A cidade das Sombras estava silenciosa, como se o próprio ar tivesse se aquietado em reverência ao poder que pulsava nas ruínas à sua volta. Kael e Lírica continuavam sua jornada através das ruas desertas, agora mais alertas do que nunca. O ser misterioso, encapuzado e com olhos dourados brilhando na escuridão, continuava os observando com uma intensidade quase palpável.Kael sentia a tensão em seu peito aumentar, como se a presença daquela entidade estivesse sugando a energia do próprio ambiente. Ele não confiava nela, mas sabia que não tinha escolha. Precisavam de respostas. Precisavam entender o que o Coração de Noctis realmente era e como poderiam destruí-lo antes que ele os consumisse por completo.O ser se movia com uma leveza sobrenatural, como se seus pés nunca tocassem o solo. Ele se aproximou de Kael e Lírica com uma calma inquietante, seu sorriso vazio refletindo uma confiança de quem sabia mais do que queria revelar.— Você veio até aqui em busca de respostas, mas nem toda
A revelação feita pela figura encapuzada ainda ecoava como um trovão nos pensamentos de Kael. A cidade das Sombras, tão desolada e hostil ao redor deles, parecia absorver a tensão, como se as próprias ruínas respirassem ao ritmo dos seus corações inquietos. Lírica permanecia ao lado de Kael, os olhos fixos nele, analisando cada mínima reação. O silêncio entre eles não era vazio; era preenchido com dúvidas, medos e perguntas que ainda não ousavam ser ditas.Kael finalmente quebrou o silêncio, a voz rouca como se a própria verdade estivesse arranhando sua garganta.— Eu sou a chave para o Portal. O que isso realmente significa? — Ele encarou a figura misteriosa, seus olhos brilhando com determinação, mas havia um toque de exaustão. Kael estava cansado de segredos, cansado de meias-verdades. Ele precisava de respostas.O ser encapuzado inclinou levemente a cabeça, como se estivesse ponderando como responder. Os olhos dourados dele brilharam com uma intensidade que parecia queimar a alma
O silêncio da cidade das Sombras era agora uma presença viva, pulsante, como se as ruínas observassem cada movimento de Kael e Lírica. O peso das revelações do ser encapuzado ainda pairava sobre eles, como uma tempestade à beira de explodir. As palavras "sacrifício" e "escolha" ecoavam incessantemente na mente de Kael, misturando-se ao murmúrio distante do Coração de Noctis dentro dele.Lírica segurava a mão dele firmemente enquanto caminhavam, tentando transmitir um conforto que ela mesma não sentia. A escuridão ao redor parecia ganhar forma, quase tangível, e com cada passo, o ar ficava mais pesado. A sensação de serem observados era constante.— Kael, precisamos decidir o que fazer. Não podemos simplesmente continuar andando sem rumo. — Lírica quebrou o silêncio, sua voz baixa, mas firme.Kael parou, olhando para o horizonte nebuloso. Ele sabia que ela estava certa, mas as palavras do encapuzado continuavam martelando em sua mente. Ele não queria acreditar que o destino deles já es
As ruínas da cidade das Sombras eram um labirinto interminável. Cada beco e esquina pareciam levar ao mesmo ponto, como se o próprio lugar estivesse tentando aprisioná-los. Kael e Lírica caminhavam em silêncio, o peso do confronto anterior ainda pulsando entre eles. O ar estava carregado, não apenas com o cheiro de poeira e pedra antiga, mas com algo mais sombrio, uma energia quase tangível que fazia os pelos de Kael se arrepiarem.Lírica caminhava ao lado dele, seus olhos atentos a cada movimento. O silêncio de Kael preocupava-a. Desde que o encapuzado havia desaparecido, ele parecia mais fechado, mais preso dentro de si mesmo.— Você está quieto demais. Isso não é bom. — Ela quebrou o silêncio, sua voz suave, mas firme.Kael parou, os olhos fixos em um ponto no horizonte. Ele segurava o Coração de Noctis em uma das mãos, sentindo seu peso pulsar contra sua pele. Era como segurar algo vivo, algo que parecia sussurrar em uma língua que ele não entendia, mas que instintivamente sabia s
