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Foi terrivel assistir minha mãe morrendo aos poucos com a ausência do meu pai, eles eram um casal incrivel, sempre me trataram muito bem, me sentia amada por eles, mas com os lobos companheiros, quando um morre, o outro vai logo em seguida, por não aguentar a dor de estar sem seu par.

Minha mãe sempre conversou muito comigo, e sempre manteve contato com sua amiga de infância Marta, ela teve a sorte de encontrar seu par em outra matilha, a do sul, e foi embora com ele, lá ela explica que foi um choque de realidade, o tratamento é completamente diferente da matilha do norte, muitos não conhecem a realidade dos ômegas da nossa matilha.

Minha mãe também era da matilha do sul, e no baile anual encontrou meu pai, eles se amaram desde o primeiro minuto que se viram, e eu sinto muito a falta deles, só espero que meu par me ame tanto quanto meus pais se amavam.

Fico viajando em pensamentos enquanto faço o meu serviço, até a hora do almoço, temos lugares diferentes, a elite come na casa da matilha, o cheiro que vem de lá é incrivel, mas um ômega só pode entrar com autorização, ou quem trabalha lá dentro, eu nunca entrei lá, então não faço a menor ideia de como é lá dentro, mas por fora, é um prédio enorme, com janelas enormes de vidro espelhado, de seis andares, o último andar é onde o alfa Ruan reside com a luna Mercedes e os filhos Matt, o mais velho e futuro alfa da matilha, que agora fez 18 anos, e o mais novo Miguel, que tem 12 anos.

O baile deste ano está todo focado em Matt encontrar sua destinada, já que em breve ele assumirá o trono no lugar do pai, a expectativa sobre ele está grande.

Matt é um cara alto, com musculos e algumas tatuagens espalhadas pelo peitoral até as costelas, parece ser bem mais velho pelo porte dele, seu cabelo castanho, liso, e olhos claros como mel, um Deus grego eu diria, mas quem sou eu pra ficar admirando muito, outra coisa importante sobre os da elite, eles odeiam que os olhem nos olhos, sempre quem alguém de hierarquia superior a um ômega está falando ou passando, não podemos olhá-los ou encará-los, é como uma baita falta de respeito, já vi uma ômega levando um tapão no rosto por simplesmente olhar de relance enquanto a luna passava por ela. A marca da mão dela ficou por horas no rosto da ômega.

Quase não vemos pessoas da elite na rua, são mais os empregados, seguranças e guerreiros.

Volto para casa exausta depois de mais um dia cansativo, moro na casa dos meus pais ainda, é uma casinha simples, num bairro um pouco distante do centro, com algumas ladeiras, mas vou andando até lá, quase uma hora de caminhada até em casa, as ruas são calçadas por pedras, e as casas sempre juntinhas onde os ômegas residem, mas aqui a comunidade se ajuda, a noite está chuvosa então, claro, cheguei enxarcada em casa, vou direto pro banho, e quando saio, visto meu pijama, e vou até a cozinha preparar algo rápido para comer, assim que termino, lavo a louça e vou pro quarto me deitar e começar novamente tudo de novo amanhã.

Me deito e fico mexendo no celular vendo videos e ouvindo música até cair no sono, e de novo, sonhando com a minha transformação, o momento em que finalmente vou poder deixar a minha loba correr solta por ai, livre.

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