Os dias haviam se estendido de forma arrastada, mas ao mesmo tempo, pareciam ter passado rápido demais. Isabele, desde a última discussão com Álvaro, havia tomado uma decisão que a consumia: evitar ao máximo o contato com ele. No entanto, essa tarefa parecia impossível. Morando sob o mesmo teto, os encontros se tornavam inevitáveis, e ela não conseguia afastar o sentimento de que o destino parecia, de algum modo, forçá-los a se cruzar. Mas havia algo ainda mais doloroso: o medo de que Álvaro descobrisse que ele era o pai de Davi. A cada gesto que via entre ele e o garoto, um peso insuportável apertava seu peito. Como ela poderia manter o segredo por mais tempo? Como poderia esconder o fato de que ele jamais soubera que tinha um filho? O medo da reação dele, o receio de que isso poderia machucar Davi, a paralisava. Na sua mente, o silêncio parecia ser a única escolha, mas isso a consumia por dentro. Havia algo mais. Desde a última discussão, Álvaro se tornara mais distante. Não havia
— Vem, Lucas, vamos embora. Nem vou perder meu tempo apresentando você a esse ogro, Me conta tudo sobre sua vida, afinal, estamos há tanto tempo sem nos ver! Lucas, com o sorriso maroto que sempre carregava, deu uma última olhada em Álvaro antes de se afastar. Ele percebeu na hora: o olhar de Álvaro não tinha nada a ver com um "meio-irmão protetor", mas com um homem absolutamente consumido pelo ciúmes. Ele estava agindo como se outro macho Alfa tivesse invadido seu território, e isso, de alguma forma, fez Lucas sorrir internamente. Ele sempre gostou de provocar as pessoas, de brincar com as reações dos outros, e ali, naquele momento, ele sabia exatamente o que estava fazendo. Sem pensar muito nas consequências, Lucas se aproximou de Isabele e, com uma ousadia que ele mesmo não esperava, lhe deu um selinho rápido nos lábios . Ele sabia que estava arriscando muito, sabia que aquele homem grandalhão ,que parecia ter um temperamento explosivo poderia voar para cima dele a qualquer mom
— Então, eu sou um ogro? — disse ele com voz baixa, tensa, a raiva quase visível. — Pelo jeito, é por isso também que me despreza, não é? Você queria que eu fosse um almofadinha como seu querido Lucas? — Não fale assim dele — Isabele respondeu, mantendo-se firme, mas com um brilho de desespero nos olhos. — E sim, você é um ogro. E tem razão em uma coisa: ser um "almofadinha" é ser gentil e educado, como ele. Eu realmente prefiro um "almofadinha" a um ogro. Agora, me solta, Álvaro! Você está me machucando! Álvaro não deu sinal de que iria parar. — Vem comigo — ele ordenou, a voz carregada de uma frieza implacável. — Não vou a lugar nenhum com você — Isabele disse, sua coragem se renovando pela raiva crescente. — Por que não continua me ignorando, como estava fazendo até agora? Vai procurar a sua noiva e me deixe em paz! A resposta de Álvaro foi um grito abafado, mais uma explosão de raiva reprimida. — Porque não é ela que eu quero, porra! É você! — Se acha que so
Álvaro terminou de tirar a camisa e a jogou no chão. Antes que Isabele conseguisse escapar, ele agarrou seu pulso e a puxou com força contra seu corpo musculoso. — Eu quero que você entenda de uma vez por todas que é minha e não será de mais nenhum homem. Aquele Lucas pode ter sido seu amante e sempre será o pai de Davi, mas ele nunca mais será nada para você — disse ele, tomando os lábios de Isabele em um beijo possessivo e implacável. Ela não correspondeu ao beijo e, em vez disso, mordeu seu lábio com força. Mas isso não fez com que ele a soltasse. Ele emitiu um gemido de dor e continuou a beijá-la com intensidade. — Você disse que nunca me forçaria a nada, mas está fazendo exatamente isso porque não aceita que eu não quero você! — Esbravejou Isabele, lutando contra ele. Álvaro a jogou na cama e ficou sobre ela, prendendo seus pulsos acima de sua cabeça com uma das mãos. Com a outra mão, ele deslizou pelo seu rosto até chegar a um de seus seios e começou a acariciar o mamilo
Chegava a noite e Isabele estava deslumbrante. O vestido longo e justo se aderiu a cada curva de seu corpo com perfeição, deixando todos ao redor sem fôlego. Ela estava pronta para o jantar com Lucas. Cada elogio que recebia a fazia brilhar ainda mais, mas não havia como negar o olhar de Álvaro, que a observava com admiração e um desejo incontrolável. Ele também estava impecável, com um terno italiano preto feito sob medida, que realçava seus músculos de maneira muito atraente ,mostrando a força que aquele homem possuía não só fisicamente mas em muitos outros aspectos. — Pelo jeito, meu querido, vamos jantar apenas nós três, você, Davi e eu — disse Angélica, sorrindo, enquanto chegava na sala de braços dados com Gabriel e segurava a mão de Davi. — Nossos filhos resolveram jantar fora. Gabriel, com um sorriso tranquilo, olhou para os dois filhos. — Isabele, com certeza, vai jantar com o Lucas, aquele rapaz muito simpático, e você, meu filho, vai jantar com a sua noiva, não é?
