Ao sair da casa de Maurício, me senti um completo fracasso. Levei horas para voltar para casa, vagando pelas ruas sem rumo. A sensação de perda era insuportável. Ela havia me deixado claro que não me queria mais, que estava me "liberando". Queria acreditar que ela estava fazendo aquilo para ficar com Maurício, mas sabia, lá no fundo, que não era só isso. Eu era, direta ou indiretamente, o culpado pelo seu afastamento. Se a perdesse, seria por minha culpa, e essa certeza me dilacerava. Sabia que Maurício faria de tudo para conquistá-la. Ao chegar em casa, Marli veio correndo me abraçar. __"Ivy voltou?", perguntou, esperançosa. Balancei a cabeça negativamente. __"Mas eu quero que Ivy volte!", ela insistiu. __ "Ela não vai voltar", respondi, a voz embargada. "Ivy decidiu nos abandonar." Meu grito ecoou pela casa, e Marli subiu para o quarto, chorando, deixando-me ainda mais culpado. Eles não tinham conseguido me segurar. Scarlett, que me observava o tempo todo, se aproximou
Nos últimos dias, comecei a trabalhar em uma lojinha de roupas de grife no centro da cidade. Estava organizando as peças quando, para minha surpresa, Scarlett apareceu. _O que faz aqui? nao venha me dizer que comprar roupas. Só uma peça vale mais do que sua alma ironizou ___Diferente de certas pessoas, "Estou trabalhando", expliquei. Ela fez pouco caso: ___"Deve ser difícil... um dia era amante de um bilionário, outro dia uma simples empregadinha." Não respondi, apenas perguntei: __"O que você quer?". Ela começou a experimentar vestidos, rejeitando todos com um ar superior. __ "Não achei nenhum", disse, com um sorriso que eu sabia ser sarcástico.__ "Acabou a oferta, Não tem mais nenhum que eu possa te mostrar. Agora você está me ajudando a vender." A provocação era evidente. Eu sabia que o plano dela não era comprar, mas sim me irritar, e a vontade de reclamar para a gerente e gritar de ódio era imensa.Ela, propositalmente, derrubou alguns manequins. __"Por favor, n
O calor do despeito ainda me queimava o peito, uma brasa incandescente que me consumia por dentro. Era um sentimento visceral, cruel, que me corroía as entranhas. Perder Ivy para Maurício, aquele sorriso cínico e aquele olhar de quem sabe exatamente o que quer, tinha sido o estopim. Aquele casamento com Scarlett, uma farsa orquestrada pela minha própria dor, já estava falido antes mesmo de começar. Era um ato de vingança, um troco barato, uma tentativa desesperada de machucar quem me machucara. Mas o gosto amargo da mentira permanecia.Enquanto ajustava o nó da gravata, o tecido fino e áspero contra a minha pele, as lembranças me assombravam como espectros. O dia em que fui até a casa de Maurício, procurando Ivy, estava gravado em minha memória como uma ferida aberta. Eu estava decidido a reconstruir nossa relação, a consertar os pedaços quebrados do nosso amor. Havia planejado tudo: Scarlett ficaria em um dos meus apartamentos, longe de mim, e contrataria uma enfermeira para cu
Chegamos ao hotel cinco estrelas, um magnífico edifício com vista para a Torre Eiffel. Quando Ivy despertou, seus olhos se arregalaram diante da vista deslumbrante. Ela olhou para a torre, iluminada e majestosa, e a expressão em seu rosto era de pura fascinação.___Que incrível! Tudo é ainda mais lindo do que eu imaginava. ela disse com os olhos brilhando Para mim, não era novidade – eu havia nascido aqui, então era normal –, mas adorava ver a reação da Ivy.__“Amanhã faremos um tour pela cidade e você poderá ver tudo bem de perto”, prometi.__“Parece tudo um sonho”, ela sussurrou.__“Estar aqui, casado com você, parece um sonho, Ivy.” Ela sorriu, e senti meu mundo balançar um pouco.___“Que tal um banho juntos, na banheira?”Ela assentiu com a cabeça. Notei que estava entrando em um terreno delicado. Ela já tinha me falado do seu trauma, então faria tudo devagar, com calma. Enchi a enorme banheira de água, colocando óleos essenciais, sais de banho e algumas velas. Queria algo espe
