Início / Mistério / Cidade dos Mortos / Capítulo 21 - Capítulo 30
Todos os capítulos do Cidade dos Mortos: Capítulo 21 - Capítulo 30
77 chapters
Ela nos libertou
Eu estou à espera de Channel, parada em frente ao canteiro de rosas.Não fiquei nada feliz ao ouvir que precisava falar com ela e fazer com que concordasse com o nosso plano, eu e ela não nos damos nada bem e eu quero o máximo de distância possível entre nós duas. Claire entendeu errado nosso relacionamento, porque eu sou tudo menos próxima daquela garota esquisita. Quanto mais ela se aproxima mais sinto vontade de sair correndo, corram digo para os meus pés, mas eles não me obedecem, então fico parada vendo-a chegar mais e mais perto, ela não olha para mim, olha para o chão, como se nem percebesse minha presença. Seu rosto está inchado, como se tivesse batido em alguma coisa. — O que você quer? — Ela pergunta sem olhar para meus olhos me enchendo ainda mais de fúria.— Preciso da sua ajuda.Ela n&atild
Ler mais
Mas apesar de tudo ela nunca foi como nós
Minha vida passada havia sido miserável, e eu sabia muito bem disso, a certeza era tão absoluta como a de que o céu era azul, a certeza era tão absoluta como a de que eu iria morrer. Minhas pesquisas feitas com Lian apontavam na mesma direção, todos que eram os próximos pareciam estar sempre exaustos, cheios de olheiras profundas, sem conseguir dormir, tendo visões esquisitas, e todos eles estavam há tempo demais na cidade, como se fossem um pedaço de queijo passando da sua validade. E eu estava exatamente assim, dormir era um luxo, todas as noites eu sonhava com minha prima, pobre como eu, uma vida horrível, eu me lembrava de ter sido sequestrada com ela, além de ter sido forçada a matar um homem para protege-la, o que vinha depois já era um borrão que eu não conseguia enxergar, talvez meus pais tenham conseguido pagar um resgate para nós duas, talvez eu tenha fugido de lá, talvez eu tenha passado a vida com aqueles homens, mas não importa muito o caminho que t
Ler mais
A rosa branca nunca foi vermelha
10 dias para o Natal.— Como?Foi a única coisa que conseguiu sair da minha boca ao ouvir as palavras de Channel. Matei uma pessoa.Eu ainda achava que não havia escutado direito Matei uma pessoa. Mentira.Matei uma pessoa. Não podia... não podia ser verdade.— Matei e é isso, esse foi meu crime e estou pagando por ele.Mentira. Mentira. Mentira.Meus olhos se enchem de água.— Quem...?— Não é da sua conta — Ela diz friamente desviando o olhar.Me disse que matou, mas não irá me dizer quem. Maldita garotinha de cabelos brancos, sinto minhas mãos tremerem enquanto pergunto:— Por que me contou isso?— Porque você não está entendendo, sua idiota — Ela diz ferozment
Ler mais
Ela não precisava da tinta que nos fantasiava
O dia da minha morte está próximo, e por mais pronta que eu pensei que estivesse não estou, pensei que não me importaria quando chegasse a hora, mas aqui estou eu, roendo as unhas pensando na possibilidade do dia em que vão me levar, o medo me atinge como um soco no estômago, aquele medo inesperado. Achei que teria feito tudo que precisava, deixando os arquivos com Lian, escrevendo o diário, mas agora não me sinto nada pronta, sinto como se ainda houvesse uma parte do quebra-cabeça que não resolvi, algo grande, e que não posso ir embora enquanto não o descubro. Guardo o resto das anotações no galpão, talvez seja inútil continuar a investigar quando meu tempo já é tão curto, mas sei que esse ciclo precisa ser quebrado, Green Lake precisa morrer, os segredos uma hora terão de ser revelados, e mesmo que o ciclo não acabe comigo, terá de ser com outra pessoa. Continuo a organizar minhas anotações, as escondendo no esconderijo do galpão dia após dia, meus pensamentos
Ler mais
É divertido brincar de ser quem não somos
Para um bem maior Ela estava perdida, estava completamente sozinha, largada, abandonada, rejeitada, ninguém a queria, ninguém lançava mais do que dois olhares a ela, era quase invisível, e quando alguém a notava tudo que se havia nos olhares era desprezo, medo. "Que criança esquisita" As vozes perseguiam a todo lugar que ia, ela estava sobrevivendo apenas de restos jogados ao chão, de roubos pequenos, mas não tinha mais forças para roubar e ninguém mais jogava restos para ela, as lixeiras estavam em escassez. Não havia mais nada para a pobre Channel. Se sentou perto de um pedaço de papelão roubado, tentando não pensar na barriga roncando, tentando não pensar sobre o frio ou a exaustão que percorria seu corpo, ela estava faminta, estava com frio e mais do que tudo estava cansada. Quando fechou os olhos tudo que pensou era que o mundo havia sido cruel com ela e que morreria como um fantasma. Morreria como se nunca tivesse exist