O ar ao redor deles estava pesado, quase opressor. Kael e Lírica seguiram o velho por mais alguns minutos até chegarem a uma enorme caverna subterrânea, onde as paredes estavam cobertas por runas que pareciam vibrar com uma energia ancestral. O som de suas botas ecoava suavemente no chão de pedra fria, enquanto o velho caminhava à frente, imperturbável, como se conhecesse o caminho de cor.Kael sentia o Coração de Noctis pulsar em seu peito, mais forte do que nunca. Era como se a rocha ao seu redor estivesse viva, respirando junto com o artefato que ele carregava. Ele sentia que a escuridão do lugar queria engolir tudo ao seu redor, mas ao mesmo tempo, ele não conseguia se afastar do seu destino, como se o Coração estivesse puxando-o para um ponto sem volta.Lírica caminhava ao seu lado, seus olhos atentos a tudo o que os cercava, mas, ao mesmo tempo, seus pensamentos estavam voltados para Kael. Ela sabia que o tempo estava se esgotando, que o Coração estava tornando-se mais dominante
O vento cortava a floresta como um sussurro sombrio, carregando promessas de perigo. Kael e Lírica moviam-se em silêncio, seus passos sincronizados enquanto mergulhavam cada vez mais fundo no coração de um território desconhecido. A perseguição pelos caçadores havia cessado, mas a tensão entre eles ainda era palpável. O Coração de Noctis pulsava com uma energia desconcertante, um lembrete constante de que o destino de ambos estava em jogo.Lírica parou de repente, levantando a mão para indicar que Kael também fizesse o mesmo. Seus olhos, sempre atentos, fixaram-se em uma clareira à frente. No centro, havia uma construção antiga, uma espécie de altar feito de pedra negra. As marcas nas superfícies eram familiares, as mesmas runas que haviam encontrado na cidade das Sombras.— Esse lugar... — Lírica murmurou, seus olhos arregalados. — É como se ele estivesse nos chamando.Kael hesitou, o brilho escuro do Coração intensificando-se em resposta à proximidade do altar.— Ou nos atraindo par
A clareira parecia menor à luz da manhã, mas a presença do altar ainda pairava como um peso invisível sobre Kael e Lírica. Ambos haviam passado a noite em silêncio, cada um imerso em seus próprios pensamentos. O sacrifício que lhes fora apresentado não saía da mente de nenhum dos dois, mas, enquanto Lírica procurava soluções, Kael começava a aceitar a possibilidade de que seu destino já estivesse selado.Eles seguiram pela trilha, deixando o altar para trás, mas seu impacto continuava vivo. A floresta parecia mais densa, os sons mais abafados, como se o mundo ao redor refletisse a tensão crescente entre eles.— Não é só o Portal que precisamos temer. — Lírica disse, quebrando o silêncio. — Essas criaturas que vimos na visão... elas são mais do que meras sombras. São fragmentos do mal que o Portal mantém preso. Se ele se abrir, o mundo não sobreviverá.Kael parou, seus olhos brilhando com intensidade enquanto olhava para ela.— E é exatamente por isso que não podemos hesitar. Se sentar
A noite parecia mais escura do que o habitual, como se o confronto com Malik houvesse perturbado o equilíbrio da própria floresta. Kael e Lírica se moviam em silêncio, seus corpos e mentes ainda cansados da batalha. Mas o peso maior vinha das palavras de Malik. Ele sabia algo que Kael não entendia totalmente — algo sobre o Coração de Noctis e o poder que ele carregava.— O que ele quis dizer com aquilo? — Lírica perguntou finalmente, quebrando o silêncio. — Que o Coração vai consumi-lo?Kael apertou o punho ao redor do medalhão em seu peito, sentindo o calor pulsante contra sua pele. Era um lembrete constante de sua ligação com o artefato, e, apesar de suas tentativas de controlá-lo, ele sabia que havia uma verdade sombria nas palavras de Malik.— O Coração é uma arma, Lírica. Uma arma que escolheu a mim, mas que também me manipula. Cada vez que o uso, sinto como se uma parte de mim fosse consumida.Lírica parou, segurando o braço dele para que se virasse e a encarasse.— Então vamos