Todos os capítulos do Lembranças das noites quentes de verão: Capítulo 51 - Capítulo 60
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Vou pôr pimenta
Na manhã seguinte, não desci para o café da manhã. Recebi a esteticista e a massagista, que minha mãe havia mandado chamar. O problema é que mesmo depois da visita delas, eu continuava com a cara péssima.Meu problema não era estético. Ele era interno... Dentro do meu coração.No final da manhã, pedi para o motorista me levar na Faculdade de Ciências Exatas de Noriah Norte.Depois de demonstrar meu interesse em ingressar no curso de Matemática, fiz um tour guiado pelo local.Embora o prédio fosse metade do tamanho da faculdade de Direito, o local era agradável. E o melhor de tudo: eu poderia cursar sem pagar nada, caso fosse bem numa prova aplicada após a matrícula.Nunca passou pela minha cabeça que pudesse cursar uma boa faculdade de forma gratuita. Bastava eu ir bem no exame. E eu era boa com números e f&oacu
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Vou pôr pimenta (II)
- Eu não sou Mariane. A começar pelo fato de que jamais dormiria com alguém com quem ela estivesse envolvida.- Acha que eu concordo com a atitude de sua irmã?Arqueei a sobrancelha enquanto ele esvaziou a garrafa no copo.- Não... Concorda?- Não. Nem com a atitude dele, nem dela. Mas aconteceu... As pessoas erram.- Pai, eu estou apaixonada pelo homem que mal conheço.Ele levantou, de forma agressiva.Imediatamente me arrependi de ter dito aquilo. Mas ao mesmo tempo sabia que só ele poderia me ajudar. Então passou pela minha cabeça que contar que havia perdido Charles pudesse fazê-lo ter um pouco de compaixão e me ajudar.- Nunca mais vai vê-lo, Sabrina. Eu mandei fechar o bar onde ele tocava.- Você... O que? – Levantei, aturdida.- Se depender de mim, nunca mais vai vê-lo. Farei o possível e o impo
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O começo de algo bom
Bebi até a última gota do leite, sentindo o estômago contrair. - Retire as panquecas daqui, Min-ji... Por favor. – Calissa pediu. Min-ji pegou a bandeja e olhou-me. Em seguida perguntou para minha mãe: - Senhora... Quanto tempo esta fúria dele vai durar? - Até hoje – Calissa garantiu, enquanto me punha na cama – Ou ele para com isso ou vou embora desta casa, junto das minhas filhas. Olhei-a, confusa, não falando nada, ainda sentindo a ardência, embora mais fraca. - Sim, foi seu pai que fez isso. Juro que tentei entendê-lo de todas as formas, mas agora isso passou dos limites. - Como... Ele pôde? - Ele está bêbado... Mas não justifica seu ato desprezível. - Quer... Que eu faça panquecas novas, querida? – Min perguntou. - Não... Obrigada. Não quero mais nada... Nem sei se vou conseguir voltar a comer novamente nesta casa. - Eu juro que isso nunca mais vai acontecer. – Calissa garantiu. - Boa noite, Sabrina. Se precisar de qualquer coisa, é só me chamar. Estarei acordada... At
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O começo de algo bom (II)
- Seu pai vai beber chocolate quente? – minha mãe riu – Não... Ele não fica sem o café descafeinado dele.- Vou... Provar o chocolate quente. – Ele garantiu.- Também vou querer. – Mariane empurrou a xícara, que Min encheu com o líquido grosso e fumegante.- Ok... Vamos ver se isso é bom. – J.R bebeu um gole, ficando com o buço manchado de leite.Começamos a rir. Pus calda quente nas panquecas dele e esperei-o comer antes de provar as minhas.Coloquei toda a calda que tinha na jarra em inox nas minhas panquecas e provei. Estava maravilhoso: o quente da calda, misturado aos morangos frescos e levemente ácidos com o chocolate extremamente doce.Fechei os olhos, sentindo uma ótima sensação invadir meu corpo.- Seus jornais, senhor. – Min-ji colocou-os sobre a mesa.Ele abriu o primeiro e disse:
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Um contratempo
O restante da semana foi de felicidade que transbordava por todos os poros do meu corpo. Eu sorria sozinha, cantarolava a minha música aos quatro cantos e creio que talvez saíssem coraçõezinhos pelos meus olhos quando eu piscava.Nem conseguia acreditar que o reencontraria depois de tanto tempo. Ele não me esqueceu, assim como eu não deixei de pensar nele um minuto sequer. Eu tinha certeza de que estava disposta a deixar tudo por ele.Charles era minha vida, meu mundo, o ar que eu respirava. O que sentia por ele era simplesmente impossível de descrever, só sentir.Comecei a faculdade de Matemática gratuitamente. Meu pai nunca se importou com dinheiro e chegou até a ofender-se quando eu disse que queria estudar naquela faculdade.Enfim, J.R acabou aceitando e tudo parecia ir bem. Eu não havia perdoado Mariane, mas já conseguia manter uma conversa com ela sem acusações ou ironia.Embora eu gostasse de visitar a J.R Recording, não tinha certeza se queria passar a minha vida trabalhando l
