O computador à sua frente piscava com o sistema de câmeras recém-instalado, e ele clicou para verificar se estava tudo funcionando corretamente. — Vamos ver se está tudo certo com isso... — murmurou para si mesmo, clicando nas imagens das câmeras pela primeira vez. Ele passou rapidamente pelos vídeos, apenas conferindo as posições e ângulos. Tudo parecia em ordem. — Perfeito — ele disse para si mesmo, satisfeito com a qualidade das gravações. Quando clicou na câmera do quarto, no entanto, foi surpreendido por uma visão inesperada. Clara estava de pé, perto da cama, tirando a blusa devagar, com movimentos relaxados, preparando-se para o banho. Por um segundo, Vinícius ficou paralisado, sem saber o que fazer. — O que... — ele murmurou, seus olhos presos na tela. Ele deveria desligar, dar privacidade a Clara, mas, por algum motivo, não conseguiu desviar o olhar imediatamente. A imagem dela de costas, com o corpo suavemente iluminado pela luz do abajur, o fez sentir uma mist
O sol começava a iluminar a casa quando Vinícius terminou seu café e se preparou para sair para o trabalho. Clara, já acordada, o observava silenciosamente da cozinha, tentando manter uma aparência de calma. A noite anterior tinha sido tranquila, mas agora, com Vinícius fora de casa, Clara sabia que as tensões que a cercavam voltariam a se manifestar. — Vou para o escritório. Não sei que horas volto, mas provavelmente ficarei até tarde — disse Vinícius, pegando o paletó e olhando para Clara, que estava distraída com uma xícara de café em mãos. — Tudo bem por você? Clara sorriu, tentando esconder sua apreensão. — Claro, sem problemas. Eu vou ficar por aqui, descansar um pouco — respondeu ela, tentando parecer relaxada. Vinícius se aproximou, inclinou-se e deu um beijo na testa dela. — Nos falamos mais tarde, então. Qualquer coisa, me liga — disse ele, com um tom mais suave. Assim que a porta se fechou atrás de Vinícius, Clara sentiu a pressão aumentar. Ela olhou para o
Depois que Gisele foi embora, Clara tentou se distrair com os afazeres da casa, mas sua mente estava presa tanto à conversa com Leonardo quanto à presença sufocante de Gisele.Era como se ela estivesse cercada, sem saber a quem poderia confiar ou o que fazer em seguida.Mais tarde, quando Vinícius chegou do trabalho, a casa já estava silenciosa. Clara havia se recolhido mais cedo, exausta pelos eventos do dia.Ele colocou as chaves no aparador, observando o ambiente tranquilo ao redor. Sem fazer barulho, foi para o escritório.Sentado em frente ao computador, Vinícius ligou a tela e abriu o sistema de câmeras. Começou a revisar as gravações do dia, buscando algo que explicasse as suspeitas que vinham crescendo em sua mente.Ao clicar no vídeo do período da manhã, ele viu Clara atendendo uma ligação. Ela estava claramente tensa, e suas palavras logo confirmaram isso.— O que você quer? — a voz de Clara ecoou pelo escritório.Ele aumentou o volume, mas Clara logo saiu para a varanda, de
Clara e Sabrina chegaram à empresa de Vinícius no fim da tarde. O saguão de entrada estava movimentado, com funcionários circulando de um lado para o outro, alguns levando documentos, outros conferindo relatórios.Sabrina, sendo irmã de Vinícius e conhecida de todos ali, atravessou o espaço sem ser questionada, trocando acenos e sorrisos educados com quem passava.Clara, por outro lado, estava um pouco mais hesitante, já que não frequentava o ambiente com tanta frequência.— Ele vai adorar a surpresa — disse Sabrina com um sorriso confiante, enquanto apertava o passo para o elevador. — Faz tempo que não apareço por aqui.Clara tentou sorrir de volta, mas seu estômago se revirava em uma mistura de nervosismo e curiosidade.Sabrina havia insistido para que a visita fosse uma surpresa, e Clara acabou concordando. Contudo, à medida que o elevador subia, uma leve ansiedade começou a tomar conta dela.Ao chegarem ao andar de Vinícius, Sabrina se virou para a recepcionista, pedindo para não
