ANTON Fazia mais de um ano que eu estava ali – talvez quase dois -, no escuro, sozinho e completamente vazio por dentro. A única coisa que me mantinha vivo era o segundo batimento em meu peito, me mostrando que, em algum lugar, Ully continuava viva. Tenho certeza que Luca tinha a intenção de me ver minguar pouco a pouco, porque eu recebia uma refeição rala por dia, passada por uma portinha na porta totalmente fechada. Eu nunca mais tinha visto o rosto de outra pessoa. Estava tão magro que todos meus ossos estavam aparecendo, o cabelo era uma confusão emaranhada e a barba muito comprida. Isso tinha me incomodado por um tempo, mas depois eu tinha apenas me resignado. 
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