O silêncio da cidade das Sombras era agora uma presença viva, pulsante, como se as ruínas observassem cada movimento de Kael e Lírica. O peso das revelações do ser encapuzado ainda pairava sobre eles, como uma tempestade à beira de explodir. As palavras "sacrifício" e "escolha" ecoavam incessantemente na mente de Kael, misturando-se ao murmúrio distante do Coração de Noctis dentro dele.Lírica segurava a mão dele firmemente enquanto caminhavam, tentando transmitir um conforto que ela mesma não sentia. A escuridão ao redor parecia ganhar forma, quase tangível, e com cada passo, o ar ficava mais pesado. A sensação de serem observados era constante.— Kael, precisamos decidir o que fazer. Não podemos simplesmente continuar andando sem rumo. — Lírica quebrou o silêncio, sua voz baixa, mas firme.Kael parou, olhando para o horizonte nebuloso. Ele sabia que ela estava certa, mas as palavras do encapuzado continuavam martelando em sua mente. Ele não queria acreditar que o destino deles já es
As ruínas da cidade das Sombras eram um labirinto interminável. Cada beco e esquina pareciam levar ao mesmo ponto, como se o próprio lugar estivesse tentando aprisioná-los. Kael e Lírica caminhavam em silêncio, o peso do confronto anterior ainda pulsando entre eles. O ar estava carregado, não apenas com o cheiro de poeira e pedra antiga, mas com algo mais sombrio, uma energia quase tangível que fazia os pelos de Kael se arrepiarem.Lírica caminhava ao lado dele, seus olhos atentos a cada movimento. O silêncio de Kael preocupava-a. Desde que o encapuzado havia desaparecido, ele parecia mais fechado, mais preso dentro de si mesmo.— Você está quieto demais. Isso não é bom. — Ela quebrou o silêncio, sua voz suave, mas firme.Kael parou, os olhos fixos em um ponto no horizonte. Ele segurava o Coração de Noctis em uma das mãos, sentindo seu peso pulsar contra sua pele. Era como segurar algo vivo, algo que parecia sussurrar em uma língua que ele não entendia, mas que instintivamente sabia s
O ar ao redor deles estava pesado, quase opressor. Kael e Lírica seguiram o velho por mais alguns minutos até chegarem a uma enorme caverna subterrânea, onde as paredes estavam cobertas por runas que pareciam vibrar com uma energia ancestral. O som de suas botas ecoava suavemente no chão de pedra fria, enquanto o velho caminhava à frente, imperturbável, como se conhecesse o caminho de cor.Kael sentia o Coração de Noctis pulsar em seu peito, mais forte do que nunca. Era como se a rocha ao seu redor estivesse viva, respirando junto com o artefato que ele carregava. Ele sentia que a escuridão do lugar queria engolir tudo ao seu redor, mas ao mesmo tempo, ele não conseguia se afastar do seu destino, como se o Coração estivesse puxando-o para um ponto sem volta.Lírica caminhava ao seu lado, seus olhos atentos a tudo o que os cercava, mas, ao mesmo tempo, seus pensamentos estavam voltados para Kael. Ela sabia que o tempo estava se esgotando, que o Coração estava tornando-se mais dominante
O vento cortava a floresta como um sussurro sombrio, carregando promessas de perigo. Kael e Lírica moviam-se em silêncio, seus passos sincronizados enquanto mergulhavam cada vez mais fundo no coração de um território desconhecido. A perseguição pelos caçadores havia cessado, mas a tensão entre eles ainda era palpável. O Coração de Noctis pulsava com uma energia desconcertante, um lembrete constante de que o destino de ambos estava em jogo.Lírica parou de repente, levantando a mão para indicar que Kael também fizesse o mesmo. Seus olhos, sempre atentos, fixaram-se em uma clareira à frente. No centro, havia uma construção antiga, uma espécie de altar feito de pedra negra. As marcas nas superfícies eram familiares, as mesmas runas que haviam encontrado na cidade das Sombras.— Esse lugar... — Lírica murmurou, seus olhos arregalados. — É como se ele estivesse nos chamando.Kael hesitou, o brilho escuro do Coração intensificando-se em resposta à proximidade do altar.— Ou nos atraindo par