Sabrina caminhou pelo corredor da empresa com um sorriso discreto nos lábios. Ela havia deixado Clara e Vinícius sozinhos, como prometido, mas agora sua mente estava em outro lugar. Seus passos a levaram em direção à sala de Henrique, o advogado da empresa e, por coincidência, amigo pessoal de Vinícius. Ela sabia que não deveria se deixar levar por aquela atração, mas sempre que estava perto dele, seu coração acelerava. Henrique tinha algo que a intrigava. Talvez fosse o jeito sério e focado no trabalho, ou a forma como ele sempre a tratava com respeito, mas com uma distância que ela queria quebrar. Ao chegar à porta da sala de Henrique, ela respirou fundo antes de bater. Não queria parecer ansiosa, embora fosse exatamente assim que se sentia. — Entre — a voz firme e controlada de Henrique veio de dentro. Sabrina abriu a porta devagar, deixando apenas um sorriso tímido surgir no rosto ao vê-lo atrás de sua mesa, focado em alguns documentos. — Oi, Henrique — disse ela sua
Sabrina saiu da sala de Henrique e foi até a copa da empresa para fazer um café. Ao chegar, encontrou Samuel, que também estava se servindo de uma xícara. — Sabrina, que surpresa te ver por aqui — disse Samuel, com um sorriso discreto. Samuel, aos 28 anos, era um homem bonito, com cerca de 1,80 m de altura e um físico esguio, mas bem definido. Seus traços harmoniosos, olhos castanhos e barba bem aparada davam a ele um ar maduro e charmoso. No trabalho, ele mantinha uma postura firme e profissional, mas com Sabrina, parecia mais descontraído. Sabrina sorriu de volta, pegando uma xícara. — Oi, Samuel. Resolvi fazer uma pausa. Está tudo bem com você? — perguntou, casualmente. — Tudo tranquilo, só uma correria aqui no financeiro. Nada que eu não esteja acostumado — ele respondeu, enquanto mexia o café. — E você? Veio resolver algo importante ou só passando tempo com Vinícius? Sabrina riu, jogando os cabelos para o lado. — Eu vim visitar o Vinícius. E você sabe como é, minha v
Depois que Sabrina saiu da sala, Clara e Vinícius ficaram em silêncio por alguns momentos, ainda processando o que havia acontecido. Clara estava sentada ao lado de Vinícius no sofá, mas sua mente vagava longe. O desconforto causado pela presença de Gisele pairava no ar, e Vinícius, percebendo a tensão, decidiu que precisava ser honesto.Ele se ajeitou no sofá, virando-se para encarar Clara de frente.— Clara — começou ele, com um tom suave, enquanto pegava as mãos dela. — Eu percebi o quanto a presença de Gisele te incomodou. Preciso te contar algo sobre nós, algo que talvez ajude a esclarecer a situação.Clara levantou o olhar para ele, interessada, mas também cautelosa. Sabia que havia mais por trás da relação entre Vinícius e Gisele e agora esperava pela explicação.— A relação que tenho com Gisele não é tão simples quanto parece — ele continuou, o tom mais sério agora. — Não é algo que falo com frequência, mas você merece saber.Vinícius suspirou e olhou para Clara com uma expre
Após alguns minutos de silêncio, a porta da sala se abriu, e Sabrina entrou. Clara, ainda processando a conversa com Vinícius, rapidamente notou o semblante frustrado da cunhada, algo discreto, mas perceptível para quem a conhecia bem. Sabrina, no entanto, não mencionou nada a respeito, preferindo manter o clima leve diante de Vinícius.— O que houve, Sabrina? — perguntou Vinícius, lançando-lhe um olhar curioso ao perceber a mudança de humor da irmã.— Nada demais — respondeu Sabrina, tentando disfarçar com um sorriso forçado. — Só resolvendo algumas coisas.— Bom, o que acham de sairmos para jantar? — sugeriu Vinícius, tentando quebrar o clima tenso. — Faz tempo que não fazemos algo juntos, e acho que todos estamos precisando de um momento mais leve.Clara, ainda com o peso da conversa anterior em mente, sorriu levemente, tentando se recompor. Sabia que a noite poderia ser uma boa oportunidade para desanuviar a cabeça, e também para entender melhor o que estava acontecendo com Sabri