Eu sou a garotinha (II)

- Venha! – Ele me pegou pelo braço, sem muita gentileza, encaminhando-me para o carro, onde estavam minha mãe e Mariane esperando.

O ar condicionado estava ligado e cheguei a arrepiar quando entrei na temperatura gelada, que contrastava com o calor da rua.

- Para casa. – Meu pai falou ao motorista.

Seguimos para casa, em silêncio. J.R sequer olhou na minha direção. Mariane ficou compenetrada no celular e minha mãe vez ou outra me olhava, com o rosto baixo.

Assim que chegamos em casa e descemos, meu pai retirou um lenço de pano do bolso e disse autoritariamente:

- Limpe seu rosto.

Limpei o rosto e estava subindo as escadas quando ele falou, em tom de voz alto:

- Onde você vai?

- Eu... Vou tomar um banho e sair.

- Sair? Onde?

- Eu... Vou contar a “ele”. Preciso dizer que vai ser pai.

Mariane sentou no sofá da sala principal,

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