Renata
No dia seguinte acordei tarde. Desde a hora que abri meus olhos senti dentro de mim uma agitação interior. E eu sabia a resposta disso: mais tarde eu veria Jacob.Passei o dia dando uma ajeitada na casa, fazendo faxina. Meu estômago estava tão embrulhado pelo nervosismo, à medida que as horas iam passando, que no almoço só comi frango grelhado e salada.Mais tarde eu estava terminando meu banho, quando ouvi a campainha. Com o coração agitado, desliguei o chuveiro.Ding Dong! Era a terceira vez que tocava! Que homem insistente! No mínimo não estava acostumado a esperar.Ainda molhada, pingando, coloquei um roupão e fui até a sala. Abri a porta.Jacob estava lá.Lindo.Os cabelos estavam úmidos do banho, usava uma bermuda preta que lhe caía muito bem e uma camiseta branca. Nenhum outro homem tinha o poder de me perturbar taVincentEu relanceei meus olhos enquanto caminhávamos. Apesar da largura conservadora do seu vestido, ela exalava sensualidade. Essa mulher mexia comigo. De repente, toda a raiva que eu nutria queria sair de dentro de mim...Como eu gostaria de tê-la conhecido em ocasião diferente. Que isso tudo não tivesse entre nós.Dio mio! Ela não fazia o tipo “viúva negra”. Ela parecia tão genuinamente transparente.A imagem de Ramon me veio à mente. Que tipo de relação ela tinha com ele? Fora vista conversando com ele no shopping, pelos seus seguranças, e depois na boate.E se esse jeito inocente dela fosse apenas fachada?Eu a encarei. Seu rosto era tão adorável que me causou um reboliço por dentro. Respirei difícil, cada parte de mim em agitação, num tsunami de emoções. Para recuperar meu autocontrole, eu ol
RenataOs sons de leves batidas na porta fizeram meu coração se agitar no peito.Jacob!Abri a porta com entusiasmo, mas o meu sorriso morreu quando vi Jake.— Olá — ele disse de um jeito jovial.— Olá — respondi, estranhando a atitude de Jake. Esse tempo todo em que nos conhecíamos, ele nunca fez menção de querer entrar em minha casa. No entanto hoje, ele estava ali, parado, olhando para mim.— Não vai me convidar para entrar?Eu o olhei por um tempo, aturdida. Eu mantive uma distância pessoal, nunca deixei que ele se aproximasse muito, mas eu permitia que ele confiasse em mim. Eu gostava quando ele me contava do seu trabalho, ou seus problemas ou suas histórias. Isso mantinha a mente ocupada com os problemas dele, e minhas tensões e meus problemas longe de mim.Com base nessa amizade que sem
VincentFiquei a olhar para ela. Como eu gostaria que não houvesse nada entre nós. Como eu gostaria de ser outro homem, poder passar uma segurança genuína. Suspirei e decidi mudar o rumo de meus pensamentos. Eu não queria pensar em mais nada. Eu já me sentia esgotado. E nem tinha mais energia para suportar toda essa tensão.— Tudo bem. — Forcei um sorriso. — Tenho uma novidade. Vem comigo que eu vou te mostrar.Eu a puxei suavemente pela mão, e a conduzi pela casa até alcançarmos o lado de fora. A fiz passar pelo espaço das cercas vivas. Logo estávamos em frente ao sobrado branco com um caramanchão de primaveras vermelhas floridas na entrada.— Minha casa. Seremos vizinhos. — Eu ainda me sentia triste por dentro e por isso forcei um sorriso.Ela me olhava vermelha, sem dizer nada.— Pel
