Sentada na cafetería numa mesa afastada próximo a janela olhava inquieta para a rua deserta , me sentia mal por ter aceitado me casar com jeremy, eu amava aquele homem mais sabia que minha decisão magoaria Maurício. Momento depois ele se aproximou , seu sorriso era tímido, mas seus olhos brilhavam. Eu sabia que era hora de contar a verdade. __"O que foi?" ele perguntou, sentando-se ao meu lado. "Você parece preocupada." ___Não é nada Chamei o garçom e fizemos nossos pedidos, o café expresso com torrada e geleia me fazendo lembrar do maldito francês. ___ Você está bonita Yvy. Respirei fundo e encarei seus olhos. ___"Maurício, há algo que eu preciso te dizer." Minhas mãos tremiam. " Ele pegou ela entre as suas mãos massageando com carinho. ___ Não me diga que jeremy aprontou novamente? Se ele tiver feito algo eu vou.... Antes que ele terminasse de falar eu gritei: ___ vou me casar com ele Ele franziu a testa, parecia transtornado. ___"Nao acredito ivy que você
A cena ainda estava fresca em minha mente, como se o vinho tinto que manchou meu vestido tivesse se transformado em uma tinta permanente, marcando não apenas a roupa, mas também meu coração. As risadas ao meu redor se tornaram ecos distantes, e a música suave do restaurante se transformou em um zumbido ensurdecedor. Scarlet, com seu olhar provocador e palavras venenosas, havia conseguido me atingir mais uma vez. O que era apenas uma noite de celebração se transformou em um pesadelo.Sem pensar, eu deixei a mesa, , e o ambiente que antes parecia tão acolhedor. Corri para fora do restaurante, o vento frio batendo no meu rosto, misturando-se às lágrimas que eu tentava conter. A cidade estava iluminada, mas tudo parecia tão escuro. Eu precisava de um lugar para me esconder, um refúgio onde pudesse respirar sem sentir o peso das expectativas e dos julgamentos.Entrei em um táxi, minha mente um turbilhão de pensamentos. __“Para onde você vai?”, o motorista perguntou, e eu, sem saber o que
Os dias passaram e a tensão entre Jeremy e eu só aumentava. A cada refeição, o silêncio era tão pesado que eu quase podia ouvir nossos pensamentos se chocando. Marli, sempre tão perceptiva, notou a mudança. Em um desses almoços silenciosos, ela olhou para nós com os olhos grandes e inocentes.__“Vocês estão brigados?”, ela perguntou, quebrando o silêncio como um raio em um dia nublado.__“Não, querida, está tudo bem”, respondi rapidamente, forçando um sorriso que não chegava aos meus olhos. Jeremy apenas assentiu, mas o desconforto entre nós era palpável. A verdade era que eu estava fugindo dele sempre que podia. Quando Marli ia para a escola, eu me trancava no meu quarto ou descia para a cozinha, onde a empregada sempre estava disposta a conversar. Era mais fácil assim. A ideia de ficar sozinha com Jeremy me deixava nervosa. Eu não sabia como lidar com a confusão que sentia, e a presença dele só tornava tudo mais complicado.Mas naquela noite, algo mudou. Eu estava no meu quarto dei
Madri, a viagem de família à casa de praia de Jeremy foi um sonho. Nunca tinha ido à praia antes e estava eufórica. Jeremy queria reacender nossa chama, e a estratégia dele – uma viagem à praia – funcionou perfeitamente. Ao chegarmos, fiquei boquiaberta com a mansão de janelas de vidro. Sabia que ele era rico, mas a magnitude daquela casa me surpreendeu. Marli ficou em um quarto, e Jeremy e eu, em outro. Senti um arrepio ao vê-lo colocando nossas coisas no mesmo quarto. Dormiríamos juntos? Tentei ignorar o pensamento e aproveitar a praia.Passamos um dia incrível na praia. Construímos castelos de areia com Marli, que estava radiante. Parecíamos uma família de verdade. Entramos na água, ficando na parte rasa para vigiar Marli, que se divertia com um colchão inflável.__“Gostando do passeio, Ivy?”, perguntou Jeremy.__“Estou adorando!”, respondi.Voltamos para a casa, tomamos banho e jantamos em um restaurante simples, mais ao meu estilo. Depois, fomos a um parque de diversões, cedendo
