Isabela baixou a cabeça em silêncio por um momento antes de perguntar:- Você não veio aqui só para me repreender, veio?Cláudio revirou os olhos, irritado:- Eu vim para dizer que suspeito que Juliana esteja fingindo estar louca.- Fingindo estar louca? Tem certeza?- Não tenho certeza absoluta, mas realizamos uma tomografia computadorizada do cérebro dela e não mostrou nada anormal. Quanto ao estado mental, não posso te dar um resultado definitivo agora.Isabela fez uma careta:- Você não é um psicólogo profissional? Não consegue perceber isso?- Sou profissional, mas se ela está fingindo, ela também é muito habilidosa. Ela manifesta todos os pequenos gestos típicos de uma pessoa com doença mental; portanto, não posso oferecer uma resposta imediata.Ao ouvir isso, Isabela franziu a testa:- Se ela manifesta todos os gestos, por que você suspeita que ela esteja fingindo?Embora ela também tivesse suas suspeitas, não possuía provas.Cláudio apertou os lábios:- Intuição. Parece forçado
Mas, no final, Cláudio não disse nada, apenas acenou com a cabeça em concordância:- Bom, se você não quer, eu não insistirei mais nesse assunto.- Obrigado.De repente, Cláudio, sem entender bem o que se passava consigo mesmo, perguntou:- E quanto ao André? Vocês ainda pretendem se divorciar?Isabela, surpresa por um momento, balançou a cabeça:- Também não sei, sinto que estou paralisada, e que qualquer decisão que tome será errada.O divórcio, para o André atual, certamente se tornaria um escândalo, afetando assim sua posição no Grupo Almeida. Além disso, ele ficou deficiente das penas por causa dela, fazendo ela se sentir de alguma forma responsável. Mas, por não se divorciarem, ela sempre teve a sensação de que, emocionalmente, isso era injusto com André.A relação deles não era como a de marido e mulher, nem como amigos, apenas estavam conectados de maneira ambígua...- Isa, talvez seja melhor tomar uma decisão definitiva.Ao ouvir isso, Isabela ficou um pouco surpresa, olhand
Isabela pensava e repensava, sem encontrar solução para o problema com Dario.Observando Juliana pelas câmeras de segurança, não conseguiu evitar franzir a testa.Duas questões pendentes, e nenhuma delas podia ser resolvida de imediato, o que era verdadeiramente frustrante.Especialmente a questão envolvendo Dario, pois quanto mais o tempo passava, maior se tornava o risco.Quem saberia o que Gabriel teria revelado a Dario? Se tudo viesse à tona, seria complicado para ela se livrar da situação.Com esses pensamentos, ela cerrou os punhos e golpeou a cama com força.Resolver o problema significava ir à sua origem.Foi então que ela decidiu ligar para aquela pessoa.O telefone tocou cinco vezes antes de ser atendido:- Isa, estou um pouco ocupado agora, posso te ligar depois? Tudo bem?Naquele momento, Gabriel estava na montanha onde Tomás foi visto pela última vez, procurando com uma lanterna, enquanto a intensidade do sinal era intermitente.Porém, Isabela desconhecia isso, pensando qu
Dario não sabia o que Isabela queria dizer com "se beneficia de ambos os lados", mas também não perguntou. Em vez disso, disse, com uma ponta de dor:- Senhorita Felícia, o amor familiar não pode ser comprado com dinheiro. Não importa o que você diga, o sangue que corre nas veias do Pedro é o mesmo que corre nas minhas; isso é um fato. Eu também não vou desistir do meu filho por dinheiro. Agora que já passei dos cinquenta, mais dinheiro não significa nada para mim. O que eu quero é apenas meu filho, poder estar com ele, compensá-lo.Isabela franziu a testa, sentindo uma dor de cabeça.Dario não queria dinheiro, o que tornava tudo mais complicado.De repente, seus olhos brilharam:- E sua filha? Ela não importa? Só quer o filho? Quanto à relação de sangue, é a mesma.- Senhorita Felícia, não é que eu não queira encontrar minha filha, é que Pedro não quer que eu me aproxime da irmã dele. Eu respeito os desejos do Pedro.Essas palavras soavam como se fossem verdadeiras...Se Isabela não s
