Vinícius olhou para Clara enquanto caminhavam lentamente pelas ruas tranquilas de Valença. O sol estava suave, e a brisa trazia uma sensação de leveza, quase relaxante.— Essa é sua cidade? — ele perguntou, a curiosidade clara no tom de voz.Clara assentiu, deixando um sorriso tímido surgir.— Sim. Tudo aqui tem um ritmo diferente... mais calmo, menos pressa. Gosto disso. — Ela olhou ao redor, observando as poucas pessoas nas ruas.— Posso entender o apelo — disse Vinícius, observando o entorno. — Às vezes, é bom estar longe da agitação.O silêncio que se seguiu foi confortável. Clara se pegou relaxando, aproveitando a caminhada. Ao lado de Vinícius, o peso dos últimos dias parecia um pouco menos intenso. Talvez fosse o ar de sua cidade natal, talvez a companhia... ela não sabia ao certo.— Você vinha muito aqui? — Vinícius quebrou o silêncio, apontando para uma pequena livraria na esquina.Clara sorriu ao ver o lugar.— Sempre. Passava horas nessa livraria. — Ela olhou para a fachada
Enquanto caminhavam, Clara sentia o peso do momento anterior, mas também o alívio de que as coisas entre eles estavam aparentemente mais leves. No entanto, ela sabia que precisava sondar Vinícius para entender mais sobre o que estava acontecendo com ele, especialmente com a perda de memória.— Vinícius... — ela começou, quebrando o silêncio confortável entre eles. — Você já começou a lembrar de alguma coisa? Sobre nós, quero dizer.Vinícius olhou para ela de forma séria, mas seu semblante permaneceu calmo.— Ainda não — ele respondeu, suspirando. — A sensação é de que algo está faltando. Como se eu soubesse que deveria me lembrar de algo importante, mas não consigo acessar.Clara assentiu, tentando manter a expressão serena. Por dentro, seu coração batia acelerado. Ela sabia que, mais cedo ou mais tarde, ele poderia descobrir a verdade. Mas, ao mesmo tempo, estava começando a sentir algo diferente por ele.— E... — Clara hesitou, buscando as palavras certas. — O que você espera de nós
O sol começava a desaparecer no horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e rosa, enquanto a varanda da pousada era iluminada por pequenas luzes suspensas e pelas velas colocadas na mesa. O cenário era perfeito, íntimo e acolhedor, como Vinícius havia planejado. O cheiro suave da brisa do mar invadia o ambiente, trazendo uma sensação de paz, embora Clara sentisse um leve nó no estômago.Vinícius estava parado na varanda, observando o horizonte, quando Clara apareceu, vestindo um vestido leve e simples, mas que realçava sua beleza natural. Ela hesitou por um momento antes de se aproximar, sentindo o peso da noite à sua frente.— Está bonito aqui — comentou Clara, quebrando o silêncio enquanto se aproximava da mesa.Vinícius se virou para ela com um sorriso genuíno, os olhos brilhando com um toque de admiração ao vê-la.— Fico feliz que tenha gostado. Achei que seria bom termos um momento só nosso, longe de tudo — respondeu ele, puxando a cadeira para que Clara se sentasse.Ela sor
Na manhã seguinte, Clara e Vinícius acordaram juntos, ainda sob o impacto da noite anterior. A luz suave da manhã invadia o quarto, e os dois, deitados lado a lado, aproveitavam o silêncio confortável que se seguiu ao momento intenso que compartilharam.— Bom dia — murmurou Vinícius, se espreguiçando ao lado dela, a voz ainda rouca de sono.Clara sorriu suavemente, ainda sentindo as emoções da noite anterior.— Bom dia — respondeu ela, com um toque de timidez. O desconforto que existia antes parecia ter diminuído, e ela se sentia mais relaxada perto dele.— Está pronta para o café da manhã? — ele perguntou, brincando, enquanto se levantava da cama.— Acho que sim. — Clara riu, se levantando também.Após se vestirem, desceram para o café da manhã, que foi tranquilo, marcado por conversas leves e sorrisos que fluíam naturalmente. Ambos evitavam falar dos assuntos mais complicados, como se quisessem prolongar a sensação de normalidade por mais um pouco.Depois do café, Vinícius quebrou o
