Leonor narrando: Hard passou pelas portas, e ao me ver sorriu com um semblante de quem havia ficado de certa forma aliviado ao ver um rosto conhecido e caminhou até mim se sentando ao meu lado:- fico feliz por não ser o chefe cansado que bebe às duas da tarde. - ele me disse em um tom irônico.- pois é... nem todos os dias são tão bons para se passar sobrea. – lhe disse desconfortável não sei se cairia bem se nos vissem bebendo junto as duas da tarde. - não há maldade nenhuma aqui e muito menos pessoas que conhecemos. – Hard disse em um tom engraçado levantando suas mãos. - tem alguma coisa te incomodando desde cedo é nítido ver isso, provavelmente para você ter se arrumado e estar aqui sentada no bar, é uma grande confirmação. Sei que a gente se conheceu de uma forma estranha, mas aquele dia a gente criou um certo tipo de amizade, a tempos e não conversava com alguém daquela forma, então pode confiar em mim se quiser. Hard me disse em um to
Hard narrando: Não podia negar pra mim que algo havia se incomodado em meu peito após receber a noticia sobre meu pai. Ninguém quer ser uma criança com quatorze anos, sem a mãe, rodeado de culpa, e traumas com cicatrizes pelo corpo. E o mais incrível, é que senti muita raiva dele, muita raiva quando o frio me doía em meio a rua, mais essa raiva cessava quando o sol voltava a aquecer, não posso dizer que o odiava, por que não odiava, tive meus motivos pra sair de casa, e mesmo que errado, o álcool era o motivo que ele tinha pra conseguir viver com a ausência da mulher que cuidava dele, era a forma que ele encontrava de não admitir a dor que sentia a si mesmo. Leonor já estava com o brilho que o álcool causava, a vi se levantar curiosa mais confiando em mim, pegando uma garrafa de vodka segui para fora do bar, e ela me seguiu:- o que vamos fazer? – ela me perguntou se encostando ao meu lado frente a moto. - vai ter que confiar em mim. – lhe disse em um tom miste
Leonor narrando: Estar ali sobre aquela Montanha olhando toda a imensidão ao mesmo tempo que o Sorriso de Hard deixava tudo ainda mais completo, era como se tudo agora fizesse sentido, uma parte minha começou a agradecer por Call ter feito com que eu saísse de casa, agradecer que ele tivesse me dado a oportunidade de me entregar e senti algo, além de apenas uma mulher frustrada. Não conseguia negar os sentimentos que estavam nascendo dentro de mim ao olhar Hard, não conseguia acreditar que era apenas um desejo inconsumível, era muito mais além, como se eu começasse a desejar ter alguém que gostava das coisas tanto quanto eu, ele sabia até mesmo as frases da minha revista. Sempre me imaginava com Call em uma Montanha, uma garrafa de vinho ou vodka, mas ele nunca estava disposto. Mas Hard está aqui nesse momento virando a garrafa ao meu lado e gritando seus sentimentos para quem estiver lá embaixo o ouvir ecoar, ele está me mostrado a liberdade de sentir o vento batendo em meu rost
Hard narrando: Estava perto, perto o suficiente sentindo sua respiração ofegante, sentindo a forma com que ela estava desesperada lutando contra aquele sentimento tanto quanto eu, a forma com a qual ele encarava a minha boca, fazia meu corpo se excitar: - O sol vai começar a se por.- lhe disse sorrindo, e me afastando. Não porque não queria beijá-la, isso era tudo que eu mais desejava naquele momento, mas não podia, não era assim que queria a ter, não sendo uma mulher casada. - é tem razão... - ela disse também recuando envergonhada. Quando tudo o que você deseja se confirma, é um misto de felicidade com um sentimento amedrontador. O sol começava a descer, e a garrafa de vodca ainda estava pela metade mas me obriguei a parar de beber, sabia sobre a minha responsabilidade de ter que dirigir, não que tivesse medo, não temia que algo me acontecesse, mas temia que acontecesse a ela: - já parou pra perceber a forma que sempre acabamos vendo o sol nascer
