Cidade dos Vampiros
Na manhã seguinte Irina despertou antes de Hades, a noite fora intensa e cheia de surpresas, mesmo que tenha se arrependido de permitir que ele a tocasse novamente, admitia que tinha gostado, mais do que deveria.
Sua pele continha algumas manchas rochas e marcas de mordidas, assim como a pele de Hades, sentia que devia pôr o seu plano em prática agora, fingir que o perdoara para conseguir informações e recursos, uma vez que sua fortaleza fora destruída.
Infelizmente não podia negar que ter alguém como o braço direito do conselho ao seu lado era vantajoso, uma ajuda que ela prezaria muito se não se tratasse dele.
Levantou da cama cobrindo-se apenas com a camisa de botões que o vampiro usava no dia anterior, olhou-se no espelho observando as mudanças em seu humor que ele sempre provocava. Virou-se ao perceber que Hades se remexia na cama, passando as mãos ao seu redor, procurando-a.
Sem sucesso, abriu os olho
Cidade dos Vampiros Irina estava parada de frente aos portões da enorme mansão de Hades, a qual se igulava em tamanho a sua antiga fortaleza, porém, era extremamente elegante, com tons pastéis e um jardim muito bem cuidado apesar da neve constante. Ao seu lado Senka, o lacaio mais fiel de Hades, esperava pacientemente pelas ordens da rainha vampira. Ela permanecia ali há algum tempo, muitas ideias passavam por sua cabeça, mas começou a pensar que se estava na mansão dele, não teria como esconder seus planos, seus lacaios iriam sempre o estar mantendo informado. Deu alguns passos a frente, respirando fundo, o portão se abriu imediatamente, dois enormes vampiros estavam próximos, guardando tudo e garantindo que nada estivesse fora do lugar. A passagem do jardim que levava a porta da frente era inteiramente feita de pedras, seus saltos ecoavam a cada passo dado, o lugar era extremamente silencioso, sem vozes ou barulhos, apenas o vento s
Conrado caminhava com Zara ao seu lado, em forma de loba, a tempestade não havia caído até aquela noite e já que todos pareciam bem o suficiente para partir, deram início a sua caminhada. Pérola ia mais atrás com Darlan em seu encalço, totalmente concentrado ao redor, vigiando cada sombra, escutando cada som minimamente suspeito, estava apreensivo demais com o silencio dos vampiros, mesmo sabendo que sua companheira era capaz de defender-se sozinha, o instinto protetor não o deixava. O vento soprava mais forte aquele momento, era quase meia-noite e ainda estavam na metade do caminho até Aburblupy. — Pode transformar-se, caso queira. — Conrado virou-se para Pérola — Está muito frio e o caminho é longo, eu já estou acostumado. Ela sorriu balançando a cabeça. — Eu prefiro permanecer na forma humana. — Não precisa se preocupar comigo, não é a primeira vez que eu viajo com um grupo de lobos. — comentou virando para olhar o caminho.
A noite pareceu extremamente longa para Zara, entre permanecer afagando os cabelos de Pérola e desejar que Conrado voltasse logo com notícias sobre Darlan. Estava apavorada, não sabia ao certo como os lobos e feiticeiros reagiriam ao saber que a Pérola não controlava sua própria transformação, que perdia o controle e poderia facilmente atacar qualquer um sem aviso prévio. Queria muito imaginar que todos compreenderiam, mas a julgar que ninguém acreditava que ela era sua filha no início, não podia esperar muito agora. Suspirou enquanto observava a madeira crepitar no fogo da lareira, seus pensamentos pareciam obscuros demais, Zara não hesitaria em bater de frente com qualquer um que ameaçasse sua filha, mesmo sabendo que Pérola era um perigo para outros e ainda mais para si mesma, ela não se importava, iria proteger sua única filha. Durante a madrugada cochilou algumas vezes, despertando sempre que Pérola se mexia. Quando os primeiros raios de
O caminho fora desgastante, porém, a caminhada durou menos do que esperavam, chegaram ao meio-dia sendo levados diretos a casa central de Aburblupy, onde ficava a enfermaria, biblioteca, salas de reuniões e lar de Absalom. O ancião já os esperava em uma das salas de reuniões, sua aparência frágil costumeira era motivo de trazer preocupações a todos, tinham medo que o velho partisse há qualquer momento, sendo ele o detentor da maior parte da sabedoria dos lobos. — Por favor, sentem-se. — apontou para as cadeiras da enorme mesa redonda. Os quatro sentaram-se rapidamente ainda apreensivos, queriam saber de uma vez por todas o que o ancião teria de tão importante para falar. — Fico feliz que tenham vindo rápido... — pigarreou — Primeiramente, meus parabéns Pérola, pelo seu aniversário e primeira transformação. A garota agradeceu constrangida. — Bom, o que direi a seguir é estritamente secreto, algo que não devem contar a ninguém. — começou
