Capítulo 3
- O que você disse?

Durval franziu a testa, irritado. Além de esbarrar nele, a sujeita ainda tinha a audácia de ser rude.

A mulher resmungou:

- De que departamento você é? Qual é o seu nome?

- E você, de que departamento é? Qual é o seu nome? - Durval retrucou, friamente.

A mulher respondeu com arrogância:

- Sou Tábata, a vice-presidente do Consórcio do Cabo. Você trabalha para o Consórcio do Cabo?

- Mais ou menos. - Disse Durval, desinteressado.

Tábata resmungou novamente:

- Você está demitido. Vá embora agora mesmo.

Durval não pôde deixar de rir da audácia e falou calmamente:

- Vocês demitem as pessoas assim, de forma tão arbitrária?

- E o que você vai fazer? Se eu disser que você está demitido, você estará. - Tábata disse, com desdém.

Durval replicou lentamente:

- Você tem uma autoridade impressionante.

- Eu fui designado pela matriz internacional para ser a vice-presidente e a inspetora executiva na Província Q. Mesmo a Srta. Solange está sob a minha supervisão, quanto mais um insignificante como você. - Tábata olhou para Durval como se ele fosse inferior.

Nesse momento, Solange entrou na sala e perguntou:

- O que está acontecendo aqui?

- Srta. Solange, este sujeito me esbarrou e nem se desculpou. Decidi demitir este empregado sem classe. - Tábata falou, com confiança.

Solange se aproximou rapidamente e deu um tapa forte no rosto de Tábata.

O som do tapa reverberou, deixando Tábata atordoada.

- O que você está fazendo, Srta. Solange? - Tábata exclamou, furiosa.

Solange respondeu, friamente:

- Você está demitida. Saia agora.

- O quê? - Tábata olhou para Solange, incrédula.

- É isso mesmo. - Solange pegou o telefone e ligou para a matriz internacional. Depois de um breve momento, ela passou o telefone para Tábata. - Atenda.

Tábata começou a tremer enquanto falava ao telefone. Depois de alguns instantes, estava tão nervosa que mal conseguia falar.

Solange pegou o telefone de volta e falou friamente:

- Agora você pode ir embora?

- Espere, Srta. Solange, me deixe explicar. - Tábata estava assustada, as palavras da matriz foram extremamente duras. Eles não apenas a demitiram, mas também exigiram que ela voltasse para enfrentar a disciplina.

Ela sabia o quão brutais poderiam ser os responsáveis pela segurança e disciplina. Se não tivesse cuidado, poderia até perder a vida.

Mas Solange simplesmente disse:

- Se você tem algo a dizer, fale com a matriz. Agora saia imediatamente.

Ouvindo isso, Tábata soube que não havia mais esperança. Pensando nas consequências que a aguardavam, desmaiou de medo.

Durval franziu a testa e disse:

- Que tipo de pessoal eles estão contratando? Como pode uma sujeita dessas ter sido admitida?

- Peço desculpas, chefe. - Solange se curvou em um gesto de desculpas.

Durval soltou um suspiro e disse:

- Não é sua culpa. - Terminando sua fala, ele se retirou imediatamente.

Solange observou a silhueta de Durval se afastando e respirou profundamente, enxugando o suor da testa.

Ao sair, Durval almoçou rapidamente e pegou um táxi para casa.

Chegando em casa já era meio-dia. Na sala, Lorena e Murilo estavam abraçados, brincando um com o outro.

Olhando em volta, Durval notou que seus sogros haviam desaparecido, provavelmente se escondendo de propósito.

Sem dar atenção a eles, Durval se dirigiu diretamente para seu quarto.

- Pare aí. - Lorena ordenou em um tom alto.

Durval parou e olhou para ela.

Levantando-se, Lorena caminhou até Durval e disse com escárnio:

- Você realmente não é homem, hein? Sua esposa está nos braços de outro e você não faz nada?

- Vou provar que sou um homem. - Respondeu Durval calmamente. - Mas estou começando a duvidar se você é uma pessoa decente.

- Você ousa me insultar?

Enfurecida, Lorena tentou dar um tapa no rosto de Durval.

Porém, ele rapidamente segurou seu pulso, fazendo-a gritar de dor.

Ao ver isso, Murilo correu em direção a eles, gritando:

- Solte Lorena.

