Vincent
Uma forte onda de admiração e amor tomou conta de mim. Desde o momento em que a conheci, eu percebi que ela era uma mulher excepcional. Ela era a outra metade do meu coração.
No momento que nossos olhares se encontraram, eu entendi que a química sexual entre nós nunca seria um problema. Infelizmente o meio em que eu vivia, quem eu era, o que tive de fazer, nossa situação, tudo isso transformou Renata num pacote de emoções contraditórias. Ela era completamente diferente do que imaginei para mim. Uma massa de contradições, emoções... Mas isso só aumentava meu desejo por ela. Eu estava apostando todas as minhas fichas nela.
Desci o zíper lentamente e a ajudei a se livrar do vestido, depois do sutiã. Ela se virou para mim. Eu olhei desamparado para aquela boca sensual, lábios feitos para serem bei
RenataQuando eu saí do banheiro, Vincent já estava vestido. Usava uma calça jeans azul clara e uma camiseta branca que aderia ao seu corpo musculoso, e mocassins. Ele tirava a nossa comida do carrinho e distribuía tudo na mesa. Quem o visse assim, não diria que ele era o vilão dessa história. Suspirei quando um grande sentimento de pesar borbulhou dentro de mim, me corroendo o estômago. Ele me passava uma imagem tão diferente. Era inacreditável que poucas horas depois estava tudo mudado. Agora eu enxergava seu lado sombrio.Mesmo que a princípio tivesse passado pela minha cabeça conquistar um homem rico para ter proteção, ser cuidada... mas não fora isso que me atraíra a ele. Não fora o seu dinheiro, seu poder... eu tinha enxergado nele uma natureza fácil de lidar. Ele tinha aquele jeito doce de olhar e falar. Estava sempre interessado na minh
Tão logo a mansão imponente surgiu no meu campo de visão, eu estremeci. O quartel-general agora seria meu novo lar, pelo menos provisoriamente. Isso era o que Vincent me prometera depois que fizemos amor novamente, ontem à noite.Passei a mão nos olhos, tensa, e fitei a janela, respirando fundo. Senti a mão quente de Vincent sobre a minha. Eu o encarei com o coração agitado.— Tudo vai dar certo. Lembre-se que estamos juntos nisso. E você agora é minha esposa.Vincent abriu o vidro, um dos seguranças da casa, quando viu que se tratava dele, deu a ordem para que o portão fosse aberto.A propriedade dos Bertizzollo compreendia 5 hectares rodeados por altos muros de quatro metros de altura, defendido por arame farpado e sensores eletrônicos. Continha, além da mansão, vinte pequenas casas destinadas aos dependentes mais fiéis da Família, como cap
— Essa mulher não serve para você! E eu que sonhei com alguém do nosso povo... ela nos ofendeu com sua fuga, insultou a nossa família por se achar melhor do que aqueles que a protegeram durante todo esse tempo que esteve casada com Lorenzo. Você está se tornando o defensor das causas perdidas pelo que vejo...Ora essa! Essa era boa! Se eu não fosse casada com um mafioso, a proteção seria desnecessária.— Chega! Se não pararmos esse bate-boca, ficaremos nos mordendo o ano inteiro! — Don explodiu. — Vincent sabe de sua obrigação conosco, ele sabe que contamos com ele para fortalecer a nossa família. — Ele então se calou. — Mas filho, estou pensando seriamente em colocar Vitor como o novo Don. Sua atitude ultrapassou todos os limites.— Isso! — Vitor exclamou.De repente, toda a sala ficou em silêncio e eu me vi
