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Marcos AlbuquerqueO fato da Mônica ter quase estragado a surpresa do Luís para Ana me ajudou e muito a conseguir o contato dela. O que está me deixando acuado é o fato do Luís ter me feito prometer que eu não iria me aproximar da garota e a promessa para o meu melhor amigo é dívida. Então eu vou tentar me comportar o máximo que eu puder. Pego o meu celular e olho o número salvo na minha agenda. Ligo ou não ligo, eis a questão. Estou passando por uma guerra onde o anjinho no meu ombro direito me diz que não. Que eu tenho que cumprir a promessa. Mas o capetinha no meu ombro esquerdo fala que sim. Me mostra o lado delicioso da coisa toda e eu sou vencido pelo desejo ardendo dentro de mim, dando de ombros. O que eu tenho a perder? Nada. Ouvir um não, não vai me matar certo? E se eu ouvir um sim, será coisa de uma noite só. — Alô! — Ela diz do outro lado da linha. A voz deliciosamente sedutora me arrepia inteirinho e eu puxo a respiração. Controle-se homem! Me repreendo. Você deve isso a
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— Porra, morena, assim não dá pra ser feliz! — resmungo para mim mesmo.Sinto as duas loiras se aproximarem e tocarem em meus ombros. Elas alisam, beijam meu rosto, mordiscam a minha orelha. Um arrepio descomunal se apossa da minha coluna. As loiras praticamente me devoram, mas os meus olhos estão lá embaixo, de olho naquela morena deliciosa, mexendo o seu corpo e deixando os caras próximos a pista de dança loucos de desejos por ela. Me afasto das meninas e sigo na direção das escadas e deixando-as para trás e começo a descer as escadas sem dar nenhuma justificativa e quando chego na pista de dança, tem uns caras dançando com ela. Me aproximo por trás da morena sem nenhum receio, coloco as mãos em sua cintura, começando a me mexer, seguindo o seu ritmo. Lanço um olhar furioso para os homens ao seu redor e eles logo entendem o recado, se afastando sutilmente. É isso aí meu amigo. A garota é minha e só minha. Penso me entrego ao ritmo da minha morena. Nossa dança continua de uma música
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— Nossa, que bicho te mordeu? — A voz de Cassandra ressoa ao meu lado. — Nunca te vi assim tão mal-humorado — comenta. Eu respiro fundo. Ela tem razão. Fui um filho da puta com o cara, mas quem manda ser tão incompetente? Porra era só ele dá um telefonema e tudo estava resolvido!— Vamos para o hotel. — falo com um tom seco, ignorando o seu comentário. Cassandra arregala os olhos apertados e abre a boca pequena em espanto, por causa da minha atitude grosseira. — O que foi agora? — inquiro irritado.— Você está estranho — diz.— Estranho como?— Eu sei lá. Você não deu em cima de mim. Não tentou colocar suas mãos bobas em mim. Está irritado com tudo e com todos e agora quer ir para o hotel? Nada de garotas francesas? — inquire.Dou-lhe um sorriso malicioso.— Está sentindo falta das minhas investidas, senhorita Hattori? — inquiro debochado fazendo-a revirar os olhos.— Retiro o que disse! Vamos, estou com fome — retruca me fazendo gargalhar em alto e bom tom, enquanto ela bufa de modo
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Mônica SampaioMais um dia se foi e foi tão corrido quanto os outros e entre uma audiência e outra, estudando casos e mais casos, eu tirei um tempo para finalizar alguns trabalhos da faculdade também. Encosto-me na cadeira, puxando o ar com força e tentando relaxar um pouco e para minha felicidade, doutora Gisele acabou liberando boa parte da equipe mais cedo. Pelo menos a parte envolvida na surpresa da Ana, no caso eu e ela. Pois é, ela decidiu que também vai para a festa da Ana. Perto das cinco da tarde corro para casa e me arrumo para ir para o barzinho que locamos para a surpresa da minha amiga e opto por um jeans surrado que eu amo, uma blusa estilo cigana com estampa floral e salto alto. Olho os meus cabelos soltos e decido deixar os meus cachos livres, sorrindo satisfeita para o espelho, mas logo o meu sorriso desfalece. Falta alguma coisa. Penso olhando o meu look de alto a baixo e vou até a pequena necessaire que deixei em cima da cama de solteiro e observo as poucas bijuteri
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— Aonde você vai? — Ele inquire exasperado, mas eu não olho para trás e sigo direto para o bar para pegar outro copo de vodca no balcão. Me sento a mesa onde a Ana e o Luís conversam intimamente. Eles param a conversa de repente e me olham com olhos especulativos e depois voltam a sua conversa como se nada tivesse acontecendo. Marcos também vem para mesa e nós ficamos nos encarando, como um duelo de olhares. Ninguém pisca e ninguém diz nada. Em algum momento, Luís e Ana resolvem ir dançar e Marcos continua a me encarar do outro lado da mesa. — Qual é a tua, garota? — Ele cospe uma pergunta afetada.— O quê, do que você está falando? — faço-me de desentendida.— Eu só pedi a porra de uma dança, precisava daquele teatro todo com aquele cara? — pergunta entre dentes.— Não era um teatro. Qual é? Eu não sou nenhuma traíra tá bom? Você pode ficar com quem quiser, só me deixa em paz cara! — Não escondo a minha indignação.— Que mané traíra o quê? Do que você está falando garota? — Quero sa
