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50 - SENTINELA
Eu a segui até um corredor onde se encontravam o rei e o papa aguardando perto de um grande arco de pedra fechado por cortinas vermelho-escuro estampadas com o brasão de Nova Roma e com babados dourados, tal como o tapete do meu quarto. No outro lado, som de multidão. Mais atrás, Taramar, três humanos que reconheci como generais, uma dúzia de militares e paladinos de patente menor. Por fim, os escravos de luxo de toda essa gente. Percebi que entraríamos todos nesta ordem: rei, Wlyn de um lado e papa do outro; atrás Taramar e os generais; eu, junto com os militares menores e, por úl
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51 - DISCURSO
Virei-me para andar e percebi que o rei, com Wlyn e o papa, já tinham passado pelo arco de pedra tendo as cortinas escancaradas. O orador que os anunciara aos berros, agora noticiava os nomes de cada um dos generais que entravam. As trombetas tocaram apenas para chamar a atenção para a entrada do rei e as centenas de convidados que enchiam o salão de festas do castelo cochichavam, conversavam e aplaudiam aos entrantes. Prosseguiu dessa forma até que eu e os militares entrássemos, recebendo aplausos um pouco menos acalorados, enquanto o orador citava de forma genérica o grupo no qual euLer mais
52 - BAILE
Os músicos do outro lado do salão começaram a tocar música ambiente suave e todos os convidados acomodaram-se nas mesas de jantar. Depois, serviçais entraram em grande número com os mais diversos pratos, tigelas, bandejas e gamelas com farta comida. Desperdício sem limites. Eu comparava os  humanos a porcos naquela ocasião: comiam com a boca aberta, deixando cair comida ao chão, na mesa e na própria roupa. Alguns esfomeados lambuzavam-se por inteiro. Percebi, no entanto, que nem todos eram assim. Taramar, por exemplo, nem mesmo tocou na comida. Apenas bebeu vinho. Uma jarra de vinho servida exclusivamente para ela pelo escravo pessoal. Ler mais
53 - ENFEITIÇADO
Caminhamos furtivos nos esgueirando pela penumbra dos corredores pouco iluminados do castelo até chegarmos aos meus aposentos. Entramos e fechamos a porta rápido, fazendo o mínimo de barulho. Por sorte a porta não rangia como outras que eu vira. A única janela do aposento, sempre aberta, despejava para dentro, raios de lua cheia mais do que suficientes para nossos objetivos. Ela, atrevida me beijou. Os lábios quentes. Tirou as luvas de couro e pendurou-se em meu pescoço delicada. As mãos, antes geladas, agora também quentes. Não demonstrou em nenhum momento a impulsividade animal que 
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54 - INEBRIADO
— Dryfr. Eu ouvia uma voz suave sussurrando meu nome ao longe. Era um sussurro macio, quente. — Acorda, Dryfr. Aquela voz me era familiar e ficava cada vez
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55 - PARTIDA
Quando passei pela porta principal do palácio rumo ao pátio, com o sol a pino, Laius vinha em minha direção. — Wlyn pediu para encontrá-lo. Venha, teu cavalo está pronto e esperando para partirmos. Eu o segui sem nada dizer e ele me conduziu ao mesmo cavalo que usei para chegar à cidade. O animal me esperava ao lado da carruagem. Todos m
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56 - ARMAS
Cheguei ao Velho Vale e fui recebido no salão do ancião. Junto dele, um jovem dragão de Aço que eu conhecia apenas de vista. Era o discípulo do Sábio Fwlyr. Depois que cumprimentei ao Mestre, o jovem me foi apresentado formalmente. — Este jovem é Flysh, discípulo e filho de Fwlyr, o Sábio de Aço. Os dois têm a missão de patrulhar a fronteira de Ûnya e Nova Roma. Creio que as informações que ele me traz, interessar-te-ão, Dryfr.Ler mais
57 - EXAUSTA
Algum tempo depois cheguei a minha casa e entrei voando até o grande salão principal, iluminado por alguns orbes de luz e pela fogueira que aquecia o ovo. Wyryn dormia em sono tão profundo que não acordou quando cheguei, o que me causou preocupação, pois era sinal de que ela fizera viagens astrais. Não teria outra maneira de se cansar tanto. Fiquei apreensivo. Quanto tempo permanecera viajando para precisar de um sono tão profundo para se recuperar? — eu me perguntava. — E o mais importante: o que teria ela descoberto nas viagens?Ler mais
58 - ÛNOS
À medida que me aproximava de Quatro Pontas, percebia as mudanças que os humanos promoveram ao longo de séculos de exploração. Era madrugada avançada, mas com minha visão privilegiada, eu via tudo. Lembrei de como sentira falta dos meus sentidos aguçados enquanto humano. Quatro Pontas era uma lindíssima região de Nosso Planeta, farta em espécies vegetais e animais como em nenhum outro lugar. A variedade de minerais também era considerável. A região é formada por uma cordilheira que se divide em quatro cadeias de montanhas. Dentro desses grupos existem v&aacut
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59 - PONTES
Havia movimentação, ao contrário das misteriosas barracas. Eles agrupavam-se de dez em dez, puxando um total de quarenta e sete pesadas carroças montanha acima. Seguiam em fila, embora espaçada, para o mesmo ponto. A escuridão, para eles é claro, era quase total o que denunciava a intenção sorrateira. Sete grupos ao que parece, já tinham chegado ao destino e foi aí que entendi o que acontecia. Eram os canhões de pólvora negra descritos pelo Mestre, um a um sendo posicionados sobre a montanha, no lado ûno do rio Estrela do Nordeste, em um ponto bem abaixo da
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