Início / Mistério / Cidade dos Mortos / Capítulo 11 - Capítulo 20
Todos os capítulos do Cidade dos Mortos: Capítulo 11 - Capítulo 20
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Não deveria estar em meio a nós
Sofia havia acolhido Lian quando ele mais precisava, e ele fazia de tudo para compensa-la, havia marcado piqueniques, encontros no lago, tirava fotos e tudo ao seu alcance para faze-la sorrir, e embora no começo fizesse isso apenas para compensa-la ele sabia que esse motivo era apenas uma desculpa, a verdade era que Lian gostava da companhia dela.E com o tempo, ele foi aprendendo a ama-la, amar estar ao lado dela, havia apenas duas coisas que pareciam estragar um romance entre os dois: primeiro a amiga loira que estava sempre com ela, Claire não gostava de Lian, não por ter algo contra ele, apenas se frustrava com a amiga que ás vezes passava mais tempo com ele do que com ela, o que era um exagero e ele poderia até dizer que era mentira, Sofia ficava muito mais com ela.O outro problema envolvia a própria Sofia, que parecia confusa demais em relação a ele, alguns dias dizia que o amava, em outros o ignorava completamente, Lian ficava em segundo ou terceiro plano na vida dela, com o te
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E então ela era a luz
— Realmente... me desculpe pelo que fiz.Eu e Lian estamos caminhando na floresta no meio da noite despreocupados, já estava bem tarde, solto um suspiro, era vergonhoso pensar em tudo que fiz, estava tão cega pela minha ambição de encontrar Sofia que acabei não vendo algumas coisas que eram óbvias.— Tudo bem... acontece todo dia — Ele diz sorrindo — Ser ameaçado e acusado de sequestrador. Por mais que seu tom seja em brincadeira eu solto um soquinho em seu braço, o fazendo rir. — Eu... eu tinha certeza que era você — Digo me explicando — Não acredito que cheguei tão longe para no fim não ser, mas bem, vou deixar isso de lição. — Vou anotar isso, nunca sequestre alguém, nem ameace com uma faca e também não diga que a envenenou apenas como blefe — Ele diz ao meu lado. Faço uma careta para ele que ri como se tivesse apenas fazendo uma piada.— Você parece estar levando numa boa tudo isso, se eu fosse você estaria muito brava nesse momento.— Então fique feliz por eu não ser você, sin
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A bela em meio a todas as feras
Pego um dos poucos vestidos de festas que tinha no meu armário, verde escuro bem simples com mangas curtas, mas mesmo assim me sentia muito estranha usando ele, parecia exagerado para apenas um jantar, bobagem digo para mim mesma, é um jantar especial, eu preciso estar bem arrumada. Mas também não me sentia nada pronta para ir em um jantar no momento, não faz muito tempo desde que li o diário de Sofia com Claire.E descobri que ela foi de fato raptada, levada por alguém.Claire chorou o tempo todo desde que o leu, completamente acabada, passando os dias deitada na cama, o que é normal eu acho, depois de tudo que leu naquele diário... ela não quis conversar sobre aquilo comigo, apenas chegamos a conclusão de que ela foi levada por alguém e que iríamos atrás dela, eu havia feito um acordo comigo mesma, eu iria achar Sofia, e então... eu veria o que fazer depois, poderia ir embora, achar meu caminho...Cada vez mais perdida, eu estava cada vez mais perdida sobre o que queria, sabia que nã
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Ela era um erro maravilhoso
Louise me acompanha até a floresta para que eu não tenha que ir sozinha, o que me deixa aliviada, não queria mesmo voltar andando por meio dessa floresta medonha, ainda mais quando há pessoas desaparecidas por aí.— O que achou da minha cidade? — Ela pergunta ao meu lado. — Achei maravilhosa — Respondo — Você tem sorte de estar com pessoas que tem amam.— Acredito que eu tenha mesmo.A maior parte do caminho é silencioso apenas acompanhado dos barulhos das folhas sendo esmagadas por nossos pés. Minha mente é uma confusão, não consigo parar de pensar sobre todo aquele lugar... estranho. Eles me deixaram intrigada em vários momentos, mas bem seria mal educado perguntar?Você é especial Emma.Algo em mim me diz... que eu só preciso de um pouco de paciência, mas paciência para que?— Chegamos no lago, você se vira daqui né?Eu concordo com a cabeça, mas penso... como ela vai para casa?— E você, como vai voltar? Não quer dormir aqui hoje? — Ofereço — Está muito escuro para andar sozinha,
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Com um balde ela nos pintou
Acordo no meio da noite com o corpo tremendo, sinto minhas roupas grudadas em mim e encharcadas de suor. Um pesadelo. Digo a mim mesma. Foi apenas um pesadelo. Mas mesmo que continue a repetir as mesmas palavras de novo e de novo, elas não me convencem, meu corpo continua tremendo, e tudo ainda parece errado, como estar deitada na cama de Sofia, na cama que não deveria ser minha, e o fato de que ela não está mais aqui, Sofia não está aqui, tudo isso parece errado e confuso. Escuto Claire se remexer na cama ao lado e corro até o banheiro, antes que ela me veja no estado em que estou, quando fecho a porta a primeira coisa que eu faço é ligar a torneira. Ok, o que está acontecendo comigo? Por que eu sonho e vejo Sofia em todos os lugares? Ela não está aqui, eu nunca a vi de verdade, por que essa garota parece ser um quebra cabeça tão grande para mim quando não sei nem quem ela de fato é? Por que quero tanto encontra-l
