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Todos os capítulos do UM SALTO PARA AS ESTRELAS: Capítulo 1 - Capítulo 10
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PREFÁCIO - POR: MARGARET LESNYAK CASCONI
POR: MARGARET LESNYAK CASCONI  A LITERATURA NACIONAL está tendo um grande avanço em nosso território e quem ganha com isso somos nós leitores. Essa obra de Rafael Zimichut denominada - UM SALTO PARA AS ESTRELAS - está aqui para nos provar a força dessa literatura.O autor renomado que já escreveu mais de trinta livros, vem nos presentear aqui com essa narrativa forte, com o pano de fundo da cruel 2° Grande Guerra Mundial.O próprio subtítulo já deixa claro o recado de Rafael Zimichut: "...Existe sempre um alto preço pelos seus sonhos..."De certa forma a narrativa nos embala aos acontecimentos de uma trama onde o preço pode ser alto demais. Acontecimentos esses que  seguem o ritmo ficcional, mas caminham por imitar a própria vida. O autor vem nos trazer mais uma prova de que a arte é o espelho da vida.A
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PRÓLOGO - TÂNIA COPELLI
Tânia Copelli era dona da marca mundialmente famosa "Blue Scarf" e por muitos anos foi sinônimo de moda, beleza, criatividade e ousadia, mesmo agora, no auge de seus oitenta e nove anos de idade, prestes a completar noventa, trazia traços de uma beleza clássica que desfilou mundo afora por mais de sessenta anos.Dona de olhos verdes vivos e um sorriso largo fácil, ela foi até o seu guarda-roupa e tirou a caixinha de música que havia ganhado da avó antes dos acontecimentos trágicos que cercavam a sua família e que continuaram a acontecer com ela, mas se não fosse por Gladys Viermond tudo aquilo seria um ciclo de desgraças sem fim.No fim das contas, tudo sempre girou em torno dela...Suas mãos gentis e frágeis pela idade abriram a caixinha de música que imediatamente começou a tocar "As quatro estações" de Viv
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CAPÍTULO 1 - TÂNIA COPELLI
DETROIT – 1928 A chuva estava muito forte naquela noite e a família Copelli, o senhor Carl, Janice e a pequena Tânia, de apenas oito anos de idade, estavam indo em direção à fazenda da família no interior do Estado para passar o Dia de Ação de Graças.— Querido, não acha melhor pararmos em algum hotel?Mulheres...— E existe algum hotel neste fim de mundo, Janice? Tinha que ter pensado nisso antes de insistir em vir com esse tempo.Ela percebeu que a ideia tinha sido realmente idiota, o marido sempre foi uma pessoa responsável e que colocava a vida e o bem-estar delas acima de todas as coisas. Jamais colocaria a vida delas em risco, diferente dela que havia insistido numa idiotice e para evitar ainda mais brigas, ele pegou as chaves e saiu estrada afora com a família.Carl e Janice vinham tendo inúmeras bri
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CAPÍTULO 2 - JAMIEN VIERMOND
NICE, FRANÇA – 1920 FRANCESCA VIERMOND estava em trabalho de parto, porém, a parteira olhou para a sua auxiliar e sua expressão não era nada boa.Ela fez sutilmente a negativa com a cabeça.— O bebê não está virado na posição correta para sair.— E o que iremos fazer?— Quem sabe um milagre resolva...Francesca gritava de dor, ela não acreditava que uma gravidez tão tranquila e planejada estava tendo um desfecho como aquele.Quando Jamien, seu marido, entrou no quarto e viu a esposa agonizando de dor entrou em completo desespero, ela não era apenas a sua esposa, era sua melhor amiga, confidente e a pessoa com quem tinha planejado passar todos os dias de sua vida.— Senhor...  – Disse a parteira – terá que escolher, ou tentamos salvar o bebê, ou, provavelmente os dois
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CAPÍTULO 3 - TÂNIA COPELLI
— ELA VAI FICAR BOA, doutor?O doutor Fellow aferiu a temperatura e a criança estava com mais de 39 graus de febre e aquilo o estava preocupando, nada do que tinha feito havia surtido efeito, o peito da menina estava chiando feito um gato ronronando feliz da vida pelos carinhos do dono.— Acredito que ela esteja com pneumonia.A avó dela chegou bem perto dela e a beijou na testa e sentiu a temperatura dele e ficou apavorada, mas não demonstrou.— Minha pequena, você é a única coisa que ainda me prende neste mundo ingrato... não me tire isso também... seja forte como só uma Copelli pode ser...O doutor colocou a mão em seu ombro solícito com aquela senhora que havia perdido em uma única noite o marido, a filha e o genro.— Doutor... tenho que...— Eu sei, Genara... enterre seus mortos que cuidaremos dos vivos... é tud
