Renata
Como se sentisse minha presença, Jacob se virou para mim. Quando nossos olhos se encontraram, eu quase não consegui caminhar até ele com o impacto de receber a intensidade do seu olhar. Mas forcei meus joelhos vacilantes e, corajosamente, fui em sua direção. Jacob tensionou sua boca com um pequeno sorriso de canto e pegou minha cintura. Eu estremeci inteirinha. Nunca tinha me acontecido algo parecido. E Lorenzo era muito bonito. Mas esse homem tinha uma aura de masculinidade exacerbada.Ao caminhar ao lado dele, era nítido o olhar que muitas mulheres lançavam para ele. Elas me observavam também, talvez para descobrir o que eu tinha para ter um cara tão quente ao meu lado. Lancei um olhar para Jacob. Ele parecia centrado, o rosto rígido, como se estivesse preocupado com algo.Ele me levou para a saída. Quando meus pés tocaram o chão lá de fora, o vento geladoRenata— Chegamos. — A voz grave e profunda de Jacob cortou meus pensamentos.Antes de olhar para ele, eu olhei ao meu redor e vi minha casa de número 320.— Obrigada.Dei-lhe um leve sorriso.— Você parecia estar longe... pensando em coisas boas ou ruins?O pânico se estabeleceu dentro de mim. Eu demorei um momento para falar. O nervosismo atacou meu estômago, mas mantive a minha posição serena.Um pequeno sorriso enfeitou os lábios de Jacob, os olhos azuis piscaram, meu coração já disparado parecia que ia sair do peito.— Eu devo perguntar de novo, ou você vai repensar a sua resposta?Um fio de medo correu por minha espinha, pois eu estava me perdendo naqueles olhos azuis. Indo, indo, indo... Finalmente eu disse, franca:— Ruins. Bem, obrigada.Ele balançou a cabeça lentamente, seus olhos parecendo p
RenataNo dia seguinte acordei tarde. Desde a hora que abri meus olhos senti dentro de mim uma agitação interior. E eu sabia a resposta disso: mais tarde eu veria Jacob.Passei o dia dando uma ajeitada na casa, fazendo faxina. Meu estômago estava tão embrulhado pelo nervosismo, à medida que as horas iam passando, que no almoço só comi frango grelhado e salada.Mais tarde eu estava terminando meu banho, quando ouvi a campainha. Com o coração agitado, desliguei o chuveiro.Ding Dong! Era a terceira vez que tocava! Que homem insistente! No mínimo não estava acostumado a esperar.Ainda molhada, pingando, coloquei um roupão e fui até a sala. Abri a porta.Jacob estava lá.Lindo.Os cabelos estavam úmidos do banho, usava uma bermuda preta que lhe caía muito bem e uma camiseta branca. Nenhum outro homem tinha o poder de me perturbar ta
VincentEu relanceei meus olhos enquanto caminhávamos. Apesar da largura conservadora do seu vestido, ela exalava sensualidade. Essa mulher mexia comigo. De repente, toda a raiva que eu nutria queria sair de dentro de mim...Como eu gostaria de tê-la conhecido em ocasião diferente. Que isso tudo não tivesse entre nós.Dio mio! Ela não fazia o tipo “viúva negra”. Ela parecia tão genuinamente transparente.A imagem de Ramon me veio à mente. Que tipo de relação ela tinha com ele? Fora vista conversando com ele no shopping, pelos seus seguranças, e depois na boate.E se esse jeito inocente dela fosse apenas fachada?Eu a encarei. Seu rosto era tão adorável que me causou um reboliço por dentro. Respirei difícil, cada parte de mim em agitação, num tsunami de emoções. Para recuperar meu autocontrole, eu ol