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Um contratempo (II)
- Eu não vou desistir de você, Sabrina.- Não perca seu tempo, Colin.Desliguei a ligação e não voltei para o jantar. Eu sinceramente não entendia o que se passava com Colin. Ele achava mesmo que poderia haver volta depois do que ele fez?Não tinha horário para o encontro com “el cantante” no sábado. Ele havia dito que estaria lá desde o nascer do sol. Eu pus o relógio para despertar às seis horas da manhã. Porque queria chegar cedo à praia.Levantei e toquei o controle, abrindo as cortinas automáticas e deixando o sol brilhante tomar conta do meu quarto.Seria um lindo dia. O melhor da minha vida. Porque eu encontraria Charles.Organizei uma pequena mala com biquíni, saída de banho, protetor solar, shampoo, condicionador, hidratantes, óculos e boné. Encontrei uma lingerie rendada que eu havia comprado para a lua de mel e pus por baixo da roupa. Escolhi um macacão em linho, num corte reto e elegante e sandálias de salto quadrado, em tom caramelo, que combinava com o gelo do tecido da
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Melody
Pisquei repetidas vezes, tentando acordar. Mas não acordei... Porque sequer estava dormindo.Tudo que vi foram os rostos pasmos de meus pais e Mariane.- Grávida? – Minha mãe perguntou, parecendo não acreditar.- Vocês... Não sabiam? – O médico olhou-me.- Não... Eu não sabia. – Confessei.- Então vamos aproveitar que está aqui e fazer todos os exames necessários. Vou encaminhá-la para um obstetra.- Sim, faça isso, doutor. Por favor. – Meu pai pediu e se eu não estava ficando louca, tinha um sorriso nos lábios dele.- Então peço que aguarde, senhorita Rockfeller, pois as enfermeiras virão buscá-la novamente para vermos como está este bebê.- Obrigada, doutor.Eu não tinha certeza sobre o que sentia naquele momento. Mas pensava como cuidaria
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Melody (II)
Suspirei e esperei.Ouvimos batidas leve na porta e duas enfermeiras entraram:- Com licença. Vamos levar a futura mamãe até a sala para a ultrassonografia. Sentei imediatamente na cadeira de rodas, antes que elas me ajudassem. Tudo que eu queria era sair correndo dali.- Quem gostaria de acompanhá-la? – uma delas perguntou, com um sorriso no rosto. – Caso queiram ir os três, o doutor pode trocar a sala, por uma maior. Olhei na direção deles e ninguém se manifestou. J.R olhava para a janela, sem expressão. Calissa seguia com o telefone na mão, sem dizer nada. Mariane já estava sentada novamente, indecisa sobre ir ou ficar desde que havia chegado.- Eu... Vou sozinha. – Falei, quebrando o silêncio constrangedor. Limpei as lágrimas e deixei que uma delas me conduzisse pelo corredor completamente branco e limpo, quase como se estivesse chegando ao céu.Quando entrei na sala, elas me ajudaram a deitar na maca e passaram um gel sobre a minha barr
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Eu sou a garotinha
Seguimos em silêncio até a cafeteria do Hospital. O local era no terceiro andar e tinha um teto em vidro, de onde podia-se ver a luz do sol e o tempo lá fora. Claro que escolhi sentar sob a luminosidade, sabendo o calor que fazia na rua, com a temperatura ambiente ali dentro.A atendente veio trazer o menu e enquanto eu escolhia, Colin disse:- Para mim café expresso, sem açúcar. Para ela chocolate quente e panquecas de chocolate com calda.- Eu não quero chocolate quente... Tampouco panquecas com calda. – Levantei os olhos na direção dele, o rosto escondido atrás do cardápio que mais parecia um livro de tantas páginas.- Mas... Você sempre gostou.- Quero um café com leite. Creio que eu deva começar a beber bastante leite... – falei mais para mim mesma – Um croissant com creme de baunilha... E outro de queijo.- Nã
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Eu sou a garotinha (II)
- Venha! – Ele me pegou pelo braço, sem muita gentileza, encaminhando-me para o carro, onde estavam minha mãe e Mariane esperando.O ar condicionado estava ligado e cheguei a arrepiar quando entrei na temperatura gelada, que contrastava com o calor da rua.- Para casa. – Meu pai falou ao motorista.Seguimos para casa, em silêncio. J.R sequer olhou na minha direção. Mariane ficou compenetrada no celular e minha mãe vez ou outra me olhava, com o rosto baixo.Assim que chegamos em casa e descemos, meu pai retirou um lenço de pano do bolso e disse autoritariamente:- Limpe seu rosto.Limpei o rosto e estava subindo as escadas quando ele falou, em tom de voz alto:- Onde você vai?- Eu... Vou tomar um banho e sair.- Sair? Onde?- Eu... Vou contar a “ele”. Preciso dizer que vai ser pai.Mariane sentou no sofá da sala principal,
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