Na manhã seguinte, Clara e Vinícius acordaram juntos, ainda sob o impacto da noite anterior. A luz suave da manhã invadia o quarto, e os dois, deitados lado a lado, aproveitavam o silêncio confortável que se seguiu ao momento intenso que compartilharam. — Bom dia — murmurou Vinícius, se espreguiçando ao lado dela, a voz ainda rouca de sono. Clara sorriu suavemente, ainda sentindo as emoções da noite anterior. — Bom dia — respondeu ela, com um toque de timidez. O desconforto que existia antes parecia ter diminuído, e ela se sentia mais relaxada perto dele. — Está pronta para o café da manhã? — ele perguntou, brincando, enquanto se levantava da cama. — Acho que sim. — Clara riu, se levantando também. Após se vestirem, desceram para o café da manhã, que foi tranquilo, marcado por conversas leves e sorrisos que fluíam naturalmente. Ambos evitavam falar dos assuntos mais complicados, como se quisessem prolongar a sensação de normalidade por mais um pouco. Depois do café, Vinícius qu
— Alô? — A voz do outro lado da linha era fria e distante. — Aqui é Suzana Albuquerque, madrasta de Vinícius. Descobrimos recentemente que vocês se casaram.Clara sentiu o coração disparar. A surpresa da ligação, somada ao tom indiferente de Suzana, a deixou desconcertada.— Eu... sim, nos casamos — respondeu Clara, a voz hesitante. — O que aconteceu?Suzana fez uma pausa, e Clara ouviu sua respiração antes de ela responder, sem qualquer traço de emoção.— Ele sofreu um acidente de avião. Já faz dois dias que estamos à procura — continuou Suzana, como se estivesse falando sobre o tempo. — Achei que você deveria vir.— Acidente? — Clara repetiu, a voz falhando. — Como... como isso aconteceu?— O avião caiu em uma área remota. As buscas continuam. — Suzana suspirou. — É melhor você vir logo, Clara. Podemos precisar de você.O mundo de Clara girava.— Estou indo — respondeu, e antes que Suzana pudesse falar mais, Clara desligou o telefone com mãos trêmulas.A viagem foi longa, e o silênc
Sabrina estava sentada à mesa, tomando café, quando a porta da frente se abriu, e uma figura familiar entrou.— Henrique! — exclamou Sabrina, levantando-se. — O que faz aqui tão cedo?Henrique, o advogado de Vinícius, parecia cansado, mas aliviado ao ver Sabrina. Quando seus olhos encontraram Clara, uma expressão de surpresa atravessou seu rosto.— Quem é essa? — perguntou ele, claramente confuso.Sabrina deu um sorriso contido.— Esta é Clara... a esposa de Vinícius.Henrique ficou parado por um momento, depois soltou uma risada nervosa.— Esposa? — repetiu ele, incrédulo. — Desde quando Vinícius é casado? Ele nunca mencionou isso.Clara tentou manter a compostura, mas o desconforto era evidente.— Nos casamos recentemente. Vinícius quis manter tudo em segredo por um tempo — explicou Clara, sua voz um pouco hesitante.Henrique ainda parecia perplexo, mas suspirou, como se estivesse tentando absorver as informações.— Bom, não vim aqui para discutir sobre casamentos — disse ele, com u
O som da porta se abrindo lentamente fez Clara se sentar na cama, o coração acelerado. Leonardo entrou no quarto, sua expressão sombria e indecifrável. Ele parou perto da porta por um momento, observando-a.— Clara, precisamos conversar — disse ele, a voz baixa, carregada de tensão.Clara sentiu o peito apertar, o eco das revelações recentes ainda a perturbava. Ela o encarou com desconfiança.— O que você quer, Leonardo? — perguntou Clara, sua voz trêmula. — Já mentiu o suficiente para mim.Leonardo suspirou, passando as mãos pelo cabelo, desconfortável. Ele sabia que não havia mais espaço para adiar a verdade.— Eu sei que você está com raiva, Clara. E você tem razão. Eu menti, e foi errado. Mas agora não há outra saída — admitiu ele, hesitante.Clara balançou a cabeça, incrédula.— Não há outra saída? — ela repetiu, a voz ficando mais firme. — Você me enganou, Leonardo. Eu me casei com você achando que você era outra pessoa! Como pode me pedir para continuar com isso?Leonardo se ap