Leonor narrando: Quando descemos novamente na frente do bar para que eu pudesse pegar o meu carro, o meu peito estava espontaneamente feliz, o sorriso não saia do meu rosto, mas estar de volta a cidade, e saber que teria que voltar pra minha pacata vida, o tirava, o que fazia com que eu gritasse internamente o quanto não desejava isso: - tem certeza que esta bem o suficiente pra dirigir? -Hard disse na janela do carro enquanto eu o ligava. - tenho... fica tranquilo. – lhe disse com um sorriso, sentindo minha boca dormente por conta do álcool. Hard deu uns tapinhas no carro como despedida e apertou seus lábios se afastando. – ei... espera. – o gritei lhe fazendo recuar. - Obrigada de verdade pelo dia de hoje, foi muito bom pra mim, realmente precisava disso. – lhe disse. Pude ver o sorriso no rosto de Hard se tornando maior, e isso de certa forma fez com que eu me sentisse bem, por também ter lhe ajudado nesse dia. Pegando o meu carro, comecei a dirigir acompanhando Hard p
Leonor narrando: Eu era uma mulher completamente Indefesa ainda escorada na porta embriagada, ouvindo as palavras de Call saindo como se ele também se sentisse fraco naquele momento, como se também odiasse o que estava dizendo:- porque? - falei surpresa com um tom de voz fraco desacreditada, como se ele estivesse inventando aquilo só para não me dar o que eu estava pedindo. - quando a gente começou a namorar, e falei para os meus pais sobre o noivado, toda minha família julgou por conta da sua família, por conta da sua mãe e das coisas na qual ela fazia. Meu pai jurou que o nosso casamento não duraria um mês, mas eu sabia Leonor, sabia que o nosso amor ele era real, era algo intenso, podia ver isso nos seus olhos, assim como podia sentir o amor sugando em mim todo o desejo que tinha de fazer dar certo... - E então você imaginou que seria uma ótima ideia assinar a droga de um contrato sem que eu soubesse e passar cinco anos sem me dizer absolutamente nada? A droga de um co
Leonor narrando: Descendo do carro eufórica, não pensava exatamente sobre o que queria fazer, apenas sentia uma necessidade de gritar meus sentimentos como Hard havia me ensinado. Frente a casa da minha mãe com um taco de golfe em mãos, caminhei até a porta e a empurrei com toda força possível, até que a sua maçaneta se abrisse, entrando a vi sentada no sofá com mais um de seus homens, enquanto bebiam cerveja e havia a bituca de cigarro por toda a casa. Aquela cena fazia com que minha fúria subisse mais ainda, e apenas sentia, sem pensar, como se fosse guiada apenas pela minha ira perdendo o controle dos meus próprios impulso: - o que pensa que está fazendo? - o homem que estava a acompanhando me disse em um tom intimidador e bravo, se levantando do sofá. - O que eu penso que estou fazendo? O que você pensa que está fazendo dentro da casa que também me pertence? - disse gritando e batendo contra um copo que estava sobre a mesa com o taco, o fazendo se quebrar no chão. - Da c
Hard narrando: Ver o carro de Leonor se afastar cada vez de mim, apertava o meu peito, mas sabia que precisava deixar que ela fosse, não fazia parte de mim querer decidir o destino que ela iria tomar, mesmo que soubesse que ao lado de Call ela jamais será feliz. Olhava para seus olhos, enquanto ela falava sobre suas frustrações e questionava se poderia ser bom o bastante para ela, se conseguiria a fazer feliz, e cada vez que ela sorria não só com a boca mas também com seus olhos, entendia que deveria ser capaz, que era meu dever conseguir. Mas como uma pessoa que jamais conheceu o amor, como lidar com alguém tão doce e destemida? Podia ser mais velho que Leonor, mas ainda assim quando estava ao lado dela me sentia apenas um garotinho e meio a um namoro adolescente, um garoto prestes a perder alguém que sente algo além de atração. Após ter passado um dia com ela fui percebendo que não se tratava apenas de que querer a ter como uma posse, mas queria a ter para a amar, ser n