Na minha vida passada, meu companheiro e meu irmão me mataram juntos, no dia da minha cerimônia de marcação, acreditando que eu havia maltratado a preciosa amante Ômega deles por doze anos.

Depois de renascer nos meus dias de colégio, eu mostraria a eles o que é realmente ser um valentão.

Minha última lembrança da vida anterior?

A água prateada devorando carne e osso, a agonia disso derretendo meus olhos.

Através da visão turva, eu vi Sarah, protegida atrás das costas do meu irmão.

Eu avancei com as garras estendidas, rasgando o coração dela.

— Vamos morrer juntas, sua bruxa ladra!

...

Quando abri os olhos novamente.

A visão cristalina me atordoou por um momento.

Até que vi Sarah, anos mais jovem, parada perto de mim.

Ela pressionava uma lâmina prateada contra o braço, deixando o sangue escorrer sobre suas anotações de pesquisa.

Enquanto cortava, ela sorriu:

— Quem eles vão acreditar? Eu ou você?

Foi quando percebi.

Aquele dia. Aquele maldito dia.

O dia em que ela alegaria que eu a maltratei e roubei a fórmula da erva Essência Lunar.

Vendo-me paralisada, o sorriso de Sarah se aprofundou:

— Já pensou em como vai pedir desculpas por roubar meu trabalho, filha do Alfa?

Outro corte delicado.

— Todo mundo sabe que eu sou a verdadeira talentosa aqui. Ah!

Minha força Alfa explodiu para fora.

Ela caiu de joelhos sob o peso dela, a lâmina caindo no chão.

Eu a peguei, observando seus olhos se arregalarem de terror.

— Roubar minha pesquisa não foi o suficiente?

Eu pressionei a lâmina contra o braço dela, logo acima dos cortes superficiais.

— Agora você está armando um ataque? Aqui, deixe-me ajudar a tornar sua história mais convincente.

Sarah se debatia sem forças, imobilizada pela minha força Alfa.

Sua voz saiu em suspiros desesperados:

— Vivian, por favor... você é insana

— Eu joguei a cabeça para trás e ri, o som ecoando nos azulejos do banheiro:

— Insana? Você ainda não viu nada.

Se isso era uma viagem no tempo ou um sonho de morte...

Eu não me importava.

Eu exporia suas mentiras desta vez.

Na minha vida passada, eu morri no que deveria ter sido o meu dia mais glorioso.

Finalmente, eu havia criado uma cura para a intoxicação por prata, a fórmula da erva Essência Lunar. De pé, com meu manto cerimonial como a nova Curandeira-Chefe, eu esperava completar minha cerimônia de marcação com meu companheiro Daniel.

Então ele recuou diante do meu toque:

— Eu não vou marcar uma ladra e uma valentona como minha companheira.

Minha loba uivou de agonia com a rejeição, nosso espírito se despedaçando.

Através da névoa de dor, Sarah se aproximou.

Erguendo os olhos cheios de lágrimas, ela sorriu:

— Lembra de mim, Vivian? Aquela que você maltratou e roubou por doze anos.

— A verdadeira criadora da fórmula da erva Essência Lunar.

— Mas tudo bem. A fórmula salvou tantos lobos.

— O que é um pequeno roubo diante de tantas vidas?

O show a transformou em uma heroína instantânea.

A alcateia se voltou contra mim como um só.

— Você roubou a cura de sua própria companheira de alcateia?

— Quantos outros trabalhos de curandeiros você não roubou como sendo seus?

Um lobo que eu mesma havia salvo da intoxicação por prata de repente avançou, água prateada brilhando em suas mãos:

— Isso é por Sarah!

O líquido se espalhou pelo meu rosto, trazendo uma agonia esmagadora.

Minha visão nunca mais se clareou.

De salvadora a ladra, bastou um instante.