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Todos os capítulos do A relíquia do oceano : Capítulo 1 - Capítulo 10
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Prólogo
DiannaEstava deitada na pequena cama dessa cela imunda, observando a moeda subir e descer em minha mão.Assim passavam-se meus dias já havia dois anos, desde que fui pega em uma missão, e pensar que essa missão era para salvar a vida do rei. O cara agora está vivo, enchendo a barriga de cerveja e carne mal passada enquanto eu estou aqui nesse muquifo e ainda faltam 5 anos para que eu seja livre.Pelo menos estou em uma cela particular, não que seja grande coisa, mas é melhor que estar presa junto de um monte de homens imundos e desesperados por uma mulher. Não ache que estou aqui por gentileza, porque não foi.Fui jogada na cela junto com esses homens imundos que falei, mas na primeira noite nocauteei um e chutei as bolas do outro até virarem omelete. Na segunda noite quase matei outro enforcado com o que deveria ser um lençol, e na terceira furei os olhos do outro que tentou ser mais esperto e me agarrar enquanto eu dormia.Diante disto os carcereiros se viram na obrigação de me sep
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Parte I - A Relíquia da Terra - Capítulo 1
DiannaDois anos, ainda faltam dois anos para que eu seja livre novamente. Mas “livre” é uma palavra estranha para mim, pois não há liberdade quando você não possui determinadas coisas, e quando eu comecei a adquirir essas “coisas” a vida me deu uma rasteira e me derrubou de cara com a lama.Eu já tinha uma casa, que agora, a essa altura dos acontecimentos, já deve ter sido vendida por aquele idiota que um dia confiei a minha vida e felicidade. Sem dinheiro e lugar onde dormir, não há liberdade. Mas no momento, queria estar longe daqui. Se um dia consegui viver sem nada nas ruas, quando ainda era uma pirralha, agora aos vinte e três anos de idade, não será difícil.Um guarda se aproxima da minha cela, o que eu acho muito estranho, pois eles quase nunca vêm aqui.— Visita pra você, Dianna! – Ele anuncia com a voz sem emoção e sai, dando lugar a uma figura muito estranha.Aproximei-me das grades, segurei em duas delas de forma paralela e me encostei nelas, curiosa. Os olhos piscavam, er
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Capítulo 2
ArloCulpo-me até hoje pelo o que aconteceu com Dianna. Eu a incentivei, ela tinha medo de trabalhar com pessoas estranhas e eu a induzi, para que no fim a única pessoa detida tenha sido ela.Salvamos a vida do rei quando ele estava a caminho de outro reino, foi nos dito que alguém queria mata-lo para tomar seu lugar como rei e ele é um homem bom, dentro das possibilidades. Reis anteriores eram loucos, viciados em jogos humanos, amantes da guerra entre pessoas famintas e este não, não faz muito para ajudar o povo, mas também não torna sua vida pior. Considerando as possibilidades que nos aguardava, acreditei que deveria salvar a vida do rei, e assim fizemos, mas tudo deu errado.Assim que a flecha atravessou a garganta do assassino, ou quem seria o assassino, alguém entre a comitiva real viu um de nós e gritou apontando para nossa direção. Tentamos correr, corremos na verdade, menos Dianna, ela ficou para trás, não sei o motivo, mas alguém a agarrou. Paralisei ao ver, o arco e flecha
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Capítulo 3
AryaOs olhos do rapaz ficaram em meus pensamentos durante todo o dia e noite, me repreendi pois minha obrigação é com a Relíquia da Terra. As guardiãs não são obrigadas a não terem um relacionamento, mas imagina como seria difícil conciliar um relacionamento amoroso com as obrigações de guardiã! Por isso é melhor afastar a ideia da minha cabeça.Faltava apenas um dia para o Ritual da Lua Cheia. O reino de D’Arcos é em sua maior parte um deserto. O povo muitas vezes precisa se deslocar para se posicionar mais próximo de uma fonte de água, e a finalidade do ritual é pedir chuva aos deuses. Todos ficam empolgados com a proximidade do evento, as proximidades do templo se torna mais movimentada e a segurança precisa ser reforçada para que não haja problemas.Depois de verificar a relíquia, rumo em direção ao salão das orações.Enquanto percorro o corredor escuto passos de alguém atrás de mim e viro-me para ver quem pode ser. Ao me virar vejo um homem trajando uma túnica marrom, a túnica d
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Capítulo 4
DiannaA viagem pelo mar foi silenciosa. Só havia nós dois na pequena embarcação. Aquele homem misterioso disse que estava me levando até os outros, algo me dizia que eu não iria gostar de conhecer essas pessoas.Além dessa informação, ele não disse mais nada e eu também não tinha o que falar. Escorei-me na lateral do barco e fiquei observando o mar, as ondas que se formavam com a ação dos remos. De repente surge uma pergunta, não me aguento e acabo a fazendo.— Por que quer todas as pedras? – Questionei-o, ele se virou, me encarou e respondeu:— Dinheiro— Dinheiro? Mas não faz sentido. Você está me pagando uma fortuna para pegar pra você. Acredito que esteja pagando aos outros também.— Estão me pagando mais.Mais do que ele estava pagando a mim? Aos outros?— Quem? Quem quer tanto essas joias?A risada estrondosa rompeu o ar até mim. A brisa do mar acertou meu rosto como se quisesse me dar uma bofetada.— Não acha que direi, certo?— Custa nada tentar. – Dei de ombros em uma despre