De cabeça baixa, fitava o lençol branco, a textura macia contrastando com a aspereza da minha angústia. Um filme passava na minha cabeça, cada cena, cada palavra, ecoando naquela pequena e abafada realidade. Eu sentia o peso do olhar de Jeremy sobre mim, inquisidor, mas também carregado de uma compreensão silenciosa que me dava um fio de esperança em meio ao turbilhão de emoções. Engoli em seco, a garganta seca como deserto. "Eu... eu...", gaguejei, a voz falha, quase inaudível.Jeremy respondeu com a voz suave, um bálsamo em meio à tempestade: __"Pode confiar em mim, amor." Aquela palavra, "amor", ainda me soava estranha, quase um luxo inatingível depois de tudo o que eu havia passado.__"Não tive uma boa experiência, Jeremy...", sussurrei, as palavras escapando como fumaça.__"Estou te ouvindo...", ele disse, sua voz firme, me dando a força que eu não sabia que precisava.E então comecei a contar. Comecei pela minha infância no interior, a vida simples e pacata que fora interro
Nunca imaginei que receberia uma notícia dessas. Quando cheguei em casa depois da praia, a declaração de Scarlett foi um choque. Ouvir, descaradamente, que seria pai… não imaginava. Sim, imaginava ser pai, mas de um filho meu e de Ivy, de nosso filho. A notícia foi um baque profundo, e eu sabia que também o foi para Ivy. Vi isso em seu olhar quando ela saiu, juntamente com Marli , entrando na mansão. Fiquei ali, encarando Scarlett.__ "Você tem realmente certeza?", perguntei, precisando de alguma confirmação, alguma brecha para negar a realidade. Ela, porém, respondeu com uma convicção assustadora: "Claro que tenho. Fui ao médico, fiz o exame, tenho o ultrassom." Ofereci, então:__ "Vou querer ir ao médico com você." Ela concordou:__ "Quando quiser, iremos." Respirei fundo e disse, com a voz firme, apesar do turbilhão de emoções:__ "Não espere de mim nada além da minha responsabilidade com essa criança. Agora, eu tenho uma mulher, e ela precisa da minha atenção. Fique longe
Jeremy só chegou muito tarde, o rosto marcado pela preocupação. Perguntei se estava tudo bem, e a resposta me atingiu como um soco no estômago. __ “Não”, ele disse, a voz rouca. “Tenho uma péssima notícia. Scarlett nao está bem, está muito fraca e anêmica e precisa de muito cuidado, não pode ficar sozinha.” Até ali, eu entendia, compreendia a gravidade da situação. Mas o que veio a seguir me deixou completamente sem chão. Jeremy disse que Scarlett não tinha mais ninguém na cidade, que era impossível deixá-la sozinha, e que a melhor solução era trazê-la para casa, para que ele pudesse cuidar dela durante o período restante da gravidez. Ele implorou, disse que depois que o bebê nascesse, arrumaria um lugar para ela ficar, contrataria uma enfermeira, e que teria mais tempo para mim. Mas para mim, era inconcebível dividir a minha casa com Scarlett. Eu sabia que ela não precisava disso, que havia outras opções. Disse que ia embora, que não conseguiria. Jeremy me implorou de novo, se ajoe
Jeremy me ligou várias vezes, e eu simplesmente deixava o telefone tocar. Não queria falar com ele agora. Maurício até sugeriu que eu atendesse para acabar logo com aquilo, mas falei que não. Não ia atender. Ele havia pisado muito na bola comigo. Eu tinha tentado ser madura, levar tudo numa boa, mas a falta de confiança dele, o fato de ele ter se colocado do lado de Scarlett, foi a gota d'água. Ele devia ter me defendido, acreditado em mim. Mas não fez isso. Ela era uma cobra, e nunca ia mudar, grávida ou não.Eu me sentia péssima. Tudo tinha acontecido tão rápido, e eu estava exausta. "Demoramos tanto para ficarmos juntos... e agora isso", murmurei para mim mesma. Não tinha maturidade nem paciência para continuar lidando com aquela situação. Passei uma noite horrível na casa de Maurício. A bebida só serviu para acalmar um pouco os nervos, mas a raiva ainda me consumia. Eu só queria esquecer aquele momento, esquecer a traição e, principalmente, a falta de confiança de Jeremy em