Todos os capítulos do Hotel Califórnia: Prazer garantido ou seu dinheiro de volta: Capítulo 51 - Capítulo 60
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Eu a chamo de "mãe"
Despertei sentindo dor de cabeça. Olhei no relógio e era cinco da tarde. Levantei da cama, confuso. Como dormi tanto? Certamente o uísque me pegou.Fui para o banho, tentando acabar com a preguiça. Enquanto me enxugava, olhei para todos os lados, imaginando “se” e “onde” estava a câmera dali. Vivíamos sendo observados e isso me deixava bem incomodado algumas vezes.Enrolei a toalha na cintura e fui até o espelho, enquanto penteava os cabelos. Vi os olhos castanhos de Merliah, o rosto claro emoldurado pelos cabelos escuros e lisos. Caralho, o que a mulher estava fazendo ali?— Eu bebi demais! E embora o uísque tivesse gelo, me pegou de jeito.Abri a porta e vi Milano sentado na minha cama. Arqueei a sobrancelha e ele levantou uma xícara na minha direção, enquanto bebia da outra.— Uísque? — perguntei, enquanto pegava uma roupa no armário.— Você beberia uísque em caneca? — Meu irmão riu.— Claro que não.— Então por que acha que eu beberia? É café. Puro e forte.— Acha que preciso? — B
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Eu a chamo de "mãe" (II)
POV MerliahCombinamos que o aniversário de Irma seria às 19 horas, para que eu pudesse participar e voltar para o trabalho antes da meia-noite. Eu estava ansiosa, especialmente pelos pedidos da aniversariante: uma volta de montanha-russa, um bolo e strippers. Vi mulheres tirarem a roupa a vida inteira, mas homens, por mais incrível que pareça, não.Parque de vestido, impossível. Optei por um short em jeans preto, customizei uma camiseta branca com pérolas, retirando as mangas, deixando-a mais fresca. E nós pés, botas de cano curto. Sim, eu era a louca das botas. Não importa a temperatura, elas estavam sempre nos meus pés. Se estavam na moda? Nem sempre. Mas eu gostava de fazer minhas próprias tendências e que elas intencionalmente me diferenciassem dos demais. A vida era uma só e passava rápido como um sopro para se vestir como todo o mundo.Claro que fiz um vestido para Irma. Foi o presente de aniversário dela. Usei linho bege, produzindo algo fresco e confortável, ao mesmo tempo el
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O pedido de desculpas
— Aquela é... A sua mãe?— Sim. A minha mãe — confirmei, orgulhosa.Estávamos parados no meio do parque de diversões, tão próximos que eu conseguia sentir o cheiro do perfume caro dele. Chain vestia calça jeans escura e camisa preta, mangas dobradas na metade do braço, mostrando o que sobrava de pele, morena, cabelos na medida... Dedos longos e unhas bonitas.Me vi completamente atordoada, observando cada centímetro daquele homem que me fascinava de uma forma que não eu não conseguia entender.— Liah, eu fui um idiota. Me desculpe.— Por ter me tratado feito uma puta? Ou por tratar qualquer mulher que julga puta daquela forma? — Fiquei em dúvida se me fiz entender.— Em minha defesa, digo que nunca fui num lugar assim antes. Era minha primeira vez. Nunca paguei para fazer sexo, entende?Eu imaginava que ele não precisava daquilo mesmo.— E como foi parar lá? Você já sabia, quando me encontrou na recepção, naquela noite?— Não... Eu realmente não sabia. Para mim, você era só uma louca
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O pedido de desculpas (II)
Dei um passo para trás:— Pelo visto você lembra bem o que fez.Chain riu:— Sim... E você também.Suspirei:— Definitivamente, você é um idiota.— Por que senti vontade de transar com você?Ele foi bem direto. E eu até estava acostumada com aquilo. Mas no Bordel e não num parque de diversões.Por que mesmo eu estava me fazendo de difícil? O diabinho assoprava no meu ouvido: “Vai lá, Merliah, dá para este monumento e tire a prova de que você não tem problema com sexo”. O anjinho sussurrava do outro lado: “Chamalet é problema na certa. Não finja que ele não mexe com você porque sabe que sim... Lá dentro. Se apaixonar por ele seria o fim da sua existência”.— Podemos fazer um trato. Eu convido você para o aniversário e aceito suas desculpas por me tratar daquela forma.— O que preciso fazer em troca?— Tirar a sua roupa... Toda.Chain arqueou a sobrancelha:— Posso começar agora?Eu comecei a rir:— Quer tanto comer o bolo da dona Irma? Ou seria eu aceitar suas desculpas, que são fundam
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Onde quer que eu a beije?
