♥ CAPÍTULO DOIS♥

08:25 ― Mansão dos senhores Thompson ― Nova York ― EUA. 

Elisabeth. 

Decido voltar para o quarto do Sr. Thomas, para ver se encontro essa tal pasta preta. Começo a procurar por cada canto, mas não encontro de jeito nenhum.

Essa pasta preta está aqui dentro mesmo? Porque não achei até agora.

― Onde será que está? ― Pergunto a mim mesma, olhando em volta do quarto.

― Onde está o que, Elisabeth? ― outro susto. Hoje é o dia mundial de me assustar? Porque é isso que está acontecendo. 

Viro-me, olhando para baixo.

― Eu estava procurando uma tal pasta preta para o Sr. Christopher ― falo em um tom baixo. 

― Não se preocupe com isso, pequena. Eu acabei de entregar para ele. ― Diz suavemente.

― Oh, então me perdoe por mexer nas coisas do seu irmão, Sr. Alex. ― Peço, um pouco nervosa, não quero ser castigada por isso.

― Não tenho nada para lhe perdoar, querida. Você fez o que pensou ser certo, então, não lhe culpo. Tenho certeza de que o meu irmão também não vai se importar.  

― Certo… Sinto muito. ― Mordo os lábios com isso, ele disse que estava tudo bem e eu aqui, me desculpando outra vez. 

Ouço sua risada, ficando muito envergonhada. Que situação! Não sei para onde correr, se devo correr, e, portanto, sinto-o andar em minha direção, detendo seus passos diante de mim.  

― Está tudo bem, pequena. ― Passa a mão em meus cabelos. ― Você é a única que nos acalma. 

Fico confusa com isso.

― No que eu te acalmo, senhor? ― Pergunto, sentindo-me muito curiosa. 

― Em tudo, pequena. Logo, logo, você saberá. Pode ir agora. ― Ele tira a mão dos meus cabelos, dando-me espaço.  

― Sim, senhor. Com licença. ― Caminho até a porta e solto um longo suspiro ao sair do quarto.

A presença do Sr. Alex é tão desconcertante… quero dizer, a presença de todos eles me deixa desconfortável. Todos eles me olham esquisito, do mesmo jeito, como se a qualquer momento fossem me comer ou algo assim.

Desnorteada, avanço agora para o quarto do Sr. Lorenzo, afastando meus pensamentos. Começo a limpar tudinho e, de repente, alguém sai do banheiro. Rapidamente foco meus olhos no chão. 

― N-não sabia que o senhor já estava em seu quarto. Me desculpe por isso, Sr. Lorenzo. 

― Não precisa se preocupar, Elisa. Eu só vim tomar um banho antes de retornar ao trabalho com os meus irmãos.  

― C-certo, deixarei o senhor trocar de roupa, com licença. ― Saio do seu quarto com o coração batendo a mil. 

Puta merda, hoje não termino de arrumar esses quartos!

― Cacete, esqueci o cesto de roupas sujas do Sr. Alex no quarto do Sr. Thomas! ― Choramingo, é muito trabalho para uma pessoa só. 

Volto para o quarto do Sr. Thomas e, só por precaução, dou duas batidinhas à porta, não escutando nada. Abro a porta, um pouco hesitante, olhando para dentro, conferindo o local vazio e vou até o cesto de roupas que deixei perto da cama. Que bom que deu certo! 

Acho que consigo levar duas cestas de roupas lá para baixo, assim, escolho agora entrar no quarto do Sr. Dylan e, ao bater à porta, fico surpresa ao escutar um “entre”. 

Abro a porta, sempre olhando para baixo. 

― Bom dia, senhor. ― Falo educadamente.

― Bom dia, Elisa. — Ele sorri. — Uma perguntinha: você está usando um perfume novo? ― Indaga e fico surpresa com isso. 

― Ah… sim… senhor. ― Respondo, um tanto perdida. 

― É muito bom o cheiro, combina com você. 

Engulo em seco.

― O-obrigada, senhor. ― Digo, muito constrangida, sentindo o meu rosto esquentar.  

― Pode ir pegar o cesto de roupas sujas, depois volte para arrumar o quarto. 

― Sim, senhor.

Caminho ligeiramente até o banheiro e pego as roupas sujas, antes de voltar ao quarto, sempre olhando para qualquer lugar, menos para eles. 

―Eu já volto para arrumar o seu quarto, meu senhor. 

― Tudo bem. 

― Com licença. — Me retiro do quarto seguindo em direção às escadas. 

Preciso colocar essas roupas na máquina e, ao entrar na lavanderia, tiro as roupas do Sr. Thomas — que já estão secas —, coloco em um balde grande para estender depois, pego as roupas do Sr. Dylan e do Sr. Alex e as jogo dentro da máquina, sem me preocupar em misturar. Minha rotina é a mesma desde quando cheguei aqui, portanto, nunca confundi nenhuma roupa deles, sei quais os estilos e cores favoritas de cada um, embora a maioria das peças seja parecida. 

Assim, penduro as roupas do Sr. Thomas no varal. A lavanderia é enorme, grande mesmo, é como um quarto, se eu quisesse poderia morar aqui. Ao terminar com as roupas, deixo o balde sobre a pia e paro na cozinha para tomar um copo de água. 

Ignoro as cobras, como sempre, e vou até a geladeira, abrindo-a e pegando uma jarra de água. Posteriormente, pego um copo, encho-o e dou várias goladas, refrescando-me. 

― A vagabunda deve estar querendo se exibir só porque os chefes estão dando atenção para ela. ― Vitória fala, me tirando do sério.

Essas cobras não vão me deixar em paz? Puta que pariu! 

― Deve mesmo. ― Concorda a Valeria. 

― Ei, Elisa, deu bastante para os chefes para estar com tanta sede assim, foi? ― Vitória pergunta, aos risos.  

Isso me faz revirar os olhos. 

― Vá tomar no cu, Vitória. ― Respondo, impaciente e guardo a jarra de volta na geladeira. — E se eu estiver transando com eles, o problema não é de vocês, suas cobras miseráveis! A vida é minha, e faço dela o que eu quiser, portanto, sugiro que cuidem de suas vidas inúteis, que eu cuido da minha, beleza?  

Saio da cozinha, muito irritada com isso. Essas putas de merda só sabem pensar nisso, apenas porque os chefes me tratam bem. No entanto, não significa que eu esteja transando com eles. Se eu estivesse, qual o problema? Sou uma mulher livre e posso ter relação sexual com quem eu quiser. 

― Elisa. ― Giro-me, ainda irritada, e meu sangue gela na hora, ao encarar o rosto do Sr. Dylan. Puta que pariu, vou morrer! ― Oh, minha querida Elisa, não deveria ter desobedecido à regra mais importante dessa casa. ― Fala bem sério.

― M-m-me desculpe, senhor. Por favor, não me mate. Por favor — imploro, minha voz saindo estrangulada e fixo os olhos no chão. 

Ele ri e isso me assusta. Sua risada é estrondosa, mas é bem bonita.  

― Eu jamais lhe mataria, pequena. Só vou fazer algo por você ter nos desobedecido. 

Engulo seco com isso. O que será que ele vai fazer comigo? 

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