Estava desconfortável equilibrado na beirada da cama e temia cair a qualquer momento. Para piorar sua situação, suas costas doíam e seu braço direito, em que Paulina apoiara a cabeça ao deitar, estava dormente, mas não movia um músculo com medo de um novo mar engolfa-lo até os ouvidos.Observou a face adormecida. Paulina estava péssima. Pele lívida, rosto inchado, marcas cristalizadas de lágrimas nos cílios e bochechas, cabelo desgrenhado e o nariz vermelho. Mesmo assim, pela primeira vez, Simon achou sentido no apelido que ela ganhara de Nathaniel.Recordou que costumava compara-la com as bonecas de porcelana que sua mãe colecionava. A princípio de forma positiva, pois, quando criança, Paulina sempre estava com as bochechas coradas, em contraste com a pele clarinha, e lábios naturalmente rosados. As roupas também eram parecidas, vestidinhos imaculadamente limpos e cheios de babados que a mãe dela costurava. Com o tempo a comparação tornou-se negativa. Quando se irritava Simon dizia
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