Call narrando: Leonor subiu pra tomar um banho enquanto cuidadosamente preparava as comidas que ela gostava. Quando começamos a namorar, era um tipo de relacionamento que não tinha nada de clichê, que tudo era insano e no calor do momento, fazíamos coisas loucas quando decidimos na hora como se vivêssemos intensamente, olhávamos para os outros casais e percebíamos que tínhamos algo de diferente, nos amávamos e demostrávamos de uma forma. Eu era dominado constantemente pela insegurança, todas as vezes que chegava em casa e o meu pai estava embriagado, ele gargalhava dizendo o quanto eu era um tolo por acreditar no amor, por acreditar que Leonor era a pessoa certa e que viveríamos eternamente juntos, ele gargalhava dizendo que estaria sentado na poltrona esperando o dia que eu chegaria de coração partido, e ai então entenderia exatamente o homem no qual ele é, me sentando ao seu lado e pegando um copo de whisky para afogar as minhas mágoas por ter me apaixonado por uma mulher co
Leonor narrando: Com uma bandeja de café da manhã e flores ao meu lado, acordei na cama com um bilhete de Call dizendo o quanto me amava e o quanto estava disposto a jamais me perder novamente, junto a um peido de desculpas por ter ido pro trabalho mais cedo. Olhando a tudo sorri, passando a mão pelo lençol perfeitamente limpo e com cheiro de amaciante, inalando o doce cheiro de estar me sentindo em casa, o orgulho pelo meu lar havia voltado, só queria me levantar da cama e preparar um almoço incrível pro meu marido. Era como se a paz reinasse em mim novamente, como se estivesse pronta pra recomeçar. Desci as escadas, e com o notebook aberto sobre o sofá, comecei a procurar um novo emprego, ate ser interrompida por um e-mail que me chamou atenção, Call havia feito uma alta transferência pra conta da minha mãe, suspirando fundo em meio a um susto me levantei afobada do sofá dando voltas na sala, me questionando sobre o por que daquela transferência. Call narrando: Ao c
narrando:- Call... cadê o Call? Falando com uma voz alterada cheguei no escritório de Call procurando obsessivamente por ele, não conseguia parar os meus pensamentos e ficava imaginando todas as possíveis causas que teriam o levado a enviar aquela quantia a minha mãe. Por algum motivo de insegurança acreditava que não era um dos melhores :- Calma senhora Leonor... - a secretária dele me disse.-“ Calma senhora Leonor”? está de brincadeira com a minha cara, vai atrás dele agora. - Ei Leonor calma, estou aqui... o que está acontecendo? - Call disse chegando atrás de mim colocando suas mãos sobre meu ombro. - Porque todo mundo está pedindo que fique calma hoje?- lhe disse em um tom rude novamente. - porque está completamente eufórica gritando. Vamos até o meu escritório e a gente conversa, tudo bem? - Call disse com um tom de voz calmo e de certa forma me acalmou enquanto suas mãos tocavam as minhas. Se ele estava esbanjando tanta paz assim não poderia ser nada de ruim.