Assim que chegamos ao Lar, já haviam organizado na sala, o maior cômodo do lugar, uma mesa com a torta, pratos e garfos. E sim, Irma exigiu 79 velinhas individuais. Cantamos os parabéns e Candy cortou o bolo, que parecia apetitoso.Mas eu sabia que elas não estavam se importando com o bolo. Estavam todas sentadas, esperando ansiosamente pelo show.Eu e Denis já havíamos combinado tudo. Então, quando Irma terminou de comer sua fatia de torta, o enfermeiro desligou as luzes principais, colocando a música que eu havia escolhido para tocar no celular, em volume máximo. Claro que o volume máximo do celular dele era praticamente nada, na imensidão daquele cômodo, parecendo mais um eco do que a música em si.Então, desajeitadamente, entraram meus strippers iniciantes, mas promissores: Chain Cha Chamalet, Tiago não sei de que e Rambo, ao som de “Rhythm is a Dancer”, uma música famosa nos anos 90, que escolhi com muito carinho para elas. Lembro de ter visto algum filme com homens dançando àque
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Onde quer que eu a beije? (II)
Passei o dedo indicador no chantilly da torta dele e lambi, fazendo-o me encarar, sem mover-se.— Realmente... Bom — falei, ainda ouvindo os gritos na sala, mas completamente compenetrada naquele momento.Ele pôs o prato sobre a pia e se aproximou de mim, o suficiente para eu sentir o cheiro e ouvir sua respiração, tão acelerada quanto a minha. Meus olhos fixaram-se nos dele e eu não iria dar para trás desta vez.Chain aproximou os lábios dos meus, mas não me beijou. Meus olhos estavam automaticamente fechados, esperando pelo que não veio. Encostou o rosto no meu e ofegou na minha orelha, arrepiando até meus dedos dos pés.— Você quer um beijo, Merliah? — sussurrou sem pressa, parecendo soletrar cada palavra.Não fui capaz de responder, mas minha cabeça acenou com um sim. Senti ele sugar o lóbulo da minha orelha e gemi, parecendo estar prestes a gozar, recriminando-me por aquele ato.Abri os olhos e nos encaramos.— Onde quer que eu a beije?Me vi direcionando a mão para minha boceta,
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Minha orelha
Depois do enterro de Irma, que ocorreu no final da tarde do dia seguinte da morte, estava me encaminhando para o Hotel Califórnia quando Cris alcançou-me:— Como se sente?Olhei todos se dirigindo ao portão de saída do cemitério. Eu não queria ficar sozinha com ele:— Como me sinto? Feliz! Pensei inclusive em soltar um foguete em homenagem à morte dela.— Foi... Só uma pergunta. Me preocupei com você.— Então não perca seu tempo: não se preocupe. Não temos mais nada um com o outro, entendeu?— Sempre fomos amigos, Liah.— Sim, “fomos”... Tempo passado. Não somos mais e nem voltaremos a ser. Além do mais, acho que não pega bem para você ser visto ao lado de uma vagabunda como eu. Sabe como é... — debochei, virando as costas.— Eu não acho vo
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Minha orelha (II)
Respirei fundo e olhei-o firmemente:— Chain, eu poderia dizer que sim. Mas... Estou cansada. Não durmo desde ontem. Então, se você me levar para um Motel, eu vou literalmente ferrar no sono. Porque é isso que farei quando ver uma cama na frente. E não vou mentir: não sou como as mulheres que dormem com você, mas não são prostitutas. Toda minha vida eu foquei em não ser como minha mãe ou as meninas que trabalham no Bordel Califórnia. Ou seja: não sou mulher de uma noite.Ele arqueou a sobrancelha e respirou fundo:— Nossa, me deixou sem palavras. Muito direta... Até demais.— Nem sempre sou uma mentirosa. — Sorri, tentando parecer não ser tão sério o que eu havia dito.— Isso quer dizer que... Não vamos transar?— Não... Por enquanto. Se eu dormir com você, vai virar as c
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Barriga de aluguel
Acordei era 9 horas da manhã do dia seguinte. Ninguém me chamou sequer para trabalhar. E agora, certamente todos estavam descansando. Poderia ir ao lar ver como estavam Rosela e as meninas, mas precisava deixar que repousassem também. Se eu estava triste pelo acontecido, imaginava como estava os coraçõezinhos comprometidos delas.Fiquei na cama até meio-dia. Tomei um banho e desci. Não havia comida pronta, pois não estava na hora do almoço. Encontrei Diogo com a babá e brinquei um pouco com ele, no quintal dos fundos, que seguia cheio de reparos para fazer, começando por cortar a grama.Peguei algo para comer na cozinha e sentei na academia do Hotel, olhando pelo vidro, que me presenteava com árvores e mato alto, gritando por socorro e algo belo aos olhos. Minhas pernas estavam tipo “borboleta” na confortável cadeira enquanto devorava uma das maçãs.
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Barriga de aluguel (II)
— Passou pela minha cabeça que se o dono nos deu mais tempo, talvez acabe nos vendendo o Hotel de volta.— Não vejo esta possibilidade, sinceramente.— Precisamos de dinheiro... Estamos completamente falidas e não posso de forma alguma oferecer menos aos clientes. O Bordel sempre será nossa prioridade.— Qual seu plano? Botar as meninas a trabalhar mais? Elas não dariam conta. Já fazem o melhor que podem.— Não, não me passa pela cabeça estender o horário de funcionamento do Bordel, como Diany sugeriu. Não resolveria nossos problemas.— E alguma coisa, sem ser dinheiro, resolveria?— Eu estou pensando numa coisa.— O quê? — Arqueei a sobrancelha, curiosa, vendo a empolgação dela.— Um dos clientes do Bordel me falou sobre um bilionário que quer uma mãe para se
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