RenataOs sons de leves batidas na porta fizeram meu coração se agitar no peito.Jacob!Abri a porta com entusiasmo, mas o meu sorriso morreu quando vi Jake.— Olá — ele disse de um jeito jovial.— Olá — respondi, estranhando a atitude de Jake. Esse tempo todo em que nos conhecíamos, ele nunca fez menção de querer entrar em minha casa. No entanto hoje, ele estava ali, parado, olhando para mim.— Não vai me convidar para entrar?Eu o olhei por um tempo, aturdida. Eu mantive uma distância pessoal, nunca deixei que ele se aproximasse muito, mas eu permitia que ele confiasse em mim. Eu gostava quando ele me contava do seu trabalho, ou seus problemas ou suas histórias. Isso mantinha a mente ocupada com os problemas dele, e minhas tensões e meus problemas longe de mim.Com base nessa amizade que sem
VincentFiquei a olhar para ela. Como eu gostaria que não houvesse nada entre nós. Como eu gostaria de ser outro homem, poder passar uma segurança genuína. Suspirei e decidi mudar o rumo de meus pensamentos. Eu não queria pensar em mais nada. Eu já me sentia esgotado. E nem tinha mais energia para suportar toda essa tensão.— Tudo bem. — Forcei um sorriso. — Tenho uma novidade. Vem comigo que eu vou te mostrar.Eu a puxei suavemente pela mão, e a conduzi pela casa até alcançarmos o lado de fora. A fiz passar pelo espaço das cercas vivas. Logo estávamos em frente ao sobrado branco com um caramanchão de primaveras vermelhas floridas na entrada.— Minha casa. Seremos vizinhos. — Eu ainda me sentia triste por dentro e por isso forcei um sorriso.Ela me olhava vermelha, sem dizer nada.— Pel
VincentO tempo todo eu exibia meu sorriso feliz, era aquela metade de mim realmente feliz por estar com ela. Mas minha outra metade carregava o meu lado negro.Cozinhar? Isso pouco me importava nessa hora. Eu tinha proposto a fim de criarmos laços de intimidade. E eu sabia que nada melhor que fazer algo junto. Eu estava fazendo meu papel direitinho, mostrando a ela o homem que eu desejava ser, mas que eu não era.Quando eu terminei de mostrar a parte de cima da casa — que era uma outra coisa que pouco me importava, se era grande, pequena... eu fazia isso para ela se sentir feliz de estar participando da minha vida —, descemos as escadas e fomos até a sala. Então, eu a puxei para os meus braços.Ah, Renata... você não tem a mínima ideia de quem eu sou realmente... pensei, olhando para ela, e lhe dando meu melhor sorriso. Falando em sorriso, eu não sabi
VincentDepois que Renata saiu, eu liguei para casa.— Vincent? — Era meu pai.— Sim. Estou passando meu novo número.— Novo número?— Sim, anota. — Falei o número para ele.— Que número é esse?— Eu me mudei para uma casa ao lado de Renata.Ouvi um suspiro fundo do outro lado da linha.— Dio Santo! — Eu sabia que ele teria essa reação. — Por que ainda não resolveu as coisas?— Ela é escorregadia, padre e eu preciso de respostas, eu ainda não as tenho.— Respostas? Mas...— Padre, eu sei o que estou fazendo.— Eu me pergunto, Vincent! Sabe mesmo?— Já conversamos sobre isso. Preciso desligar.— Em quanto tempo você acha que resolverá tudo?— Não sei. Preciso desligar.Ouvi ele gritar do outro lado,
No dia seguinte, como combinado, Jacob surgiu na praia. Ele estava a uns 100 metros de distância quando eu o avistei. Usava só uma sunga preta e uma toalha jogada nos ombros largos. Estava lindo e sensual. Eu bebi sua imagem, prendendo a respiração quando vi aquele corpo musculoso vindo ao meu encontro. Uma beleza agressiva e viril.Fiquei com a garganta seca, lambi os lábios, tentei disfarçar, me conter, mas o desejo me devorava. Quando ele estava perto, sorri feliz para ele e me levantei da canga preta em que eu estava sentada. Parecia um sonho estar ali naquele paraíso com ele, a praia com sua areia perfeitamente branca, o mar azul-esverdeado.Seus olhos correram pelo meu corpo, observando o biquíni vermelho que eu usava.— Bom dia. — Ele me puxou para si, imobilizou minhas mãos atrás das minhas costas, beijou meu pescoço, segurou-me ali. — Não consigo acreditar no