RenataCom outro suspiro, ele se aproximou de mim e pegou minhas mãos nas suas. Ele trouxe o seu rosto mais perto do meu, tão perto que eu senti sua respiração contra a minha boca. Tão perto que eu estava me perdendo na profundidade verde de seus olhos enquanto ele procurava os meus.Eu tremi em seu aperto, segurando-me com mais força. Eu me sentia tão pequena em seus braços. Ele tinha me segurado como se eu não pesasse nada, e me encantei com a visão de seus grandes bíceps se contraindo. Ele me colocou deitada na cama, seu rosto se aproximou do meu e ele sorriu cruelmente contra a minha boca e depois sugou meus lábios. Se afastou e sorriu de canto, sentindo prazer na minha reação. Ele adorava me provocar implacavelmente. Seus lábios logo tomaram os meus novamente e eu gemi em resposta, sentindo o tremor de prazer me consumir enquanto
Do outro lado da casa, no escritório, os quatro homens estavam reunidos. Don Henrico Salvatore, Vitor, Antony e Vincent. Como de hábito quando todos se reuniam, ninguém falava até Don iniciar a reunião.Don Henrico estava contrariado com essa situação. Ele queria muito Vincent no comando da família. Aborrecia-se com isso, mas escondia seu desgosto sob uma discreta máscara de desinteresse silencioso. Sabia que Vincent era mais capaz de dirigir os negócios por não ser muito ambicioso, e priorizar o bem de todos. Bem diferente de Vitor. Lucas, seu outro filho, nem contava, caçula da família, ele ainda não tinha uma opinião formada a respeito dele. Só o tempo iria dizer se ele seria um bom administrador ou não. Vincent, seu filho, era um homem reservado, e isso era um ponto positivo ao seu favor. Para comandar a família, era necessária essa fr
Acordar enroscado num corpo macio e quentinho não era mais novidade para mim. Estávamos de frente um para o outro na larga cama de casal. Renata estava com a cabeça embaixo do meu queixo, e sua respiração quente era uma sensação muito agradável que eu sentia na minha garganta. Um de seus braços envolvia meu corpo, e uma perna dela tinha ido parar no meio das minhas. Minha respiração ficou agitada quando eu me vi nessa situação e a minha ereção matutina reclamava, querendo tirar proveito disso.Passei minha mão por suas curvas suaves. Renata, sorrindo, me apertou mais ao seu encontro.— Que horas são?— Nem sei.Estiquei meu pescoço e fitei o rádio relógio.— É tarde, dez horas.Ela me olhou assustada.— Dez horas?Eu beijei sua testa e a apertei em meus braços.&m
RenataVincent estava estranho. Desde a hora que ele tinha saído do escritório. Ele parecia tenso.Lá fora, Vincent chamou seus homens. Cinco deles. Ficou um bom tempo conversando com eles. Depois veio em minha direção com uma cara estranha.Já instalados no nosso carro, antes de ele ligar o motor, eu disse:— Vincent. Se abra comigo. Aconteceu alguma coisa?— Não, meu anjo. Vamos nos divertir. Não quero falar sobre trabalho.Eu fiz uma careta, fingindo estar com raiva dele. Mas isso só o fez rir. Logo ele dirigia e esquecemos do assunto.Quando chegamos ao restaurante, aguardamos um pouco na entrada com dois de seus homens. Enquanto os outros três entraram como cães farejadores, olharam tudo, atentos. Depois de estudarem o lugar, deram sinal para Vincent e foram se espalhando pelo recinto.Eu odiava isso.Vincent puxou a cadeira para eu me senta
Eu não soube mais o que aconteceu depois disso. Eu evitava aquela família e Lorenzo também nunca mais tocou no assunto. Acho que foi difícil admitir que eu estava certa. Dois meses depois, ele morreu. Estremeci. Afastei meus pensamentos e me troquei. Vesti uma calça jeans e uma camiseta branca, tênis. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo.Pronto!Sem perda de tempo, saí do quarto e caminhei à procura de Vitor. Alguns empregados lidavam com a casa na sua rotina diária. Uns varriam, outros passavam pano, outros cuidavam do jardim. A casa estava vazia. Só faltava a cozinha. Lá encontrei Don Salvatore sentado em uma cadeira, sorrindo para a matriarca. Felícia quando me viu, fechou a cara.— Deseja alguma coisa, minha jovem? — Don perguntou com simpatia.— O café está servido na mesa de jantar. — Felícia avisou.Eu disfarcei, dizendo