Leonor narrando: O problema do álcool, é que ele seca toda as suas reservas de hormônios que te geram a alegria, e a euforia daquele momento da noite anterior, havia se tornado uma imensidão de sentimentos que me oprimiam o peito ao mesmo tempo que me gerava uma vergonha absurda pela decisão que havia tomado naquele momento. Não podia dizer que me arrependia, havia sido algo intenso, e essa intensidade me deixaria marcas. Tudo era confuso, e subia como um choro prendendo minha garganta em meio a toda a confusão que estava em mim, pensava em Hard, e o desejava com todas as minhas forças, desejava o ter novamente e o sentir se forçando dentro de mim novamente. Mais as lembranças de Call tomavam forma dos momentos bons que tivemos, dos momentos que foi apenas a gente, principalmente os que tínhamos apenas um ao outro, segurando a mão firmemente sem pensar em desistir. Cada memoria, cada lembrança, me subia com um gosto amargo como se desse facadas em meu peito enfraquecendo minhas
Hard narrando: Saindo do banheiro ainda desorientado para pegar uma toalha seca para Leonor, me obrigava a conter meu impulso de querer voltar e permanecer embaixo do chuveiro sentindo a água cair sobre nos, olhava para a forma com a qual ela sorria de canto, mesmo com seus olhos ainda tristes, queria cuidar dela até que seu coração estivesse curado de toda a dor que Call lhe causou, e por um instinto que a presença dela me causava, minha mente rodeou em como se por um minuto eu dormisse acordado imaginando nos dois embaixo do chuveiro, a vendo sorrir enquanto tomávamos a decisão de ter um filho. Leonor tem razão, é impossível se apaixonar após o terceiro encontro, mais como posso explicar pra mim mesmo o desejo de realizar todos os meus sonhos ao lado dela? De a ver realizando os seus? Se ela escolher ir embora, como viverei a deixando a mercê dos sentimentos que seu marido irá lhe proporcionar? Voltando pro banheiro lhe entreguei a toalha com um beijo na testa e voltei para
Leonor narrando: Abrindo meus olhos calmamente, respirei com um sorriso de canto sentindo a segurança que os braços de Hard me gerava, os sentindo seus braços fortes e musculoso me envolvendo em uma conchinha com nossos corpos colados novamente em meio ao suor que ainda escorria e a respiração que aos poucos ia se acalmando. Os lábios de Hard tocaram minhas costas em um beijo carinhoso, em vários beijos carinhosos. Ele conseguia silenciar a minha mente, conseguia me desprender de tudo o que me incomodava quando suas mãos estavam sobre meu corpo e seu quadril se forçava pra dentro de mim, de alguma forma era como se quando estávamos transando, só existe aquele momento em minha mente, meu corpo só respondia ao que estava no momento presente, sem culpa, sem pensar, sem Call, eram apenas eu e ele, dois insanos que não entendiam o que estavam fazendo mais aproveitava cada segundo, se entregavam inteiramente aquele momento. O amor, a o amor é tão distinto, tão louco, acredito que nem
Hard narrando: “Não podia esperar que você acordasse, olhar nos seus olhos faria com que sentisse que isso é uma despedida, e não quero que seja uma. Pensei sobre o que deveria te escrever, e juro que revirei cada parte minha tentando encontrar as palavras que pudessem descrever tudo o que você me fez sentir em apenas um dia, chega a ser clichê e louco, mas é impossível que alguém se apaixone em um dia, em um toque. Pensei que talvez você pudesse ser o amor certo que chegou no momento errado, e se for isso, espero descobrir um dia, espero que ele volte um dia. Mas agora, não quero que você seja o alicerce do meu mundo desmoronando, não posso te colocar em uma postura como essa, vejo em seus olhos, o sentimento que carrega, o sentimento que jurei que era incapaz que você carregasse. mas meu casamento é responsabilidades minha, e sei que se me sentasse com você durante cinco minutos encontraria a resposta para todo esse problema, uma solução, mas preciso encontrar sozinha, preciso exp