A clareira parecia menor à luz da manhã, mas a presença do altar ainda pairava como um peso invisível sobre Kael e Lírica. Ambos haviam passado a noite em silêncio, cada um imerso em seus próprios pensamentos. O sacrifício que lhes fora apresentado não saía da mente de nenhum dos dois, mas, enquanto Lírica procurava soluções, Kael começava a aceitar a possibilidade de que seu destino já estivesse selado.Eles seguiram pela trilha, deixando o altar para trás, mas seu impacto continuava vivo. A floresta parecia mais densa, os sons mais abafados, como se o mundo ao redor refletisse a tensão crescente entre eles.— Não é só o Portal que precisamos temer. — Lírica disse, quebrando o silêncio. — Essas criaturas que vimos na visão... elas são mais do que meras sombras. São fragmentos do mal que o Portal mantém preso. Se ele se abrir, o mundo não sobreviverá.Kael parou, seus olhos brilhando com intensidade enquanto olhava para ela.— E é exatamente por isso que não podemos hesitar. Se sentar
A noite parecia mais escura do que o habitual, como se o confronto com Malik houvesse perturbado o equilíbrio da própria floresta. Kael e Lírica se moviam em silêncio, seus corpos e mentes ainda cansados da batalha. Mas o peso maior vinha das palavras de Malik. Ele sabia algo que Kael não entendia totalmente — algo sobre o Coração de Noctis e o poder que ele carregava.— O que ele quis dizer com aquilo? — Lírica perguntou finalmente, quebrando o silêncio. — Que o Coração vai consumi-lo?Kael apertou o punho ao redor do medalhão em seu peito, sentindo o calor pulsante contra sua pele. Era um lembrete constante de sua ligação com o artefato, e, apesar de suas tentativas de controlá-lo, ele sabia que havia uma verdade sombria nas palavras de Malik.— O Coração é uma arma, Lírica. Uma arma que escolheu a mim, mas que também me manipula. Cada vez que o uso, sinto como se uma parte de mim fosse consumida.Lírica parou, segurando o braço dele para que se virasse e a encarasse.— Então vamos
A Montanha do Crepúsculo ergueu-se diante de Kael e Lírica como uma fortaleza esquecida pelo tempo. Seus picos cobertos de névoa e as encostas íngremes pareciam impenetráveis. A jornada até ali havia sido longa e cheia de perigos, mas agora, o verdadeiro desafio estava apenas começando.Nyra não os acompanhara, mas suas palavras ecoavam nas mentes dos dois. A Essência da Aurora, escondida nas profundezas da montanha, era a única esperança para purificar o Coração de Noctis e impedir o caos iminente.Lírica olhou para Kael, a determinação em seus olhos refletindo a força de sua ligação.— Acha que ela estava escondendo algo? Sobre o que realmente vamos enfrentar aqui?Kael apertou o medalhão ao redor do pescoço, sentindo seu calor pulsante.— Tenho certeza de que ela estava. Mas isso não muda nada. Nós temos que fazer isso. Juntos.A Floresta Sombria da BaseA base da montanha era cercada por uma floresta densa e estranhamente silenciosa. Os galhos das árvores formavam arcos altos, com
O som do grito reverberou pelas paredes da caverna, carregado de uma energia que fez os pelos de Kael se arrepiarem. Lírica apertou a adaga em sua mão, seus olhos varrendo a escuridão à procura da origem daquele som.— É ele. Malik está aqui. — Kael murmurou, seu tom baixo e carregado de tensão.— Ele não viria sozinho. Devemos nos preparar. — Lírica respondeu, sua postura rígida, mas seu olhar determinado.Eles não tiveram tempo de planejar. A escuridão ao redor começou a se mover, como se tivesse vida própria. Das sombras, figuras começaram a emergir: guerreiros esqueléticos envoltos em energia negra, semelhantes às criaturas que enfrentaram antes, mas muito mais ameaçadores.E então ele apareceu.Malik surgiu com sua aura imponente, os olhos brilhando com um vermelho intenso. Ele trajava uma armadura negra, e o cetro em sua mão emanava uma energia pulsante, como se a própria essência do mal estivesse concentrada nele.— Kael, Lírica... Vocês têm algo que me pertence. — Sua voz ecoo