Call narrando: Ao chegar em casa estava preocupado por não ter recebido nenhuma notícia de Leonor e tinha medo de que sua mãe pudesse ter lhe dito alguma coisa. Mas ela estava sentada no sofá com um Sorriso de canto como se estivesse se sentindo leve:- tudo bem? - Lhe perguntei ainda inseguro. - É está tudo bem. Eu e a minha mãe conversamos e ela foi embora, mas pelo menos uma parte minha sente que agora estamos em paz.- Que bom Leonor, fico feliz que vocês possam ter se resolvido. O que você acha de a gente ir jantar fora? só nós dois naquele restaurante que você gosta. - Lhe disse passando minhas mãos por suas pernas, lhe envolvendo em um beijo e tocando seu corpo. - ta, vou colocar uma roupa. - Ela disse com um tom mais desanimado do que esperava. Leonor subiu as escadas para colocar uma roupa, eu a olhava admirando seu sorriso de canto, pensando que tudo entre a gente realmente estava no mesmo lugar, sem Sandra, sem Hard, a
Leonor narrando: Permaneci lá sentada por uns quinze minutos esperando Call voltar, pensando sobre todas as desculpas que poderia lhe dar e me odiando, me odiando por ter me tornado tão boa em mentir sobre Hard, e agora todo aquele desejo que havia sido tão bom de ser consumido havia se tornado um breve pesadelo, passei a sentir nojo de mim mesma quando vi a frustração estampada nos olhos de Call no momento em que ele estava sendo tão atencioso me trazendo para jantar, enquanto tudo que faço é mentir para ele:- Então... está tudo bem com seu pai? - lhe perguntei ao ver ele voltando para a mesa completamente frustrado. - Meu pai? - ele perguntou como se não soubesse sobre o que estava dizendo. - A meu pai claro... está bem ele passou por uma consulta médica, vai precisar fazer alguns exames. - quer conversar sobre o que minha amiga disse? Não quero que fique nenhum mal-entendido entre a gente. - Leonor a gente estamos recomeçando, não
Trêmula segurava o celular ainda em mãos, olhava os carros paralisada, minha mente se questionava, não querendo acreditar: - como pode fazer isso comigo, está louca Leonor? Os gritos eufóricos de Call ecoaram me trazendo a ânsia a boca do estômago, de ouvir a voz dele, de sentir o medo me corroer, o medo da verdade. Me virando, olhei em seis olhos, sentir arder a brasa dos meus, levantei minhas mãos, querendo lhe dizer algo mas me sentia fraca até mesmo para soltar as palavras, minhas pernas se encurvavam enquanto o encarava, com seu rosto pálido, revivendo cada momento em que ele me disse sobre como não queria ser pai, sentindo o peso de seu silêncio a amargura me corroía: - Era importante pra mim conversar com esse homem essa noite Leonor... – Call continuou a gritar. - Como posso... Como posso ser tão tola, não estou acreditando... Estava tão na frente dos meus olhos... – Comecei a falar, ainda fraca, mais a fúria vinha dominando cada parte minha. - Do que está dizend
Leonor narrando: Pelas ruas andava sentindo minhas pernas trêmulas, o desespero me dominava a cada passo, não conseguia aceitar a tudo, e não conseguiria lidar com a morte de Hard, não agora. Meus olhos se fechavam e sem destino andava implorando para que tudo fosse uma mentira, implorava até mesmo para que um raio caísse sobre minha cabeça, gritava interiormente mesmo que meus lábios apenas soltassem murmúrios, não me preocupava se as pessoas me viam naquele estado e me olhavam com total desprezo, como se fosse uma embriagada. Des de o momento que me dei conta da farsa que estava me obrigando a acreditar, que a máscara de Call caiu frente aos meus olhos, toda uma vida também se desmoronou, como se não soubesse mais nada sobre minha própria vida, tudo era apenas dor, só conseguia ver realidade nos meus momentos com Hard, e me odiava por ter deixado as certezas que me habitavam pra me recriar mais uma vez nas mentiras. Uma vida toda me preocupando com as pessoas, cuidando delas,
Hard narrando: A ter, a sentir, a ver ali nua sobre a cama de um apartamento frio e cheirando a bolor enquanto meu corpo se estremecia em desejo e realização, era a ancora que me mantinha de pé, era por ela que escolhi não guerrear mais com máfias, sentia que não necessitava de mais nada além dela, nem mesmo o poder ou o dinheiro, pela primeira vez na vida, o calor de um corpo nu e os olhos ingênuos e repletos de dor foram capazes de descongelar a pedra de gelo que imaginava que tinha no lugar de um coração, alguém foi capaz de me fazer arrepiar em algo além do ódio, além do prazer. o silencio era perfeito ao seu lado, mesmo vendo as manchas de infiltração sobre nós no teto, minhas mãos passavam por sua cintura, e seu doce cheiro misturado com o álcool, era o único que queria sentir durante o resto dos meus dias solitários:-Leonor... - disse assustado a vendo se levantar da cama e caminhar em direção a suas roupas. -Preciso ir... - Leonor me respondeu com um tom de voz e