O FINAL – PARTE 1
Pérola sentiu-se extremamente aliviada por terem chegado a tempo de evitar a catástrofe do novo plano de Absalom, mais uma vez o velho lobo havia se intrometido.
No dia anterior ela fez o possível para encontrar uma forma de conseguir um acordo de paz, no entanto, percebeu que ele não estaria completo se os feiticeiros reclusos, aqueles que não desejaram se juntar aos lobos e mantiveram seus costumes mais antigos, não participassem, eram eles a chave para a paz que ela tanto procurava.
Usou toda a força que tinha para chegar até eles, obviamente não foi fácil convencê-los a ter uma conversa, levou a noite toda enfrentando algumas dezenas para chama atenção suficiente, claro que possuía a vantagem de ser parte feiticeira e isso a ajudou muito na conversa.
Durante o início da manhã tiveram uma longa reunião que lhe pareceu durar muitas horas, quando não foi o caso, por sorte, ou uma grande coincidência, encontrou os de
O FINAL – PARTE 2 Após o confronto na clareira, um clima de tranquilidade reinou entre as raças, três meses haviam se passado e o verão chegara em todo o seu esplendor, os humanos retornaram a sua cidade, assim como Irina, Hades e Senka, parte dos habitantes de Aburbuply também deixaram Novamur Bemybri e alguns lobos resolveram se instalar no antigo refúgio. O acordo estava pronto, com a ajuda de todos os governantes que adicionaram contribuições importantes na criação do documento, em poucos dias seria assinado. Convites foram enviados aos representantes de cada raça, Pérola sentia-se satisfeita com tudo o que haviam feito, nem ela mesma era capaz de acreditar no que acontecia, e sua felicidade aumentava ainda mais quando soube da notícia do nascimento da filha de Hades e Irina, a qual ainda não tinha conhecido, mas pretendia o fazer em breve. A reunião tão esperada aconteceria em Novamur, nos próximos dias já se preparavam para rece
Dois anos depois... Os humanos evoluíram bastante desde o encontro dos representantes de cada raça para a assinatura do documento que mudou a forma como viviam, novas construções forma feitas, puderam reformar os muros da cidade, nomeada de Homicivite, e pareciam estar indo bem, devagar é verdade, porém, não desistiam de se adaptar a liberdade. Era comum agora haver vampiros, lobos e feiticeiros pelos arredores ou mesmo hospedados nas estalagens da cidade dos humanos, mesmo que nem todos estivessem de acordo com a paz, mas, o esforço era válido. Já na cidade vampírica, agora chamada apenas de Vampicivita, o clima era tenso ainda, havia ainda uma separação dentro dos muros, um lado aceitou facilmente o acordo de paz e convivia harmonicamente, o outro lado permanecia irredutível, desejavam a volta dos velhos tempos e recusavam-se a aceitar outras criaturas perambulando na cidade, a aversão era ainda maior quando se tratava dos lobos. Irina, Hades e os outros novos conselheiros faziam
PRÓLOGODurante séculos, lobos e vampiros lutaram uns contra os outros pela supremacia de raça.Enquanto os lobos guerreavam de forma justa, seus inimigos eram ardilosos e cheios de artimanhas, as quais utilizavam para se sobressair, sem se importar com honra ou mesmo piedade.Há vinte anos nascera uma criança, uma loba de pelagem vermelha como sangue e olhos brancos como neve. Segundo a lenda, seria esta criança que colocaria um fim à guerra, diferente de seus ancestrais, a loba de pelagem vermelha era a mais poderosa de todas as criaturas, nascida da união entre uma loba e um feiticeiro.Contudo, antes de completar seu primeiro ano de vida, a criança foi levada pelas sombras sem deixar nenhuma pista, procuravam avidamente em todos os cantos possíveis, até que se encontrou o corpo jogado sobre a neve, completamente seco e sem vida.Sem esperanças, os lobos se refugiaram em um único lugar, uma fortaleza onde se mantém protegidos dos ataques dos vampiros, que a cada dia ganhavam mais me