Ler mais
Fingir que sou boa
Para um bem maior Ela acordou.Ela não sabia como tinha acordado, achou que estaria morta a essa altura, tinha certeza que não sobreviveria, mas mesmo assim ela abriu os olhos e se viu em um lugar diferente, em uma outra rua, em um outro local. Sentiu um cheiro bom, cheiro de carne ela pensou enquanto ouviu seu estômago comendo seu corpo, ele brigava com ela, sabia que se não se alimentasse ela iria morrer em poucas horas. Deixou o cheiro da carne a guiar, sonhou com uma peça enorme de uma carne sangrenta e quente, sonhou com aquilo que ela sabia que não teria.Imaginou que se quando morresse iria para o céu, imaginou se lá ela teria um banquete, um banquete que ela nunca teria, imaginou o gosto da comida quando ela fosse para o céu. Imaginou que quando morresse sua vida de dor e sofrimento acabaria, que ela nunca mais sentiria fome, que ela nunca mais sentiria frio, mas continu
Ler mais
Fingir que sou merecedora de paz
Essa vai ser provavelmente a minha última anotação, a última que irei fazer antes que seja levada, sou Sofia Pérez, e espero que alguém encontre isso.Por muito tempo analisei e percebi que quanto mais tempo se ficava em Green Lake mais cedo você ia embora, por muito tempo me achei a próxima, que eu era a que estava a mais tempo, mas esses dias enquanto olhava para a garota de cabelos brancos percebi um enorme e claro erro em meus cálculos.Channel está a mais tempo que eu, e estava há mais tempo do que pessoas que já foram levadas, enquanto percebia isso notei uma coisa: Ela não é uma candidata, não sei o motivo, não sei porque ela é a única que não some estando aqui há tanto tempo, e duvido que ela mesma saiba, mas a verdade é que ela não é a próxima, e jamais vai ser.Ler mais
Eu fui feita para matar
Estava quase amanhecendo quando acordei, com a cabeça cansada por tudo que havia acontecido no outro dia, não queria pensar naquilo e muito menos que alguém as soubesse, eu tinha uma dívida com Yara e sabia disso. Me aproximo de Claire que dorme como um anjo na cama ao lado, totalmente despreocupada, ela parecia se sentir normal mesmo após do sumiço de Maria, eu parecia ter sido a que mais se culpou ou se traumatizou, talvez porque a culpa tivesse sido minha e unicamente minha. Farta dos pensamentos culposos eu visto um roupão que estava enfiado no armário e desço as escadas, o sol mal acordou lá fora e a chuva que havia durado uma boa parte da noite já havia ido embora.Passo pela mansão indo em direção à biblioteca, aonde era meu novo refúgio, ia para lá quando não conseguia dormir, lia algum livro qualquer e depois ia embora, de vez enquanto rouband
Ler mais
Mesmo que ela tenha nos pintado de branco
— O que achou sobre o lugar Emma? Orange e Blue aguardavam a minha reação, talvez a reação assustada e o caos que isso causaria em mim fossem maiores do que a recompensa que pediram.— Eu achei... — Eu não sabia o que de fato achei — Por que tentaram esconder isso de mim? A garota mais velha deu de ombros.— Acho que não queriam que você tivesse medo daqui. Medo? As pessoas desaparecidas já não era o suficiente? — Acho que queriam apagar a lembrança de que aquele lugar existe, não fica exatamente na nossa cidade, mas é perto o suficiente para ser considerado daqui. Era como se eles achassem que se pudessem ignorar o fato daquilo existir poderiam apagá-lo. Penso sobre aqueles corpos apodrecidos... devem estar ali a anos, eu mal conseguia ver algum traço humano naquilo. <
Ler mais
Por dentro eu sempre…
O dia antes da tragédia sobre Green Lake havia sido marcado pela passagem de uma das doutoras, uma inferior que tinha o trabalho de cuidar dos moradores e da cidade, a mesma que havia trazido Emma até o local, todos ficaram felizes com a sua visita, Emma mais ainda, afinal quem melhor para responder suas perguntas do que uma das organizadoras do local?  — Como está Maria? Ellen perguntou a doutora Karen enquanto a servia de um maravilhoso chá de pêssego e um pedaço de torta de maçã.— Tivemos poucas notícias a seu respeito, ela queria poder reconstruir sua vida, como sabem fazemos pesquisas aqui com todos vocês, aqueles que estão aptos para uma vida lá fora e querem podem ir, Maria estava apta, e queria ir.Ellen e uma boa parte das pessoas suspiraram de alívio na sala de estar, Claire estava sentada ouvindo tudo tamb&eacu
Ler mais