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CAPÍTULO 4 - GENARA VERONESE
A primeira lembrança que Genara tinha era de seus pais embarcando em um navio na Itália e desembarcando em uma fria Nova York, ver a neve caindo do céu era como estar em um paraíso particular.— O que é isso, mamãe?— Neve, filha... aqui é tão frio no inverno que a água congela no céu e cai em flocos de gelo.— É a coisa mais linda que já vi na vida.— É porque você ainda não se olhou em um espelho.As duas riram e continuaram a vislumbrar a nova terra em que iriam morar.Era uma nova língua, novos costumes, mas o melhor de tudo, eram novas oportunidades... ELA LEMBRA DOS PAIS trabalhando e ganhando dinheiro como jamais haviam ganhado na vida, era como se a vida de miséria que tinham levado finalmente tinha ido embora.Genara cresceu dentro dos galpões das fábr
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CAPÍTULO 5 - JAMIEN VIERMOND
 Jamien estava com a filha no colo enquanto viam descer o corpo sem vida de sua esposa dentro de um caixão.Ao contrário do que tinha acreditado durante toda a vida, ele não estava preparado para aquilo, estava preparado para aproveitar a vida ao máximo, mas nunca para deixá-la, de certa forma ele achava aquilo injusto, apesar da taxa de mortalidade ser alta devido a parto, a ideia é que as estatísticas negativas sempre alcance no máximo o vizinho, nunca ele, o problema era que ele era o vizinho desta vez.— Vai ficar tudo bem, Gleide, querida – disse ele à filha enquanto a via dormir despreocupadamente em seu colo – você será maior do que a vida, você brilha, minha querida, sua mãe deu a vida para que você nascesse e vencesse tudo e todos. NAQUELA SEMANA, Jamien vendeu tudo o que tinha e partiu para Paris, sua vida de fazen
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CAPÍTULO 6 - TÂNIA COPELLI
 Genara entrou no quarto do hospital e ficou todos aqueles dias ao lado da neta, revezando entre orar a Deus e fazer promessas a si mesma, principalmente depois do erro grotesco que cometeu em mandar matar o marido, o infeliz do assassino saiu correndo de sua casa, e após perder muito sangue, desmaiou ao tentar abrir a porteira, onde a vaca saiu correndo, atravessou a pista e o carro de sua família o acertou em cheio, por um milagre a menina sobreviveu caindo justamente em cima da vaca, amortecendo a sua queda.Deixe que os mortos enterrem seus mortos...Foi isso o que aquela velha cigana desgraçada disse daquela vez no circo quando decidiu levar a filha ver aquele espetáculo há tantos anos.Maldita a hora que fui ver aquelas cartas... GENARA ESTAVA COM A FILHA de cinco anos de idade quando o circo chegou na cidade, e tudo aquilo era extraordinariamente mágico, principa
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CAPÍTULO 7 - GLADYS VIERMOND
Gleide estava crescendo e já era uma menina que chamava a atenção pela beleza exuberante que irradiava, seu apelido era Esmeralda, devido seu livro favorito, O corcunda de Notredame, de Victor Hugo, era magra, com seios Espanhóis sobressalentes e protuberantes, seus olhos verdes cristalinos e um cabelo encaracolado que saltava os olhos.Não nega a sua descendência cigana...Seu pai já não sabia mais o que fazer para conter os inúmeros pedidos de casamento, ele sabia que mais dia ou menos dia teria que tomar uma decisão, ela gostando ou não, o dinheiro que tinha levado para Paris estava quase no fim, daria para eles manterem seus pequenos luxos por apenas três meses, depois disso estariam à mercê de seus próprios destino, assim como todo bom cigano gostava de viver.— Vou facilitar para você, meu anjo.— Não quero saber de
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CAPÍTULO 8 - TÂNIA COPELLI
Os médicos já haviam desenganado Genara quanto ao destino da pobre garota, tudo o que a medicina poderia fazer por ela já tinham feito, o que esperavam agora era por um milagre ou o mais perto disso, e foi exatamente o que aconteceu.Certo dia, logo pela manhã, Tânia simplesmente acordou bem, como se absolutamente nada tivesse acontecido com ela.— Realmente não sei o que dizer, Genara... eu...Genara segurou a mão do doutor com suas duas mão balançando de alegria.— Ela é um milagre, doutor, sempre foi...— Não tenho como discordar disso.— Nem Deus discordaria, doutor... nem Deus...Genara ainda se lembra de tudo como se tivesse sido ontem quando a sua filha lhe trouxe a notícia.***— ESTOU GRÁVIDA, mamãe.Genara abraçou a filha.— Deus seja louvado, minha querida...
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