Logo depois ele se despediu de todos na sala ,mas seu olhar se voltou para Isabele, um tanto calculado, antes de ele, em tom de brincadeira, se dirigir aos outros: — Será que pode me acompanhar até o carro, minha querida meia-irmã? Preciso conversar a sós com você. Pai, Angélica e Lucas, não me levem a mal, mas é que estamos nos dando tão bem que já estamos compartilhando segredos. Isabele, desconfiada e irritada com o tom irônico, deu um sorriso curto e forçado, mas não disse nada. Sabia que aquilo era apenas mais uma das jogadas de Álvaro, um jogo de poder que ele adorava brincar. Ela já estava pronta para sair com Lucas, mas ele, educado e sempre calmo, interrompeu com um sorriso tranquilo: — Não há pressa. Cheguei mais cedo para te buscar e posso esperar, se preferir. Enquanto isso, vou conversar com sua mãe e Gabriel, e, claro, brincar um pouco com o Davi — disse Lucas, de forma descontraída, acariciando os cabelos de Davi, que sorriu com o gesto de carinho. Isabele respirou
Isabele, agora em pânico, percebeu o tamanho do erro que havia cometido. As lágrimas começaram a rolar enquanto ela implorava ao homem para parar, mas ele apenas sorria de forma sombria, ignorando seus pedidos. — Eu sei de um lugar bem discreto , onde vamos compartilhar momentos inesquecíveis. Você não vai se arrepender de ter entrado no meu carro. Vou me deliciar nesse seu corpinho gostoso ,boneca.— disse ele, com uma voz cheia de malícia. O pânico tomou conta de Isabele, e ela sentiu a desesperança apertar seu peito. O homem dirigiu por alguns quilômetros, saindo da civilização e adentrando uma área rural. Quando ele finalmente parou o carro em um lugar isolado, destravou as portas, pronto para levá-la para onde não havia ninguém. Mas Isabele, com um impulso desesperado, saltou do carro antes que ele pudesse agir. Ela correu, tirando os sapatos de salto, sem olhar para trás, com a sensação de que sua vida dependia de cada passo. O homem, surpreendentemente rápido, a alcançou e
Álvaro respondeu com uma voz tranquila, mas ainda cheia de tensão: — Vamos para um apart-hotel que eu dividia com a Júlia. Agora, eu só o uso de vez em quando,na maioria das vezes para reunião de negócios ,ou um happy hour com alguns amigos . Isabele, com um leve sorriso irônico, perguntou: — Claro, deve ser aqui que vocês se encontram para compartilhar os benefícios dessa amizade colorida que você mencionou, quando não fazem isso em nossa casa. Ele a olhou com um sorriso debochado. — Está com ciúmes? Se estiver, é um bom sinal de que não é só ódio que você sente por mim. E eu não uso o apart-hotel para me encontrar com a Júlia, como já disse eu uso para reunião de negócios e alguns divertimentos com meus amigos .Eu também não transo com ela na mansão. Nossos encontros digamos ..mais íntimos são sempre na cobertura dela. Isabele se calou, mas a imagem de Júlia saindo do quarto dele, de lingerie e robe, ainda estava fresca em sua mente. Porém, ela preferiu não comentar. Chegando