Quando Valentino chegou, já era entardecer, e Pedro estava justamente levando uma marmita para o quarto. Ao ver Valentino, ele primeiro ficou surpreso e depois, de forma sutil, empurrou Valentino para o lado, se virando com um sorriso para Isabela e dizendo:- Fefe, não fique brava comigo, fiz o seu prato favorito.Isabela torceu a boca:- Eu amo frutos do mar, você não poderia fazer frutos do mar para mim?- Fefe, isso não é me colocar em uma situação difícil?- E ainda diz que vai me agradar. Tenho que controlar o que como e o que faço; não tenho nenhuma liberdade pessoal.Nesse momento, Valentino interveio:- Pedro, mesmo que ela tenha que evitar certos alimentos, comer um pouco ou provar não deve ser um problema, certo?Pedro franziu a testa, olhando como uma águia para ele:- Não é sua irmã, então você não se importa, certo? Isso não é da sua conta, vá embora, a Fefe também não precisa da sua ajuda.Valentino olhou com um olhar de cão abandonado para Isabela:- Fefe, parece que P
Pedro estava um tanto incerto e olhou novamente, mas desta vez, Valentino tinha um sorriso no canto do olho, não parecendo sinistro, mas sim cheio de sol e amabilidade.Será que ele tinha visto errado?Mas, mesmo que os olhos pudessem se enganar, como explicar o arrepio na pele?Será que ele estava assustando a si mesmo?- Pedro, por que você fica me olhando assim? Você realmente não quer me ver? - Valentino perguntou de repente, ao notar seu olhar fixo.Pedro rapidamente desviou o olhar, escondendo suas dúvidas, e respondeu com um tom de pouca paciência:- Eu só queria ver com que expressão você come a minha comida.Valentino sorriu abertamente:- Claro que é com um sorriso, Pedro, sua culinária é realmente boa, seria ótimo poder comer suas refeições mais frequentemente. - Disse ele, enquanto pegava um pedaço de pimenta e dava uma grande mordida no arroz.O vendo assim, Isabela sentiu uma pontada de compaixão e serviu a ele vários pedaços de carne:- Não coma só vegetais, coma também
Ao sair do hospital, ela não foi longe, mas se dirigiu ao pequeno parque do outro lado da rua.Durante esses dias todos, confinada no quarto do hospital, não teve a chance de sair sozinha para respirar um pouco de ar fresco. Por isso, fez questão de chamar Valentino, justamente para desviar a atenção de Pedro e Carina e ter a oportunidade de dar uma volta.No entanto, mesmo caminhando, não conseguia deixar de pensar naquelas coisas.A situação de Juliana, Carina estava certa, afinal, ela estava aqui, não havia necessidade de tanta pressa.Mas, e quanto a Dario e Tomás? Ainda se sentia inquieta.Se todo o esquema por trás fosse realmente de Gabriel, o que deveria fazer?Ou melhor, o que ainda poderia fazer...Só de pensar naquele homem, se sentia impotente, desesperada e dolorida.Isabela pegou o celular para ver as horas; já eram nove da noite, mais de um dia desde a última vez que havia falado com Dario. Era hora de tomar uma decisão.Então, ligou para Dario, querendo saber se ele es
Um homem robusto deu a Isabela cinco ou seis bofetadas seguidas, até que o rosto pálido dela ficasse vermelho e inchado, com sangue escorrendo do canto da boca, antes de finalmente parar. Em seguida, arrastou uma cadeira para perto, levantou Isabela e a jogou sobre a cadeira, antes de amarrá-la firmemente com uma corda.- Chefe, está tudo amarrado. Começamos a transmissão ao vivo agora?Assim que terminou de perguntar, um homem de terno e sapatos de couro apareceu na porta.Isabela franzia a testa de dor, sentindo que conhecia o homem de algum lugar, mas não conseguia lembrar onde o tinha visto.O homem de terno olhou para Isabela e disse ao homem robusto:- Primeiro, monte o celular.- Sim. - Em seguida, o homem de terno caminhou até Isabela, segurou com força seu queixo e soltou uma risada fria. - Parece que você ainda tem pena das mulheres, foi leve demais.O homem robusto rapidamente se defendeu:- Chefe, eu não fui. - Dizendo isso, ele balançou o punho em direção a Isabela. Mas