VincentO tempo todo eu exibia meu sorriso feliz, era aquela metade de mim realmente feliz por estar com ela. Mas minha outra metade carregava o meu lado negro.Cozinhar? Isso pouco me importava nessa hora. Eu tinha proposto a fim de criarmos laços de intimidade. E eu sabia que nada melhor que fazer algo junto. Eu estava fazendo meu papel direitinho, mostrando a ela o homem que eu desejava ser, mas que eu não era.Quando eu terminei de mostrar a parte de cima da casa — que era uma outra coisa que pouco me importava, se era grande, pequena... eu fazia isso para ela se sentir feliz de estar participando da minha vida —, descemos as escadas e fomos até a sala. Então, eu a puxei para os meus braços.Ah, Renata... você não tem a mínima ideia de quem eu sou realmente... pensei, olhando para ela, e lhe dando meu melhor sorriso. Falando em sorriso, eu não sabi
VincentDepois que Renata saiu, eu liguei para casa.— Vincent? — Era meu pai.— Sim. Estou passando meu novo número.— Novo número?— Sim, anota. — Falei o número para ele.— Que número é esse?— Eu me mudei para uma casa ao lado de Renata.Ouvi um suspiro fundo do outro lado da linha.— Dio Santo! — Eu sabia que ele teria essa reação. — Por que ainda não resolveu as coisas?— Ela é escorregadia, padre e eu preciso de respostas, eu ainda não as tenho.— Respostas? Mas...— Padre, eu sei o que estou fazendo.— Eu me pergunto, Vincent! Sabe mesmo?— Já conversamos sobre isso. Preciso desligar.— Em quanto tempo você acha que resolverá tudo?— Não sei. Preciso desligar.Ouvi ele gritar do outro lado,
No dia seguinte, como combinado, Jacob surgiu na praia. Ele estava a uns 100 metros de distância quando eu o avistei. Usava só uma sunga preta e uma toalha jogada nos ombros largos. Estava lindo e sensual. Eu bebi sua imagem, prendendo a respiração quando vi aquele corpo musculoso vindo ao meu encontro. Uma beleza agressiva e viril.Fiquei com a garganta seca, lambi os lábios, tentei disfarçar, me conter, mas o desejo me devorava. Quando ele estava perto, sorri feliz para ele e me levantei da canga preta em que eu estava sentada. Parecia um sonho estar ali naquele paraíso com ele, a praia com sua areia perfeitamente branca, o mar azul-esverdeado.Seus olhos correram pelo meu corpo, observando o biquíni vermelho que eu usava.— Bom dia. — Ele me puxou para si, imobilizou minhas mãos atrás das minhas costas, beijou meu pescoço, segurou-me ali. — Não consigo acreditar no
Quão injusto é o nosso acaso... encontramos algo tão verdadeiro que está fora de alcance... mas se você encontrasse nesse vasto mundo, você teria coragem de deixá-lo ir?Not About Angels, BirdyUma semana depois...Renata— Eu quero muito ter você. — As palavras murmuradas, quentes e eróticas no meu ouvido, fizeram-me fechar os olhos diante do entorpecimento que me assolou de imediato. Eu podia sentir as batidas do seu coração em minhas costas e a ereção se formando, tocando levemente os meus quadris. — Quero fazer amor com você.Um desejo intenso percorreu meu corpo inteiro. Passei aquela semana inteira tomando banhos para aplacar meu desejo, na vã esperança de me livrar da fragrância máscula de Jacob, mas era inútil, era como se ele tivesse invadido os meus poros também.Todos o
VincentEla não vai fugir... Falei comigo mesmo, cheio de convicção.Quando entrei no quarto ao lado, fechei a porta me sentindo esgotado. Enfiei minha mão nos cabelos e apertei minha cabeça com raiva de tudo e de todos. Menos dela, ela não me causava raiva. Ela me causava tudo menos raiva... eu no fundo a compreendia, mas ela não poderia saber disso. Tudo que eu menos queria, nesse momento, era demonstrar fraqueza, afinal, eu a forçaria a um casamento.Me lembrei de sua cara de terror quando eu me identifiquei. Não queria que ela soubesse tudo daquela maneira...Mas será que ia mudar sua opinião a meu respeito e a respeito da minha família? Eu me questionava...Caminhei até a janela e fitei o mar. Acima dele, a bela lua que deixava seus reflexos prateados nas águas tranquilas. Hoje o mar estava calmo, só havia marolas de espuma branca correndo na a