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LUCA            Ainda parecia uma loucura que Adriane, sempre tão submissa, cheia de tremores e olhares assustados, era aquela mesma mulher que andava com o queixo erguido pela rua. Eu me conformava em a seguir seus passos, aonde quer que estivesse indo, já que não saberia o que fazer de qualquer jeito.            Não estava disposto a voltar para Ully, não conseguia nem pensar nela sem frustração. Acreditei que o que tínhamos era especial, mas no fundo ela estava mais próxima daquele grandão do que de mim, que chamava de namorado.            No momento eu estava mais preocupado com um abrigo para minha mãe e eu.            -
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LUCA            Tudo ia bem, sob controle. Nós comíamos o que era possível encontrar na floresta e seguíamos andando sem muito rumo. Até que a chuva começou, tão forte que era impossível encontrar um lugar seco, e comecei a ficar preocupado.            - Precisamos de um abrigo melhor. – falei, sentado num galho alto, encharcado e com frio.            - Vamos seguir adiante. – Adriane batia o queixo – Para as montanhas.            - O que, diabos, vamos fazer lá? – reclamei.            - Cavernas. – ela saltou do galho que estava.  
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ULLY            Acordei, totalmente ciente do meu rosto contra o peito nu de Anton, e senti as gotas de chuva tocando meu corpo suavemente – não mais uma tempestade, mas ainda assim insistente – e imagens da noite anterior começaram a surgir rapidamente.            No mesmo instante uma pontada incômoda surgiu no meu peito.            - Ai. – reclamei colocando uma das mãos no local dolorido.            - Já vai passar. – Anton disse enquanto passava mais fortemente o braço ao meu redor.            Mas não passou.        &
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ULLY            - Anton? – Zander repetiu com as sobrancelhas franzidas.            Dana parecia aliviada de nos ver, juntando nós três num abraço incomum e desajeitado, ela respirou aliviada. Era a primeira grande demonstração de afeto que eu recebia, o que era um pouco recompensador, mas bem constrangedor.            - Você não deixa de ser impulsiva por um segundo. – ela reclamou, e assim pareceu mais com minha mãe.            - Anton? – Zander repetiu se aproximando de nós.            - Sim. – Anton respondeu se desvencilhando do abraço.&
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ULLY            A expressão de Anton era irritada, muito diferente de todas que tinha mostrado desde o reencontro. Luca era um ponto sensível que ambos estávamos ignorando com a ideia de que ele não apareceria de novo, na opinião de Anton, ou tão cedo, na minha opinião.            - Eu não sei bem... – olhei nervosamente para os lados.            - Está com medo que ele nos veja? – ele estreitou os olhos.            - Claro que não. – protestei – Estou pensando em Dana.            Anton respirou fundo e apoiou as costas na árvore.&nb
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ULLY            Os dias seguintes foram, no mínimo, complicados. Enquanto Anton e eu trocávamos olhares, sem que conseguíssemos nos controlar completamente, Luca nos observava a distância, e eu ficava completamente sem graça quando meus olhos cruzavam com os seus.            E ainda tinha o problema de não ter conseguido ficar sozinha com Anton depois que chegamos. Sentia tanta falta dele, de poder conversar sem precisar pensar em cada palavra, que estava a ponto de abrir a situação para todos.            Dana também me observava com interesse. Devia achar muito estranho meu silêncio resignado, a falta de perguntas de como poderia melhorar a situação. A verdade é que eu ainda
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ULLY            Eu não enxergava absolutamente nada do lado direito.            Anton tinha gritado tanto que todo mundo apareceu para ver a briga entre os dois enquanto fui colocada gentilmente com as costas apoiadas contra um tronco de árvore. Não consegui ouvir nada que Luca dizia, principalmente depois que outras pessoas surgiram e Dana entendeu o que se passava.            Houve uma segunda briga, entre Dana e a mãe de Luca, que não consegui acompanhar porque a dor estava me vencendo uma segunda vez.            Quando tudo se acalmou Dana e Anton me disseram que Luca e Adriane estavam em outra caverna mais adiante, sozinhos, e me levaram para a nossa caverna, ond
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LUCA            Sentado no canto da nossa caverna eu me sentia engaiolado. Havia tanta raiva e irritação dentro de mim... Mas também muita culpa que eu não conseguia colocar para fora porque estava proibido de chegar perto de Ully.            - Acho que nós devíamos ir embora. – minha mãe parecia mais conformada do que eu.            Não que estivesse feliz, isso tinha sido quando podia ficar entre seu povo, mas depois de brigar comigo pelo que eu tinha feito, parecia conformada em aceitar que teríamos que nos virar por nós mesmos.            Eu ainda não tinha parado de brigar comigo mesmo pelo que tinha feito, mas por
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SEGUNDA PARTE LUCA            Acordei e sentei na minha cama, sentindo o lençol escorregar pelo meu tronco nu, para me espreguiçar esticando os braços acima da cabeça. Pude ver o sol nascendo pela parede lateral do quarto, que era toda de vidro e as cortinas estavam completamente abertas, enquanto me levantava.            A primeira coisa do dia era tomar o café da manhã que alguém já deveria ter servido. Eu adorava ser servido, mas odiava encontrar estranhos pelo meu apartamento. Isso era rigorosamente respeitado, depois que ameacei um dos homens o pendurando pela janela por apenas um minuto.            Realmente tudo estava lá, cuidadosamente co
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ULLY            Acordei, mas estava tão confortável que apenas me aconcheguei mais ao corpo de Anton. Ele passou o braço gentilmente ao meu redor, enfiou o nariz entre meus cabelos e puxou o ar suavemente.            - Bom dia. – falei escondendo o rosto em seu peito.            - Bom dia. – seus lábios tocaram minha testa.            Nunca pensei que seria tão bom estar com alguém dessa forma, indo dormir e acordando todos os dias juntos, mas com Anton era fácil. Nós nos encaixávamos muito bem, entendíamos um ao outro e conseguíamos respeitar as diferenças. Mas o principal é que nós confi&aacu
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