Durval deu um leve sorriso, mas não mostrou nenhuma intenção de soltá-la.

Murilo, enfurecido, tentou dar um soco no rosto de Durval.

No entanto, Durval desferiu um chute rápido e poderoso, fazendo com que Murilo caísse no chão, gritando de dor.

Foi quando Durval soltou Lorena. Ela recuou alguns passos, segurando seu pulso dolorido.

O olhar gélido de Durval passou pelos rostos dos dois, e ele disse friamente:

- Não tentem me enfrentar. Os feridos serão vocês.

Murilo tentava se levantar, prestes a praguejar, quando seu telefone tocou.

Ele checou e atendeu prontamente.

Momentos depois, ele desligou o telefone com um sorriso radiante, esquecendo toda a dor, e disse a Lorena:

- Lorena, vamos acertar as contas com ele mais tarde. Agora o Consórcio do Cabo quer assinar um contrato comigo. Tenho coisas importantes para fazer, vá para sua empresa também.

Ao ouvir isso, Lorena lançou um olhar cheio de rancor para Durval e então disse a Murilo:

- Certo, eu vou ouvir você, cuide dos seus negócios.

Murilo lançou um olhar ameaçador a Durval:

- Você vai ver, isso ainda não acabou.

- Estarei esperando. - Disse Durval com um sorriso.

Murilo bufou e, sem mais atenção a Durval, saiu apressadamente com Lorena.

Aquele investimento de cinquenta bilhões de reais era crucial para ele.

Vendo os dois se afastando, Durval não pôde evitar soltar uma risada.

- Que espetáculo interessante. Mal posso esperar para ver a expressão no rosto de vocês quando tudo isso terminar. - Durval murmurou para si mesmo, antes de retornar ao seu quarto.

Murilo dirigiu a toda velocidade até o prédio do Consórcio do Cabo, finalmente chegando ao escritório de Solange.

Sentada majestosamente em sua cadeira de chefe, Solange recebeu Murilo, que entrou com um sorriso nervoso, cumprimentando-a efusivamente.

- Por favor, sente-se.

Solange disse com um sorriso, demonstrando muita cortesia.

Apressado, Murilo se sentou. Sem demora, Solange pegou uma pilha de documentos e colocou diante dele, afirmando:

- Sr. Murilo, o financiamento para sua empresa foi aprovado por nós. Assine esses documentos, e cinquenta bilhões de reais serão transferidos para a conta do seu grupo imediatamente.

Encantado, Murilo começou a examinar os papéis.

Mas, após um momento, seu rosto revelou surpresa. Ele exclamou:

- Srta. Solange, algo está errado aqui. Por que vocês estão enviando tantas pessoas para o conselho?

- Supervisão financeira. - Solange respondeu com um sorriso. - Estamos falando de cinquenta bilhões de reais. O que vocês usariam para reembolsar se algo der errado?

- Mas isso é gente demais!

Examinando as cláusulas, Murilo sentiu uma forte relutância. Se o acordo fosse assim, tanto a participação acionária quanto a proporção de membros do conselho do Consórcio do Cabo seriam maioria, podendo afastá-lo do conselho a qualquer momento.

Solange se inclinou ligeiramente para a frente, impondo sua presença ao dizer:

- Sr. Murilo, você deve estar ciente de que, apesar das boas perspectivas do seu grupo, você deu um passo maior que a perna. Seu fluxo de caixa está rompido. Somente nós, do Consórcio do Cabo, temos a força financeira e audácia para colocar o Grupo HT nos trilhos. Além disso, com o poder do Consórcio do Cabo, você realmente acha que estaríamos interessados em um Grupo HT tão insignificante? Você está pensando demais.

Internamente, Murilo enfrentou um difícil dilema. O Grupo HT realmente enfrentava uma situação perigosa, com um fluxo de caixa rompido.

Por um lado, ele buscava a ajuda do Consórcio do Cabo e, por outro, mantinha contato com Lorena, mantendo dois planos.

Se o Consórcio do Cabo não concordasse, ele estava preparado para conseguir o apoio da família Silva através de Lorena, superando a crise e, talvez, incorporando a família Silva.

No entanto, o poder da família Silva só permitiria que ele mantivesse as aparências; esses cinquenta bilhões de reais era o que poderiam realmente trazê-lo de volta à vida.
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