A carruagem seguia em alta velocidade, já que era guiada pelos cavalos vampiros do rei Enrico Dartagnan, um dos mais temidos e cruéis seres já existentes. Dentro da mesma, estava apenas uma única vampira, Penélope, a filha caçula e bem protegida, a qual não se tinham muitos registros, nem sobre sua aparência, nem sobre sua força de destruição. Ao redor, os guardas de Dartagnan estavam atentos, ao todo vinte e oito vampiros montados em seus cavalos, sedentos por sangue. Mais longe, pelos lados, um grupo de lobos se esgueirava, à espreita, prontos para atacar antes que chegassem perto das terras do rei onde seria impossível atacar sem chamar atenção. Num aval silencioso, o segundo grupo que esperava logo adiante, se mostrou na pista atraindo a atenção de metade dos guardas, que os seguiram sem pestanejar, crentes de que sairiam vitoriosos. Há muito não se tinha notícias da presença dos lobos, essa era uma cena rara, porém, garantiria prestigio diante de Dartagnan, quem matasse um in
Na manhã seguinte, Penélope abria os olhos com a sensação de estranheza. Não estava mais na cela, pelo contrário, se encontrava em um quarto grande, limpo e completamente tomado pelo cheiro de Darlan... como ela sabia é que era a incógnita. As peles fofas e quentinhas se amontoavam ao seu redor e um colchão muito macio a amparava, se sentia tão bem, calma... — Dormiu bem? Darlan estava a sua frente, com uma bandeja cheia de frutas, caldos quente e pães frescos. Involuntariamente um enorme sorriso se formou em seu lábio, seu coração estava aquecido e feliz, ele se importava com ela afinal, ou não teria todo esse trabalho em tirá-la da cela e agora alimentá-la. Colocando a bandeja sobre o criado mudo, sentou-se ao lado dela. — Dormi maravilhosamente bem. — responde. Darlan lhe devolve um sorriso, o mais lindo que ela já vira, instantaneamente se aproximou e o abraçou forte. — Darlan, o que você fez comigo? — questionou em sussurros. — O mesmo que fizera comigo. — sussurrou de
Após uma semana, Penélope sentia-se um pouco mais segura junto a alcateia, porém acreditava não se encaixar entre lobos guerreiros e feiticeiros poderosos. O que ela era? Uma garota assustada que mal conseguira sobreviver até aquele momento, portanto, nem um pouco útil a eles. — Sei que está muito frio, mas precisa aprender a se defender. — Darlan lhe entrega um bastão longo — Ficarei menos preocupado dessa maneira. Ela o apanhou com as mãos vacilantes, durante todos esses anos, Dartagnan tinha cuidado para que não aprendesse qualquer tipo de auto defesa ou ataque, queria que fosse totalmente submissa a ele. — Eu não tenho certeza se estou pronta... — Por que acha isso? — questionou confuso. Abaixando levemente a cabeça, sentiu-se constrangida em ter que repetir seus pensamentos em voz alta. — Perderá parte do seu tempo comigo, quando poderia fazer algo mais importante. — Se eu pudesse, não sairia de seu lado, e
Haviam acordado bem cedo, Darlan não contara sobre Zara, mas esperava que ela aparecesse. — Está bem mais frio do que ontem. — Penélope resmungou. Ele se aproximou afagando os braços dela, mesmo com os casacos, sentiam uma mudança drástica no clima, como o presságio de algo, sem indícios se seria bom ou ruim. — O clima irá amenizar em breve. Entregou o bastão a ela, que o pegou com certa dificuldade por causa das luvas grossas. — Iremos continuar de onde paramos, você ainda está com receio de atacar. Escutaram passos lentos na neve, olhando para os lados, Darlan enxergou Zara, parecia sóbria e bem mais disposta do que o normal. — Zara... — Sem comentários, Darlan. — disse se aproximando — Então, esta deve ser Penélope. Chegou mais perto, parando abruptamente enquanto encarava a moça. Os olhos cor de creme com círculos azuis eram idênticos aos de sua falecida filha, não tinha como negar a imensa coincidência.
Penélope levantou próximo a hora do almoço. Estava faminta, não tinha feito o desjejum e nem ao menos sabia a hora que Darlan iria acordar. Mesmo sabendo que Aisha estava à espreita, preferiu se arriscar indo até o refeitório, tinha plena certeza de que ela não a atacaria em um lugar cheio. Saiu do quarto, fechando a porta lentamente, indo rumo as escadas, quando saíra ao lado de fora, o clima estava bem frio, o sol quase não se fazia presente aquele dia, mesmo sendo quase meio-dia. Caminhou pela neve, que parecia mais espessa do que mais cedo. O refeitório já estava quase lotado, uma fila se formava enquanto tentavam se servir e o habitual falatório, resmungos, gritos e risadas. Era estranho para ela, os vampiros não se juntavam para “comer”, tendo em vista que se alimentavam de sangue humano, na fortaleza de Dartagnan tudo era frio e silencioso, um cenário triste e pouco convidativo. Aguardou um pouco do lado de fora, esperav