No último andar da Grupo Marques, na grande sala de reuniões, a chamada ainda não havia sido encerrada quando Gabriel se levantou e começou a caminhar em direção à porta. Ao ver isso, o parceiro comercial do outro lado franziu a testa em desagrado e ameaçou:- Sr. Gabriel, o que significa isso? Você não deseja mais colaborar?Mas Gabriel, sem nem sequer lançar um olhar para eles, abriu a porta e saiu.- Senhores, o presidente não quis dizer isso. Peço que mantenham a calma. Irei buscar o presidente imediatamente. - Rodrigo disse, enquanto enxugava o suor frio e sorria tentando acalmar os parceiros comerciais.Os parceiros comerciais lançaram um olhar severo para Rodrigo e resmungaram:- Vocês têm cinco minutos. Não vamos esperar mais! Há muitos que desejam colaborar conosco; não precisamos especificamente da empresa de vocês. Além disso, agora é o Grupo Marques que deve nos procurar para colaborar! Façam o seu Sr. Gabriel entender a situação! A Grupo Marques de hoje não é mais o mesmo
- Como eu poderia saber? - O homem de terno se endireitou, olhando ela com desprezo. - Srta. Isabela, você não acha que seu disfarce é perfeito, não é?Ela havia enganado tantas pessoas, até mesmo Mariana não havia descoberto; como os outros poderiam...De repente, sua respiração parou, e ela começou a tremer involuntariamente.Será que foi ele?Ela olhou rapidamente para o homem de terno, segurando a ansiedade em seu coração.- Foi Dario que mandou vocês?O homem de terno hesitou por um momento e sorriu.- O que você acha?Tinha que ser Dario!Entre as pessoas que sabiam de sua identidade, apenas Dario faria algo assim.Mas...Gabriel era o chefe de Dario. Como ele usaria ela para chantagear seu próprio chefe? Não deveria usá-la para chantagear Pedro?Ou será que o verdadeiro mandante por trás disso não era o Dario, mas outra pessoa?Com esse pensamento, Isabela sentiu uma dor aguda, quase não conseguindo respirar.Outra resposta estava prestes a surgir, mas ela não ousava perguntar.
Ao ouvir isso, Isabela abruptamente abriu os olhos, se virando atônita na direção da porta.E então, viu Gabriel segurando uma mala preta, respirando pesadamente, seus olhos sombrios e ameaçadores fixados nela.Num instante, seu coração parou, e ela ficou petrificada no lugar, se esquecendo até de respirar.Ele... Realmente veio!Isabela não podia acreditar no que seus olhos viam, mas a dor aguda em seu pescoço lembrava ela de que aquela era a realidade.Gabriel veio; ele não era o manipulador por trás de tudo, ele... Realmente veio salvá-la...O homem de terno, ao ver Gabriel, espiou rapidamente para fora, se certificando de que Gabriel estava sozinho, e disse com um sorriso frio:- Sr. Gabriel, eu pensei que o senhor não viria.Gabriel, sem vontade de perder tempo com palavras, lançou a mala para frente, apertou os punhos e o encarou friamente:- Solte ela, pegue o dinheiro e desapareça!O homem de terno acenou para um brutamontes pegar o dinheiro, então cortou as amarras de Isabela,
Neste momento, dentro do edifício inacabado.Ao perceber que não conseguia escapar pulando o muro, o homem forte decidiu correr pela porta da frente.Ao notar isso, Gabriel avançou diretamente sobre ele, o derrubando no chão, prendendo seu pescoço com as pernas e agarrando o braço direito do homem, tentando imobilizá-lo.Contudo, a ferida em seu abdômen, ainda não cicatrizada, se reabriu após o confronto, causando uma dor lancinante que o deixava quase sem forças.Mas, para ganhar mais tempo para Isabela escapar, ele simplesmente não podia se dar ao luxo de se preocupar com isso.Ele usou toda sua força para prender firmemente o homem forte, e justo quando estava prestes a deslocar o braço do homem, o homem de terno se levantou do chão e apunhalou seu ombro por trás.Gabriel sentiu a dor, mas não ousou relaxar a força em suas pernas e mãos.- Solte ele!No instante seguinte, sentiu uma arma encostada em sua têmpora.O corpo de Gabriel ficou rígido, mas suas mãos permaneceram firmes:-