Dario não sabia o que Isabela queria dizer com "se beneficia de ambos os lados", mas também não perguntou. Em vez disso, disse, com uma ponta de dor:- Senhorita Felícia, o amor familiar não pode ser comprado com dinheiro. Não importa o que você diga, o sangue que corre nas veias do Pedro é o mesmo que corre nas minhas; isso é um fato. Eu também não vou desistir do meu filho por dinheiro. Agora que já passei dos cinquenta, mais dinheiro não significa nada para mim. O que eu quero é apenas meu filho, poder estar com ele, compensá-lo.Isabela franziu a testa, sentindo uma dor de cabeça.Dario não queria dinheiro, o que tornava tudo mais complicado.De repente, seus olhos brilharam:- E sua filha? Ela não importa? Só quer o filho? Quanto à relação de sangue, é a mesma.- Senhorita Felícia, não é que eu não queira encontrar minha filha, é que Pedro não quer que eu me aproxime da irmã dele. Eu respeito os desejos do Pedro.Essas palavras soavam como se fossem verdadeiras...Se Isabela não s
Assim que entrou, viu Juliana encolhida em um canto, a cabeça enterrada entre os joelhos, de modo que seu rosto estava oculto.Isabela se manteve a cerca de dois metros de distância, sem se aproximar demais.- Ouvi dizer que você queria me ver?Ao ouvir a voz, Juliana estremeceu, levantando a cabeça lentamente e fixando o olhar em Isabela por um longo tempo, sem pronunciar palavras.Isabela avançou alguns passos:- Não me reconhece mais?De repente, Juliana se levantou de um salto e correu em direção a Isabela:- Eu me lembro de você! A pessoa que esbarrou comigo na porta do elevador!Isabela, assustada, recuou rapidamente e estendeu a mão em sinal de parada:- Não se aproxime assim, por que você queria me ver?Percebendo a defensiva de Isabela, Juliana subitamente fez um bico e as lágrimas começaram a correr.- Minha irmã me rejeita, eu só queria agradecer, por que você me rejeita também?Isabela estava visivelmente confusa com tal reação:- Você me chamou aqui apenas para chorar dian
- Eu não tenho...Juliana lutava para fugir, mas Isabela a segurava firmemente contra o chão.- Do que você tem medo? Tem medo de que eu vá matá-la para vingar a Sofia? Ou teme que, ao revelar a verdade, Mariana vá matá-la? Ou será que... - Isabela estreitou os olhos. - Seu medo é por outra pessoa?Juliana estremeceu, desviando o olhar, tentando se levantar novamente.- Eu não sei, não me pergunte, eu não sei de nada...- Mentira! Você finge ser louca porque sabe que aqui é o lugar mais seguro, não é? - Isabela não lhe dava chance de respirar, pressionando ela com o rosto vermelho de raiva. - Quem foi que te manteve presa esses quatro anos? Você tem medo dele?Juliana ficou pálida, tremendo de medo, balançando a cabeça:- Eu não sei, eu não sei, eu realmente não sei de nada, por favor, pare de me pressionar!- Tudo bem, você pode continuar fingindo ser louca, mas eu te digo, não vou perder meu tempo com você! - Isabela a soltou, se levantou, olhando ela de cima para baixo. - Se você qu
Depois de voltar ao quarto do hospital, Isabela permaneceu em silêncio, simplesmente sentada no sofá, abraçando o abdômen e olhando para o vazio.- Após aquela tentativa de sondagem, ficou claro para ela uma coisa: Juliana estava fingindo loucura!Mas por que ela faria isso?E, mais importante, por que estava prestes a revelar a verdade, mas começou a fingir novamente assim que viu Carina?- Fefe? - Carina, preocupada que o ferimento de Isabela pudesse ter se reaberto, chamou ela por um tempo sem receber resposta. Então, se aproximou e a empurrou levemente. - Fefe, seu ferimento reabriu?Isabela, perdida em seus pensamentos sobre o ocorrido, levou um susto com o toque e olhou friamente para trás:- O que você está fazendo?- Fefe... - Carina ficou assustada com o olhar dela e nervosamente torceu sua própria roupa. - O que... O que há com você?Percebendo que sua reação foi um pouco exagerada, Isabela rapidamente suavizou sua expressão e disse com um leve sorriso:- Desculpe, fiquei um