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Capítulo 5
ArloEncarar aquele sorriso, aquela beleza e ainda tramar uma rota de fuga não funcionou muito bem. Tudo bem que haviam dois guardas a minha cola, mas a verdade é que ela, sem mover uma unha, tinha me desarmado com mais eficácia que os dois caras.Quando fui ao encontro da joia, eu estava planejando pega-la e fugir. Correr com toda velocidade que podia, a esperteza que ganhei nas ruas me garantiria fugir sem maiores problemas, mas então a vi sorrindo e me encorajando. Me acovardei, aquele olhar me desarmou completamente. A segui até o ritual, não havia mais o que fazer, e principalmente agora que ela tinha brilhado como a própria Lua cheia em noite de céu livre de nuvens; que seus poderes foram restaurados, eu jamais teria uma chance.E não fui embora como havia dito que iria, disse que havia decidido viajar assim que amanhecesse. Precisava encostar a cabeça no travesseiro e pensar com calma. Eu preciso pegar essa pedra, preciso rouba-la. É minha chance de retirar Dianna daquele lugar
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Capítulo 6
DiannaNão podia negar que lá no fundo ainda sentia algo pelo idiota do Arlo. Toda a fúria de hoje foi pelo desprezo, pela traição e a dor que senti naquela prisão. Não me refiro a dor física, mas a emocional. O esperei, achei que ele iria me buscar, que daria um jeito, que pelo menos tentaria, mas ele não apareceu. E quando meses se passaram, vi que não adiantaria esperar por ele. Foi então que meu coração se partiu, a dor me pegou em cheio, e a mulher durona passou dias chorando durante a noite e fingindo tédio durante o dia, apenas para dormir.Dia após dia, até que a dor foi se transformando em ódio. Principalmente quando imaginava que ele não estaria sem mulheres todo esse tempo, sem bebidas, sem sair com amigos. E enquanto ele curtia o dinheiro, eu estava presa naquele lugar imundo. E quanto mais eu imaginava essas coisas, mais meu ódio aumentava.Sonhava com o dia em que descarregaria toda minha raiva sobre ele, sonhei com o som do seu nariz quebrando com meu soco. Em meus sonh
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Capítulo 7
DiannaVi os homens no convés se arrumando, Arlo não estava entre eles. Na verdade não o via desde o dia anterior. Não sabia bem o que tinha acontecido, mas eu não perguntaria sobre ele.Ida se aproximou de mim com olhar desconfiado, não iria bater mais, se era isso que ela estava pensando. Eu já havia descarregado meu ódio e a feito pagar por me largar lá para ser presa, mas ainda falta um. Eram três pessoas, além de Arlo, só bati em mais duas.— Dianna, o chefe quer que compremos roupas de baile.— Pra quê? – Olhei-a de cima abaixo, não fazia ideia do porquê deveríamos comprar esse tipo de roupa se nós não usamos isso.— Vai ter um baile no Reino D’Ramala, e essa vai ser nossa chance de roubar a relíquia de lá.— E quem é o responsável por roubar a relíquia do fogo? Você? – Questionei com desdém.— Eu e meu irmão, por quê? Não acha que somos capazes?Nem ouvi o que ela falou. Se Arlo iria roubar a Relíquia da terra; eu a Relíquia do oceano e Ida e Fill a Relíquia do fogo... não havi
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Capítulo 8
AryaFleches confusos passavam por minha cabeça. Me senti sendo carregada; minha cabeça doía; via botas marrons marchando sobre a estrada de terra; ouvia vozes, hora aos berros, hora aos sussurros; o cheiro de álcool alcançou minhas narinas em algum momento e a dor rasgava minha cabeça quando abri os olhos finalmente.O cheiro do mar tomou meus sentidos e soube que estava próximo dele, mas senti um balanço estranho; vi aves marinhas voando sobre mim; o lugar onde estava deitada era de madeira, velha e escura. Sentei-me, ou tentei me sentar, estava amarrada. Pânico. Pânico puro me tomou, o que aconteceria comigo? E eu não estava perto do mar, eu estava sobre ele em um navio velho.Não havia alguém por perto, me livraria dessas cordas com minha força. Forcei os braços, nada. Tentei novamente, nada. Senti o medo percorrer minhas veias, o que estava acontecendo? Por que não conseguia me livrar dessas cordas? Os poderes da pedra haviam sido renovados sobre meu corpo recentemente, deveria t
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Capítulo 9
Arlo Quando percebi que a confusão estava armada do lado de fora, eu sabia que tinha chegado a minha vez. Arya estaria em algum lugar, sendo detida até que a pedra fosse levada; os caras, fingindo serem ladrões, arrastaram os guardas para um lugar só, por tanto, os corredores estavam livres para mim. Com o coração carregado de culpa, segui pelos corredores agora conhecidos devido aos vários dias ali. Em algum momento pensei em fugir, já que Dianna estava livre, não havia mais o propósito de libertá-la. E para completar, a mulher parecia ter tomado ódio de mim. Eu preciso contar a ela o que aconteceu de verdade, dizer que tentei, que ainda a amo e quero ficar com ela. Até tinha planejado livra-la daquele lugar, agora que a oportunidade havia surgido. Pensando em Dianna, em como a decepcionei, só conseguia me lembrar de que decepcionaria outra mulher. Cheguei ao local onde a pedra ficava guardada, a chave deveria estar com Arya, naquele colar que ela tinha me mostrado, mas a levaria
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