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Nós não precisamos ser vermelhos
O palácio era lindo, com luzes brilhantes, com bancos de ouro, as estrelas no chão e as crianças no teto. Tudo nele era belo, como se os anjos tivessem o feito, parecia uma igreja, algum lugar santo, seja como fosse, era de fato, um palácio. Aonde Louise foi comigo, aonde sua família, todos aqueles presentes no jantar viviam, em White Rose, que era como Green Lake, mas menor, e mais belo. Mas ainda sim... nele havia tantos segredos, quem eles eram, o que faziam e mais importante de tudo, o que aquelas pessoas escondiam? Cuidado, a palavra dentro da torta sussurrando em meu ouvido, cuidado com a cidade de mentira. E mesmo assim, eu acreditei naquele lugar, acreditei em Louise e naquela cidade que agora, não passava de nada. Ou melhor, não passava de um galpão. Cuidado, a palavra sussurrava, cuidado. Mas aos poucos senti aquela palavra ser substituída por outra, ficando cada vez mais forte em minha cabeça: Louca.Ler mais
Nós seremos como ela
Louise estava desaparecida, assim como todos que vi em White Rose, talvez os desaparecidos estivessem brincando comigo, mas isso não fazia sentido, o jantar, dizer que é uma cidade vizinha... por que eles fariam isso comigo? Não teria como tirar as casinhas dali, não teria como tirar a igreja dali. Eu precisava aceitar o fato de que tudo aquilo não existiu, que sempre foi coisa da minha cabeça. Ou talvez... ou talvez fosse um sinal, como Edith disse, talvez eles quisessem falar algo. Eu estava cansada daquilo e os olhares dos outros sobre mim deixavam tudo pior, por isso eu saio do galpão sem dizer uma só palavra.Estava cansada daquilo.— Emma...Não fico surpresa que Claire tenha me seguido para fora, ela está curiosa, está decidindo se eu sou completamente maluca ou se só tive algum surto. Se eu estava apenas tendo algum tipo de alucinação.&mda
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Seremos a harmonia e a paz
Em um piscar de olhos a garota sumiu.Algo que eu queria absurdamente a momentos atrás. Queria perguntar mais coisa, queria perguntar aonde estava Sofia, quem seria a próxima vítima, o que eu tinha que fazer. Por que raios ela me diz o que tenho que fazer e não como? Seria tão mais fácil se ela simplesmente me dissesse: Ela está lá, vai lá pegar ela e todos os seus problemas serão resolvidos. Por algum motivo as aparições nunca dizem o que tem que dizer e ficam dando enigmas inúteis. Maldita alucinação, maldita garotinha imaginária. Mas mais do que tudo preciso descobrir o que aquilo era, Edith estava certa.... um aviso.— Emma...?Claire observava de pé do outro lado, está é claro preocupada comigo, querendo saber o que havia acontecido.— Você está bem? Você saiu assim de repente... 
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Eles achavam que éramos rosas brancas
Estava escuro demais para ver direito qualquer coisa, mas continuei mesmo assim, continuei andando enquanto arrastava algo pesado. Estava arrastando uma pessoa. Não era assim que meu plano havia sido montado, mas desde que conseguisse era isso que importava. E assim continuei, todos já estavam dormindo, ninguém poderia ver caso o contrário tudo estaria a perder, mas mesmo se alguém acordasse estava tudo bem, tinha algo para lidar com essa situação. Então arrastei a garota pesada até a biblioteca e ali puxei um livro pesado e grosso até se abrir a porta. O local tinha um cheiro ruim, cheirava a sangue, arrastei a garota ali e depois coloquei na máquina.Estava tudo pronto.— O que vai acontecer quando a máquina terminar? — Perguntei a pessoa que estava atrás de mim.— Você não precisa se preocupar com o depois — Ele me disse — O que importa é o agora.Balancei as mãos com rapidez, estava feliz, eu havia feito, eu consegui. Iria deixar meus senhores orgulhosos.
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Não éramos mais vermelhas
Os pesadelos me procuravam e me arrastavam até a mais profunda escuridão dos meus pensamentos, dormir ficava cada vez mais impossível, toda vez que dormia eu era obrigada a ver todas as coisas que eu tentava não ver, obrigada a pensar em tudo aquilo que eu mais evitava pensar, obrigada a encarar os medos nos quais eu não me sentia pronta para encarar.Ao invés de enfrentar aquilo, ao invés de dar de cara com meus medos, eu corria para um refúgio, deixando de dormir, passando as noites em claro na biblioteca. Aquele dia era mais um desses, estava prestes a deixar o quarto quando um livro escondido debaixo do meu travesseiro me chamou, aquele que eu havia encontrado jogado perto dos cacos durante a noite quando ouvi aquele barulho vindo da biblioteca, eu até mesmo havia o esquecido, mas naquela noite, ele me chamou, como quem quisesse ser lido, e eu como uma tola, o escutei.Isadora Nogueira dos Santos, a
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