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Marcos AlbuquerqueNunca precisei correr atrás de uma mulher na minha vida e não vai ser agora que vou começar. Se ela quer distância, é distância que ela vai ter. Fica até melhor para eu cumprir a promessa que fiz ao Luís. Ainda estou aqui na festa, sentado no banco do bar, tomando o meu uísque e observando as pessoas se divertindo ao meu redor.— O que está rolando? — Gui se aproxima perguntando e se acomoda no banco ao meu lado. Levo o copo a boca e sem pressa alguma tomo um gole da minha bebida. Continuo observando as pessoas e lhe respondo com um tom seco.— Não sei do que você está falando, Guilherme. — Esvazio o meu copo em seguida e torno a enchê-lo.— Como não sabe, Marcos? E por que essa cara emburrada caramba? Nem parece que está em uma festa — comenta.— Eu não estou com a cara emburrada! — respondo irritado e dessa vez olho pra ele.— Cadê a morena? — questiona e eu desvio o meu olhar, focando na pista de dança.— Não sei de quem você está falando, Guilherme! — repito e e
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— Prometeu? Prometeu para quem? — inquire ainda desconfiada.— Para o Luís.— Filho de uma... Por que ele pediria isso pra você? — indaga com interesse, mas eu sei que ainda não está acreditando em mim.— Ele tem medo de atrapalharmos o relacionamento dele com a Ana. — falo de uma vez e ela balbucia.— Então, você não é? — Mônica parece atordoada e eu me atrevo a dar um meio sorriso.— Não. — Mônica me olha por um tempo, parece pensar no que acabei de falar.— Ok, eu já entendi. — fala se levantando do sofá e erguendo as mãos em sinal de paz. — Agora, você pode me levar de volta? — pergunta segurando seus materiais que estavam largados em cima do meu sofá. O quê, nem pensar! Penso indignado.— Como assim te levar de volta, Mônica? — Eu quase grito a indagação.— Eu tenho faculdade, Marcos Albuquerque e eu levo isso muito a sério. Inclusive eu já perdi.... — Ela mal começa a falar e eu a surpreendo a puxando para os meus braços e a beijo com muita vontade. Que porra de faculdade que na
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Mônica SampaioSabe quando tudo dentro de você parece que está de cabeça para baixo? Pois é, assim que a minha vida está agora. Minha amiga está no hospital e ainda em coma induzido. Tem um cara gostoso no meu pé que eu quero manter bem longe de mim, e para pior a situação estou correndo feito uma louca com o excesso de trabalho na empresa e os incontáveis trabalhos da faculdade e eu ainda tenho que conciliar tudo isso dando um pouco de atenção para Isabelly, para o meu pai e ainda tenho que visitar a Ana no hospital. Eu a vejo pelo menos duas vezes por dia. Durante o meu horário de almoço e quando saio da faculdade. Essa manhã recebi o telefonema que me fez sorri. A Ana finalmente acordou do coma.— Você nos deu um grande susto, dona Ana! — digo assim que a vejo acordada na cama ao lado do seu chefinho. — Como está se sentindo? — procuro saber e lhe beijo a testa que ainda está com algumas escoriações. A Ana é mais do que a minha melhor amiga, ela é como uma irmã pra mim. Saber desse
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Ele ainda está de pé na minha frente, me olhando a espera de que eu diga alguma coisa e como não esboço nenhuma reação, ele continua. — Bom, é que como você disse que estava muito sobrecarregada e não ia sair para almoçar, eu tomei a liberdade de trazer o almoço até você. Espero que não se importe — diz enquanto tira algumas bandejas de isopor de dentro das sacolas, as arrumando sobre a mesinha de centro.— Hã, é... — pigarreio antes de falar. — Não, tudo bem! — Me pego dizendo e me levantando da minha cadeira. — O que você trouxe? Confesso que estou surpresa com a minha reação e com o sorriso estampado na minha cara também.— Comida chinesa, você gosta? Se não gostar, eu posso pedir outra coisa.— Adoro comida chinesa! — digo o interrompendo. Me aproximo dele para olhar a comida, sentindo o cheiro maravilhoso que vem dela. Marcos se acomoda no tapete e eu faço o mesmo, me sentando de frente pra ele. Depois me estende uma caixinha e eu a pego. O singelo toque do seu dedo em minha mão
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Marcos AlbuquerqueDepois daquele almoço no escritório da minha morena... Caralho! O quê que eu estou dizendo? Minha morena? Não vai por aí Marcos. Me repreendo. Suspiro audível. Como estava dizendo, depois daquele almoço com a morena, adeus concentração no trabalho. Não consegui focar em mais nada a não ser na noite que teremos em meu barco. Cacete!!! Não posso vacilar com ela. Tá na cara que Mônica é uma mulher diferente das outras. Portanto, tudo tem que está perfeito. Deixo as reuniões por conta do Luís e os documentos e contratos se acumulam como pilhas sobre a minha mesa. Há uma ansiedade se acumulando dentro de mim... Um nervosismo que não entendo. Pego o meu telefone e começo a fazer alguns telefonemas importantes... Importantes para essa noite, claro. Fecho os olhos levando as mãos ao rosto e me pergunto, que porra está acontecendo comigo? Nunca fui de perder a cabeça por causa de uma mulher, nunca precisei correr atrás delas, elas que sempre correram atrás de mim e definitiv
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