Milano seguiu dirigindo, me olhando de relance:— Tem sangue no seu braço?— Eu caí...— Isso parece estar feio.— E dói muito.A luz interna do veículo continuava ligada. Observei-o de relance, cabelos claros e por cortar, olhos azuis, braços fortes, barba bem-feita.— Caso esteja passando pela sua cabeça me estuprar, quero que saiba que tenho uma doença sexualmente transmissível — falei, num ímpeto, o medo tomando conta de forma tardia.O homem riu, sem me olhar:— Eu não vou estuprá-la. E tenha certeza que esta decisão foi tomada totalmente em função do que acabou de me dizer. Pegar uma DST me assustaria muito.Eu ri também, balançando a cabeça:— Ok, fui ridícula... Mas estou com medo de você — confessei.— Não tenha. Sou um homem do bem, Merliah. Mas curioso sobre o que faz aqui, na madrugada, com esta mala e a roupa neste estado. Me parece que já foi estuprada.Respirei fundo e não controlei o choro.— Quer me contar o que aconteceu? — ele perguntou.— Não estou chorando em funç
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