Vamos ao relato de uma menina que conheci na estação de trem em Abrantes, Sudeste de Portugal.
Em uma e outra conversa, sentamos a tomar um café enquanto esperávamos ao atrasadíssimo trem que ia para Lisboa. Ela fez questão de participar e colaborar neste livro, relatando o que se passou com ela em Portugal e o quanto sofreu...
Letícia nos conta:
“Quando cheguei a Portugal, pensei que tudo seria mais fácil. Tinha um sonho de conseguir um trabalho e continuar os meus estudos. Como as aulas já iam começar, resolvi primeiro ir à escola me matricular (para não perder a vaga). Estava super contente por voltar a estudar e completar o que faltava para depois tentar uma faculdade na Brasil, (porque aqui seria impossível. Não tenho verba suficiente). Quando cheguei à escola tive a primeira grande decepç&atild
Intercambio de mulheres entre patrões Vou entrar agora em um tema um tanto quanto difícil e polêmico, mas que relata a mais pura e cruel realidade da vida de quem passa ou passou por tudo isso.Há vários tipos de chulos, que no fundo tudo vai dar no mesmo: Há os chulos patrões, que exploram ao máximo as mulheres que estão ao seu serviço. Há os chulos “maridos” de várias mulheres que normalmente trabalham juntas (e se tratam por cunhadas) e também os típicos chulos disfarçados de namorados, que um dia está sem dinheiro, no outro se esqueceu da carteira e acabam se acostumado a pedir (emprestado) algum dinheiro a namorada, que também acaba se acostumado com a ideia.Mas o relato que vos escrevo agora é um ‘pouco’ chocante, mas não posso deixar de mostrar as pessoas que desconhece
Escrever este livro é uma vontade antiga, que acabou se tornando uma necessidade, após anos de luta tentando conseguir uma vida estável sem nunca ter conseguido. Depois de ver tanta gente do meu país e também de outras nações, serem maltratados e humilhados como eu também fui tantas vezes, apenas por sermos estrangeiros. Decidi que urgentemente escreveria em forma de protesto, solidariedade e cumplicidade com pessoas que sofrem tentando encontrar um lugar ao sol. Dedico à todas pessoas que participaram com seus depoimentos, que me foram de uma grande ajuda. À vocês, brasileiros e estrangeiros de outras nações; que passam o mesmo ou pior do que nós passamos. Dedico principalmente à todas as mulheres, do dia ou da noite, “putas ou santas”. Que se sacrifica por uma vida melhor.
O que a gente tem que aguentar Fingir o que não sente, O que a gente tem que passar Nesta vida indecente. O beijo que dou não quero beijar Os lábios que sinto não quero sentir... Sorrio, enquanto quero chorar, Aguento o que não quero aguentar! Isso é vida? Pergunto-me... Muitas vezes imagino; quantas mulheres (neste mundo), Que querem outro destino. Vida dura, vida puta! Essa vida sem sentido... Fingir estar contente, quando no fundo querem gritar; Gritar, para que todo mundo ouçam; Essa vida não é minha! É somente uma ilusão da vida que eu não tinha. Vida dupla! Vida amarga! Prostituta? Talvez... Quem inventa nomes, quem diz ser quem não é; Quem finge amar quando odeia, o que é? Uma mulher, várias faces... Mesmo chorando tem que s
Tenho algumas informações que extrai de jornais e outras da internet. Agradeço as fontes que me cederam essas informações. Pois me foram de grande ajuda. Esta que vem a seguir foi extraída da revista Cláudia e tem tudo a ver com o conteúdo deste livro. Boa leitura! --------------------------------------------------------------------Matéria extraída da REVISTA CLAUDIA, ED. ABRIL. Brasileira = PROSTITUTA. É ASSIM QUE A EUROPA NOS VÊ. “Mulheres que escolhem Portugal e Espanha para estudar, fazer negócios ou simplesmente mudar de ares têm que provar o tempo todo que não estão lá para se prostituir ou arrumar marido. Fomos aos dois países rastrear as origens do preconceito – que se espalha pela Europa e está cada dia mais agudo.” Patrí
Até meados do século passado eram os portugueses que buscavam acolhimento no Brasil – e esses lembrem-se, também foram rotulados de “burros”. Recentemente, o quadro se inverteu. A partir de meados dos anos 80, os brasileiros começaram a emigrar para a Terrinha. Primeiro, gente de classe média-alta, profissionais feitos, como publicitários, economistas, especialistas em informática, engenheiros e dentistas. Como Portugal passava por um forte período de modernização, pós-adesão à Comunidade Econômica Europeia, essas pessoas eram necessárias e bem-vindas (a não ser no caso dos dentistas que entraram em concorrência direta com os profissionais locais). No final da década de 90, houve uma mudança no perfil do imigrante brasileiro que passou a desembarcar, aos
Uma história de maus tratos, sexismo e arrogância. “Meu nome é Patrícia Camargo Magalhães, tenho 23 anos e sou mestranda em física na USP. Dia 9 de fevereiro, embarquei no voo IB6820, saindo de Cumbica (Guarulhos) com destino a Madrid, local em que faria escala e seguiria ao destino final: Lisboa. Em Lisboa, iria apresentar meu trabalho de pesquisa na conferência Scadron70, que começou dia 11/02 e termina 16/02. No entanto, a falta de documentos em mãos que provassem a minha estadia em Lisboa fez com que ficasse retida na aduana, sob a desculpa inicial de verificação da quantidade de dinheiro que eu carregava. Ainda sem entender ao certo o que estava acontecendo, me dirigi ao local indicado e esperei ser chamada. Cheguei ao aeroporto de Madrid 9h30 da manhã de domingo. Às 13h30 ainda esperava que alguém
Começamos os nossos primeiros relatos com a história de Denise, uma carioca de 30 anos que passou por um constrangimento somente por acreditar em uma ilusão. E COMEÇA ASSIM... Denise nos conta:“Ontem, Cláudia ligou me convidando para jantar com um amigo de seu amigo. Fomos a um restaurante comum, mas de bom gosto. Ela estava vestida lindamente com sua minissaia justa, meias de rede e umas botas de cano alto. Cláudia chama muito a atenção, pois é uma mulata bonita, com os seus cabelos longos e louros. É falso, mas é dela. Está pago!(Como ela diz). Achei muita graça quando me disse isto. Olhei pela janela e vi o Porche vermelho, parado à minha porta (sempre fazem isso para impressionar, vem nos buscar com o melhor carro. Às vezes até emprestado, mas a primeira vista, <
Conheci a Marta em um bar de música brasileira na cidade do Porto, Portugal. Acabei por ficar sua amiga, pela sua simpatia e alegria de viver, embora sua vida não tenha assim tantos motivos para comemorações (...). Pouco a pouco fui me envolvendo em sua intimidade e acabei por descobrir que o que havia detrás daquela mulher alegre e descontraída era uma vida dura e cruel... Um dia lhe comentei que estava escrevendo um documentário sobre as brasileiras em Portugal e lhe perguntei se gostaria de fazer parte da nossa história. Ela aceitou, mas me pediu para assistir de perto um dia do seu “trabalho”. Em princípio senti um pouco de medo, mas depois pensei bem e decidi que isso enriqueceria de detalhes o meu livro, então aceitei! Ela me contou que viveu na Espanha. Trabalhava em um clube noturno, onde a dona era uma br