Capítulo 2
Murilo balançou a cabeça ao ouvir isso e disse:

- Você realmente não entende, hein? Consórcio do Cabo é uma notícia de grande importância em qualquer lugar do mundo. Como você não sabe disso? Você é completamente inútil.

- Ele já é um perdedor, de que adianta falar com ele? - A sogra olhou para Durval com desprezo.

O sogro Dario também falou com olhos irritados:

- Além de comer e dormir, o que mais você sabe fazer? Pare de nos envergonhar.

Durval quase riu. Se eles soubessem quem ele realmente era, o que diriam então?

Ele pensou consigo mesmo, "Ainda bem que eu escondi minha verdadeira identidade. Caso contrário, jamais entenderia a verdadeira natureza obscura dessas pessoas."

Nesse momento, alguns empregados começaram a servir os pratos de iguarias raras na mesa de jantar.

Pouco depois, Dario disse:

- Sr. Murilo, venha almoçar conosco.

- Claro.

Murilo se levantou lentamente, e Lorena, carinhosamente, agarrou seu braço. Os quatro se sentaram à mesa de jantar.

Durval olhou para o relógio e disse casualmente:

- É apenas dez horas. Não é cedo demais para almoçar?

- O que você sabe? Sr. Murilo é nosso convidado de honra, e devemos recebê-lo com o máximo de hospitalidade. - Dario repreendeu.

Otília também disse com um sorriso sarcástico:

- Você realmente acha que tem um lugar à mesa? Se estiver com fome, vá à cozinha e encontre algo para comer.

Lorena, desconsiderando completamente Durval, sentou-se bem próxima a Murilo, quase se fundindo com ele.

Durval riu interiormente. Eles claramente queriam humilhá-lo até que ele não pudesse aguentar mais e pedisse o divórcio, deixando-o sem nem um centavo.

Ele inicialmente planejou não levar nenhum dinheiro após o divórcio, mas agora mudou de ideia.

Ainda assim, ele queria dar uma última chance. Lentamente, disse:

- Eu entendi o que vocês querem. Então, o que acham de devolver os cinquenta milhões de reais que dei a vocês e eu peço o divórcio? O que vocês acham?

- Você está brincando? - Otília, ao ouvir, ficou furiosa. - Você está aqui há três anos na nossa família Silva, sem pagar nada. Minha filha é agora uma mulher divorciada por sua causa, e você ainda tem a audácia de falar sobre dinheiro?

Dario também riu friamente:

- Nós da família Silva já fizemos mais do que o suficiente por você. Não seja ingrato.

- Durval, seja realista. Eu e Sr. Murilo somos o casal perfeito. Você quer que a gente faça um espetáculo de amor verdadeiro na sua frente para você finalmente desistir? - Lorena disse, sem a menor vergonha.

Durval estava completamente desapontado.

Claro, neste mundo havia duas coisas que não podiam ser encaradas diretamente: uma era o sol, e a outra era o coração humano.

Um desapontamento total fez com que ele mudasse completamente seus planos.

Agora ele não estava mais com pressa para se divorciar. Queria estabelecer seu próprio império comercial no País H, algo que seria fácil para ele. O que ele realmente queria ver era a expressão final da família Silva e como esse Sr. Murilo iria se comportar.

- Vou descansar um pouco. Aproveitem a refeição. - Disse Durval, subindo as escadas.

Lorena falou:

- Sr. Murilo, não se preocupe com ele. Vamos comer. - Com essas palavras, ela pegou um pedaço de comida e o levou até a boca do Sr. Murilo.

De volta ao seu quarto, Durval pegou o telefone com um sorriso sarcástico e discou um número.

Momentos depois, o telefone foi atendido e uma voz feminina e clara soou.

- Senhor, você finalmente se lembrou de nós.

Era sua antiga oficial de inteligência, Isadora, uma hacker genial e atiradora de elite. Atualmente, ela comandava a sede internacional do Consórcio do Cabo, sendo uma de suas assistentes mais eficazes.

- O Consórcio do Cabo chegou à Cidade X na Província Q? - Durval foi direto ao ponto.

- Sim, foi uma decisão deles. Você nos disse para cuidar apenas da segurança, sem envolvimento na operação, senhor.

- Ótimo. Me dê o endereço e informe a pessoa responsável que estou indo falar com ela. Faça-a me esperar.