Assim que entrou, viu Juliana encolhida em um canto, a cabeça enterrada entre os joelhos, de modo que seu rosto estava oculto.Isabela se manteve a cerca de dois metros de distância, sem se aproximar demais.- Ouvi dizer que você queria me ver?Ao ouvir a voz, Juliana estremeceu, levantando a cabeça lentamente e fixando o olhar em Isabela por um longo tempo, sem pronunciar palavras.Isabela avançou alguns passos:- Não me reconhece mais?De repente, Juliana se levantou de um salto e correu em direção a Isabela:- Eu me lembro de você! A pessoa que esbarrou comigo na porta do elevador!Isabela, assustada, recuou rapidamente e estendeu a mão em sinal de parada:- Não se aproxime assim, por que você queria me ver?Percebendo a defensiva de Isabela, Juliana subitamente fez um bico e as lágrimas começaram a correr.- Minha irmã me rejeita, eu só queria agradecer, por que você me rejeita também?Isabela estava visivelmente confusa com tal reação:- Você me chamou aqui apenas para chorar dian
- Eu não tenho...Juliana lutava para fugir, mas Isabela a segurava firmemente contra o chão.- Do que você tem medo? Tem medo de que eu vá matá-la para vingar a Sofia? Ou teme que, ao revelar a verdade, Mariana vá matá-la? Ou será que... - Isabela estreitou os olhos. - Seu medo é por outra pessoa?Juliana estremeceu, desviando o olhar, tentando se levantar novamente.- Eu não sei, não me pergunte, eu não sei de nada...- Mentira! Você finge ser louca porque sabe que aqui é o lugar mais seguro, não é? - Isabela não lhe dava chance de respirar, pressionando ela com o rosto vermelho de raiva. - Quem foi que te manteve presa esses quatro anos? Você tem medo dele?Juliana ficou pálida, tremendo de medo, balançando a cabeça:- Eu não sei, eu não sei, eu realmente não sei de nada, por favor, pare de me pressionar!- Tudo bem, você pode continuar fingindo ser louca, mas eu te digo, não vou perder meu tempo com você! - Isabela a soltou, se levantou, olhando ela de cima para baixo. - Se você qu
Depois de voltar ao quarto do hospital, Isabela permaneceu em silêncio, simplesmente sentada no sofá, abraçando o abdômen e olhando para o vazio.- Após aquela tentativa de sondagem, ficou claro para ela uma coisa: Juliana estava fingindo loucura!Mas por que ela faria isso?E, mais importante, por que estava prestes a revelar a verdade, mas começou a fingir novamente assim que viu Carina?- Fefe? - Carina, preocupada que o ferimento de Isabela pudesse ter se reaberto, chamou ela por um tempo sem receber resposta. Então, se aproximou e a empurrou levemente. - Fefe, seu ferimento reabriu?Isabela, perdida em seus pensamentos sobre o ocorrido, levou um susto com o toque e olhou friamente para trás:- O que você está fazendo?- Fefe... - Carina ficou assustada com o olhar dela e nervosamente torceu sua própria roupa. - O que... O que há com você?Percebendo que sua reação foi um pouco exagerada, Isabela rapidamente suavizou sua expressão e disse com um leve sorriso:- Desculpe, fiquei um
Flagrada por Pedro, Isabela rapidamente escondeu o celular atrás de si, dando um sorriso constrangido e disse:- Não, eu estava apenas abrindo a porta para ver por que a Caca ainda não tinha retornado.- Verdade? - Pedro olhou ela com desconfiança e, em seguida, se virou para observar na direção do elevador. - Ela ainda não subiu, vamos entrar; lá fora está frio.Para não levantar suspeitas em Pedro, ela teve que obedientemente segui-lo de volta ao quarto do hospital e então se deitou novamente na cama.- Ouvi dizer que você encontrou a Juliana esta manhã. Conseguiram descobrir algo?- Não, ela continua delirante.- Isa, não se apresse com isso. Afinal, ela já está aqui. Mais cedo ou mais tarde, vai acabar falando. - Pedro pegou uma laranja casualmente, se sentando ao lado dela e começou a descascá-la cuidadosamente. - Além disso, agora que a Mariana está internada no hospital psiquiátrico, ninguém mais pode ameaçar a vida da Juliana. Você deve se concentrar em se recuperar primeiro.-