Call narrando: Parado na porta de vidro que dava acesso à área externa da piscina, estava paralisado sem saber se tudo era apenas um delírio, Leonor estava ali, com o fogo aceso na nossa churrasqueira antiga, exalando o cheiro de algum tipo de pano se queimando junto à fumaça que subia, mas eu apenas olhava para ela, sentindo uma parte do meu coração se aquecer novamente. Quando ela não retornou para a casa no sábado, uma parte minha se quebrou, uma parte minha só queria que tudo fosse apenas um pesadelo e nada disso estivesse acontecendo. Estava preso entre imaginar que tudo havia sido apenas uma farsa, e a incerteza de se a amava. Como sei se é amor? Como sei se é paixão? Se por um minuto me desmorono em gritos silenciados pela almofada sentindo meu coração se destruir, e depois, me levanto imaginando que mais uma vez vou ser um fraco perante meu pai. Mas me doía imaginar que havia perdido uma mulher como ela sem ter a chance de saber se era amor ou não, que não teria a chance
Call narrando: Leonor subiu pra tomar um banho enquanto cuidadosamente preparava as comidas que ela gostava. Quando começamos a namorar, era um tipo de relacionamento que não tinha nada de clichê, que tudo era insano e no calor do momento, fazíamos coisas loucas quando decidimos na hora como se vivêssemos intensamente, olhávamos para os outros casais e percebíamos que tínhamos algo de diferente, nos amávamos e demostrávamos de uma forma. Eu era dominado constantemente pela insegurança, todas as vezes que chegava em casa e o meu pai estava embriagado, ele gargalhava dizendo o quanto eu era um tolo por acreditar no amor, por acreditar que Leonor era a pessoa certa e que viveríamos eternamente juntos, ele gargalhava dizendo que estaria sentado na poltrona esperando o dia que eu chegaria de coração partido, e ai então entenderia exatamente o homem no qual ele é, me sentando ao seu lado e pegando um copo de whisky para afogar as minhas mágoas por ter me apaixonado por uma mulher co
Leonor narrando: Com uma bandeja de café da manhã e flores ao meu lado, acordei na cama com um bilhete de Call dizendo o quanto me amava e o quanto estava disposto a jamais me perder novamente, junto a um peido de desculpas por ter ido pro trabalho mais cedo. Olhando a tudo sorri, passando a mão pelo lençol perfeitamente limpo e com cheiro de amaciante, inalando o doce cheiro de estar me sentindo em casa, o orgulho pelo meu lar havia voltado, só queria me levantar da cama e preparar um almoço incrível pro meu marido. Era como se a paz reinasse em mim novamente, como se estivesse pronta pra recomeçar. Desci as escadas, e com o notebook aberto sobre o sofá, comecei a procurar um novo emprego, ate ser interrompida por um e-mail que me chamou atenção, Call havia feito uma alta transferência pra conta da minha mãe, suspirando fundo em meio a um susto me levantei afobada do sofá dando voltas na sala, me questionando sobre o por que daquela transferência. Call narrando: Ao c
narrando:- Call... cadê o Call? Falando com uma voz alterada cheguei no escritório de Call procurando obsessivamente por ele, não conseguia parar os meus pensamentos e ficava imaginando todas as possíveis causas que teriam o levado a enviar aquela quantia a minha mãe. Por algum motivo de insegurança acreditava que não era um dos melhores :- Calma senhora Leonor... - a secretária dele me disse.-“ Calma senhora Leonor”? está de brincadeira com a minha cara, vai atrás dele agora. - Ei Leonor calma, estou aqui... o que está acontecendo? - Call disse chegando atrás de mim colocando suas mãos sobre meu ombro. - Porque todo mundo está pedindo que fique calma hoje?- lhe disse em um tom rude novamente. - porque está completamente eufórica gritando. Vamos até o meu escritório e a gente conversa, tudo bem? - Call disse com um tom de voz calmo e de certa forma me acalmou enquanto suas mãos tocavam as minhas. Se ele estava esbanjando tanta paz assim não poderia ser nada de ruim.