- Sim, senhor, todas as informações serão enviadas imediatamente para o seu celular, e a pessoa responsável será notificada.

Durval desligou o telefone e, depois de um momento de reflexão, saiu.

Ao passar pela sala de estar, Lorena perguntou:

- Onde você vai?

- Tenho alguns assuntos para resolver. - Respondeu Durval, indiferente.

Lorena riu e disse:

- Você ainda tem coisas para fazer? É ridículo. Melhor começar a arrumar suas malas e ir embora.

Durval sorriu serenamente, sem argumentar. Por tal humilhação, Murilo e a família Silva teriam que pagar. O que importava se eles agiam com arrogância por mais algum tempo?

Sem dizer mais nada, Durval deixou a mansão da família Silva.

...

Consórcio do Cabo, sede da Cidade X na Província Q.

No escritório no último andar, a presidente Solange Menezes estava inquieta.

Ela acabava de receber um aviso da sede internacional de que o verdadeiro chefe do Consórcio do Cabo estava vindo para falar com ela.

Só hoje ela descobriu que o verdadeiro chefe desse imenso e riquíssimo consórcio estava na Cidade X e queria conversar com ela.

Apesar de ser doutora em finanças por uma universidade estrangeira renomada e de ter uma visão ampla do mundo, a ideia de se encontrar com uma figura tão poderosa a deixava ansiosa. Este era um chefe de nível mundial, afinal.

Depois de receber o aviso, ela imediatamente notificou a recepção e revisou repetidamente sua roupa para garantir que tudo estava perfeito. Depois, ela esperou, tanto com paciência quanto com ansiedade.

Naquele momento, Durval também chegou à recepção, perguntou algumas coisas e pegou o elevador até o escritório de Solange.

A secretária à porta imediatamente se levantou para perguntar quem era. Ao saber que era Durval, apressadamente o convidou a entrar no escritório.

Quando Solange viu alguém entrando, ela rapidamente se levantou, mas com uma expressão de confusão no rosto.

O jovem à sua frente tinha apenas vinte e poucos anos, de feições agradáveis e até bem apessoado.

No entanto, ele definitivamente não poderia ser o patrão por trás do Consórcio do Cabo. Nenhum homem tão jovem teria uma fortuna tão vasta.

- Quem é você? - Solange perguntou cautelosamente.

- Me chamo Durval. - Dizendo isso, Durval sentou-se sem cerimônia no sofá.

Solange estava profundamente chocada em seu íntimo. "Então ele realmente é o grande chefe, mas como isso é possível?"

Reprimindo seu espanto interno, ela serviu chá pessoalmente e se curvou, dizendo:

- Olá, chefe.

Durval examinava Solange de cima a baixo. Ela era uma mulher bonita e intelectual de cerca de trinta anos, vestida de forma profissional e emanando uma forte atração madura.

O olhar de Durval fez o coração de Solange disparar, e ela permaneceu imóvel.

No entanto, Durval rapidamente desviou o olhar e disse:

- Ouvi dizer que você planeja investir no Grupo HT?

Solange rapidamente buscou em sua memória e disse:

- Sim, chefe.

- Muito bem, tenho um pedido. Dentro de uma semana, assuma o controle total do Grupo HT com recursos do Consórcio do Cabo. Você consegue?

Solange hesitou. Tomar controle do Grupo HT seria fácil; o investimento deles era grande o suficiente para garantir a maioria das ações. Mas uma semana era um prazo apertado.

No entanto, após uma breve reflexão, ela respondeu prontamente:

- Sim, chefe. Garanto que será feito.

Se ela decepcionasse o chefe em seu primeiro encontro, como poderia ser considerada uma pessoa da elite empresarial e ter um lugar no Consórcio do Cabo?

Durval assentiu com satisfação e disse:

- Muito bem, isso é tudo por enquanto. Haverá mais tarefas para você no futuro. Continue o bom trabalho. Não precisa me acompanhar até a saída; minha identidade deve permanecer um segredo. - Com isso, Durval se levantou para sair, e Solange permaneceu parada, sem se atrever a acompanhá-lo.

Mas quando Durval abriu a porta, uma mulher apressada colidiu diretamente em seus braços. A mulher ergueu a cabeça para olhar Durval e disse:

- Você é cego? Não está olhando por onde anda?
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