo Campos, e nem as condições financeiras que ele possuía.Tiago, apesar de ter apenas 26 anos, era esperto, para conseguir um dinheiro fácil. Lógico que, quando o conheceu, Maia não tinha nenhuma ideia das atitudes do marido. Com o tempo, percebeu que ele gostava de se apropriar do que não era seu, e se tivesse alguma oportunidade de poder ganhar dinheiro, sem precisar trabalhar, ele estava em cima, sem pensar duas vezes.As horas passavam depressa, e nenhuma novidade sobre a filha havia chegado. Eram seis e meia da manhã, quando uma mulher chegou, batendo à porta do seu quarto, carregando uma maleta.— Olá, senhora Maia, bom dia, eu sou Geyse, sua maquiadora
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