Darlan caminhava lentamente próximo aos muros das mansões, suas pernas já conseguiam sustenta-lo, porém, o esforço era maior do que ele estava acostumado, não queria que o carregassem mais, então decidiu andar por si só. Os feiticeiros tinham sido muito bons, quando retirou a faixa, as mordidas estavam bem cicatrizadas, a dor maior era na parte interna, a carne ainda latejava por dentro e os ossos se recuperavam. Conrado o sequia ainda silencioso, depois da discussão de mais cedo, os quatro mal se falaram pelo resto do dia. Pérola ainda estava na sala da mansão de sua família pensativa, não queria ter deixado Darlan ir, mas era necessário, infelizmente para ela sua forma de loba tinha aversão ao seu companheiro, mesmo o reconhecendo, o desprezava e isso era algo que ainda não conseguira superar. Queria ter total controle, estar segura de si, descobrir qual era o problema para então tê-lo de novo ao seu lado. Suspirou exasperada, tudo aquilo er
Zara e Conrado retornavam para casa depois de horas procurando por Leonor, a feiticeira havia realmente desaparecido, ninguém sabia seu paradeiro ou a tinha visto depois do meio-dia, era como se ela simplesmente tivesse “evaporado” no ar, após a conversa que tiveram. Os dois estavam extremamente frustrados, o tempo gasto os esgotara completamente, mas agora tinham total certeza de que havia algo de errado com Leonor, ela não desapareceria simplesmente, se fosse a traidora. — Precisamos tomar mais cuidado a partir de agora. — Conrado disse tenso. A casa da feiticeira havia sido revirada completamente, seus pertences estavam jogados pelo chão, as roupas rasgadas e a capa que ela costumava usar, fora encontrada no quarto, sobre a cama, manchada de sangue. — Primeiro eu quero descansar, conseguir dormir o resto de noite que nos falta, depois pensamos em “tomar cuidado”. — Zara resmungou sonolenta. — A situação é grave, Zara, Pérola e toda a alcate
Aburblupy Quando a manhã clareou totalmente, centenas de vampiros invadiram a cidade escondida dos lobos, metade daqueles que não conseguiram fugir foram mortos e a outra metade capturada. Os que estavam apoiando os inimigos, se encarregaram de guia-los casa por casa, em busca de qualquer um que estivesse tentando se esconder do seu destino cruel, não descansaram até que o último lobo, ou feiticeiro, estivesse sobre domínio. O que antes parecia um lar comum agora tinha suas ruas manchadas de sangue com corpos sendo empilhados na praça em frente à casa central onde o velho ancião, Absalom, encarava a tudo com um sorriso sádico no rosto. A aparência antes frágil e indefesa, agora mostrava apenas um velho bem vestido com a postura ereta e expressão firme, bem diferente do que todos estavam acostumados. Uma farsa, o lobo traidor não passava disso, uma grande mentira inventada por ele mesmo. Irina Samhain caminhava calmamente com
A caverna onde estavam era pequena na parte da frente, com várias pedras pontudas por todos os lados, mas o fundo consistia em um bolsão largo e espaçoso, onde podiam sentar-se ao chão com facilidade, alguns idosos dormiam, assim como as crianças menores. A chegada até ali tinha sido exaustiva para todos, a apreensão tomava conta, queriam chegar logo em outro lugar, que fosse seguro, onde pudessem respirar com um pouco de alivio e ter mais tempo de se preparar sem a “supervisão” dos inimigos. A alimentação fora até boa, a sopa era bem encorpada com muitos legumes e pedaços de carne, um reforço para o que se seguiria durante anoite. O resto do dia passou tão rápido que mal se deram conta que já era hora de partir. Os refugiados partiram com o início da noite, aproveitando que as nuvens se mantinham na frente da lua possibilitando uma passagem mais calma e segura, sem chances de serem avistados, guiados por quatro, dos sete alfas, e cinco, dos dez líder