A vida nunca me foi tão bela como é agora, tenho tudo o que tenho sonhado durante toda uma vida, uma família de verdade. Observo Marli e o caçula da família o pequeno Billy de apenas três anos de idade enfeitando a grande árvore de Natal colocando bolinhas coloridas e lantejoulas, parecem bastante feliz, suas gargalhadas alegrando a imensa mansão... Me ajeito melhor no sofá ao sentir uma inconveniente fisgada no pé da barriga,nisto billy grita:___mamãe....Marli pegou todas as bolinhas e não quer me dá nenhuma..___ não seja egoista Marli dá uma bolinha para seu irmão..___ mas mãe ivy, ele nem sabe colocar? ___ ensine ele então filha, lembra que você é a irmã mais velha..__ está bem mamãe...Criança dá trabalho e só de pensar que é vem mais dois para compor a família Nisto meu marido que tinha ido buscar a mãe no aeroporto chega acompanhado pela mesma,Marli e Billy vem correndo abraçar a avó ,ele adorava ela..Jeremy me dá um beijo na boca e outra no avantajado ventre de nove mes
Me olho pela décima vez no espelho , o vestido preto e os comportados sapatos de saltos medianos não me pareciam mais tão adequados, suspiro frustrada essa entrevista de emprego é a minha última oportunidade de sair do apavorante desemprego e dessa espelunca que vivo à décadas , no entanto apesar da vida difícil que venho tendo não me arrependo de ter fugido de casa à oito anos atrás. As dez horas em ponto estou em frente à mansão moreau assim que disse meu nome fui recepcionada a uma sala de estar onde havia outras meninas aguardando a sua vez de ser entrevistada também, notei que a maioria das minhas concorrentes estavam muito bem vestidas e com aquele ar prepotente e seguro de si, queria estar segura de mim porém à verdade é que estava tremendo. Minutos depois leona uma das meninas que estavam sendo entrevistada no escritório saiu do mesmo aos berros assustando a todas nós que aguardávamos nossa vez. __ Maldito , não necessito da droga de seu trabalho Uma voz potente retu
Observo com um sorriso o rosto doce da minha filha Marli, melado de sorvete. Ao seu lado está Diana, a sua nova babá. Ela era esperta e eficiente; esperava que Marli gostasse dela. A última babá tive que colocar na rua exatamente porque minha filha não suportava ela.Meu telefone tocou. Era a minha assistente pessoal. Logo pedi licença às duas e fui atender do lado de fora da sorveteria._“Jeremy Moreau falando…”disse ao atender o telefone. _“Posso saber por que não tem atendido meus telefonemas?”Soltei um grunhido. Odiava a desnecessária atenção que Karla dava à minha vida. Está certo que é esse o trabalho dela, mas mesmo assim me irritava. __“Estava ocupado, Karla.”_“Temos um concerto marcado para o final do mês e…”Deixei de ouvir qualquer coisa ao ver minha filha no meio do trânsito em movimento. O celular caiu no chão ao mesmo tempo que meu coração parou no peito. Sabia que, pela distância em que eu estava, não daria tempo de chegar até Marli antes que o carro a atingisse. F
MINHA ficha ainda não havia caído até o momento em que me vi em frente à mansão moreau, quem diria que ao salvar aquela criança de ser esmagada por carros em alta velocidade eu estaria conquistando o emprego que um dia fui considerada incapaz de exercer. Fui recebida por uma mulher aparentemente apenas alguns anos mais velha do que eu ,ela era bonita e elegante parecia uma daquelas celebridades ,notando o meu escrutínio ela sorriu. ____ Jeremy gosta que seus trabalhadores vistam de acordo com a moda e aliás sou Karla a assistente pessoal dele . ____ sou Yvy ___ sei perfeitamente quem é você , é a heroína que entrou na frente de carros para salvar a vida da filhinha de Jeremy. Ela me recepcionou até o quarto onde ficaria, era espaçoso e moderno, nem parecia o quarto de uma empregada, havia uma cama de solteiro no centro, um criado mudo com um abajur dourado sob o mesmo, uma armário que serviria perfeitamente para mim colocar meus poucos pertences e uma portinha a esquerda que im