Flagrada por Pedro, Isabela rapidamente escondeu o celular atrás de si, dando um sorriso constrangido e disse:- Não, eu estava apenas abrindo a porta para ver por que a Caca ainda não tinha retornado.- Verdade? - Pedro olhou ela com desconfiança e, em seguida, se virou para observar na direção do elevador. - Ela ainda não subiu, vamos entrar; lá fora está frio.Para não levantar suspeitas em Pedro, ela teve que obedientemente segui-lo de volta ao quarto do hospital e então se deitou novamente na cama.- Ouvi dizer que você encontrou a Juliana esta manhã. Conseguiram descobrir algo?- Não, ela continua delirante.- Isa, não se apresse com isso. Afinal, ela já está aqui. Mais cedo ou mais tarde, vai acabar falando. - Pedro pegou uma laranja casualmente, se sentando ao lado dela e começou a descascá-la cuidadosamente. - Além disso, agora que a Mariana está internada no hospital psiquiátrico, ninguém mais pode ameaçar a vida da Juliana. Você deve se concentrar em se recuperar primeiro.-
Quando Valentino chegou, já era entardecer, e Pedro estava justamente levando uma marmita para o quarto. Ao ver Valentino, ele primeiro ficou surpreso e depois, de forma sutil, empurrou Valentino para o lado, se virando com um sorriso para Isabela e dizendo:- Fefe, não fique brava comigo, fiz o seu prato favorito.Isabela torceu a boca:- Eu amo frutos do mar, você não poderia fazer frutos do mar para mim?- Fefe, isso não é me colocar em uma situação difícil?- E ainda diz que vai me agradar. Tenho que controlar o que como e o que faço; não tenho nenhuma liberdade pessoal.Nesse momento, Valentino interveio:- Pedro, mesmo que ela tenha que evitar certos alimentos, comer um pouco ou provar não deve ser um problema, certo?Pedro franziu a testa, olhando como uma águia para ele:- Não é sua irmã, então você não se importa, certo? Isso não é da sua conta, vá embora, a Fefe também não precisa da sua ajuda.Valentino olhou com um olhar de cão abandonado para Isabela:- Fefe, parece que P
Pedro estava um tanto incerto e olhou novamente, mas desta vez, Valentino tinha um sorriso no canto do olho, não parecendo sinistro, mas sim cheio de sol e amabilidade.Será que ele tinha visto errado?Mas, mesmo que os olhos pudessem se enganar, como explicar o arrepio na pele?Será que ele estava assustando a si mesmo?- Pedro, por que você fica me olhando assim? Você realmente não quer me ver? - Valentino perguntou de repente, ao notar seu olhar fixo.Pedro rapidamente desviou o olhar, escondendo suas dúvidas, e respondeu com um tom de pouca paciência:- Eu só queria ver com que expressão você come a minha comida.Valentino sorriu abertamente:- Claro que é com um sorriso, Pedro, sua culinária é realmente boa, seria ótimo poder comer suas refeições mais frequentemente. - Disse ele, enquanto pegava um pedaço de pimenta e dava uma grande mordida no arroz.O vendo assim, Isabela sentiu uma pontada de compaixão e serviu a ele vários pedaços de carne:- Não coma só vegetais, coma também
Ao sair do hospital, ela não foi longe, mas se dirigiu ao pequeno parque do outro lado da rua.Durante esses dias todos, confinada no quarto do hospital, não teve a chance de sair sozinha para respirar um pouco de ar fresco. Por isso, fez questão de chamar Valentino, justamente para desviar a atenção de Pedro e Carina e ter a oportunidade de dar uma volta.No entanto, mesmo caminhando, não conseguia deixar de pensar naquelas coisas.A situação de Juliana, Carina estava certa, afinal, ela estava aqui, não havia necessidade de tanta pressa.Mas, e quanto a Dario e Tomás? Ainda se sentia inquieta.Se todo o esquema por trás fosse realmente de Gabriel, o que deveria fazer?Ou melhor, o que ainda poderia fazer...Só de pensar naquele homem, se sentia impotente, desesperada e dolorida.Isabela pegou o celular para ver as horas; já eram nove da noite, mais de um dia desde a última vez que havia falado com Dario. Era hora de tomar uma decisão.Então, ligou para Dario, querendo saber se ele es