Hard narrando: “Não podia esperar que você acordasse, olhar nos seus olhos faria com que sentisse que isso é uma despedida, e não quero que seja uma. Pensei sobre o que deveria te escrever, e juro que revirei cada parte minha tentando encontrar as palavras que pudessem descrever tudo o que você me fez sentir em apenas um dia, chega a ser clichê e louco, mas é impossível que alguém se apaixone em um dia, em um toque. Pensei que talvez você pudesse ser o amor certo que chegou no momento errado, e se for isso, espero descobrir um dia, espero que ele volte um dia. Mas agora, não quero que você seja o alicerce do meu mundo desmoronando, não posso te colocar em uma postura como essa, vejo em seus olhos, o sentimento que carrega, o sentimento que jurei que era incapaz que você carregasse. mas meu casamento é responsabilidades minha, e sei que se me sentasse com você durante cinco minutos encontraria a resposta para todo esse problema, uma solução, mas preciso encontrar sozinha, preciso exp
Call narrando: Parado na porta de vidro que dava acesso à área externa da piscina, estava paralisado sem saber se tudo era apenas um delírio, Leonor estava ali, com o fogo aceso na nossa churrasqueira antiga, exalando o cheiro de algum tipo de pano se queimando junto à fumaça que subia, mas eu apenas olhava para ela, sentindo uma parte do meu coração se aquecer novamente. Quando ela não retornou para a casa no sábado, uma parte minha se quebrou, uma parte minha só queria que tudo fosse apenas um pesadelo e nada disso estivesse acontecendo. Estava preso entre imaginar que tudo havia sido apenas uma farsa, e a incerteza de se a amava. Como sei se é amor? Como sei se é paixão? Se por um minuto me desmorono em gritos silenciados pela almofada sentindo meu coração se destruir, e depois, me levanto imaginando que mais uma vez vou ser um fraco perante meu pai. Mas me doía imaginar que havia perdido uma mulher como ela sem ter a chance de saber se era amor ou não, que não teria a chance
Call narrando: Leonor subiu pra tomar um banho enquanto cuidadosamente preparava as comidas que ela gostava. Quando começamos a namorar, era um tipo de relacionamento que não tinha nada de clichê, que tudo era insano e no calor do momento, fazíamos coisas loucas quando decidimos na hora como se vivêssemos intensamente, olhávamos para os outros casais e percebíamos que tínhamos algo de diferente, nos amávamos e demostrávamos de uma forma. Eu era dominado constantemente pela insegurança, todas as vezes que chegava em casa e o meu pai estava embriagado, ele gargalhava dizendo o quanto eu era um tolo por acreditar no amor, por acreditar que Leonor era a pessoa certa e que viveríamos eternamente juntos, ele gargalhava dizendo que estaria sentado na poltrona esperando o dia que eu chegaria de coração partido, e ai então entenderia exatamente o homem no qual ele é, me sentando ao seu lado e pegando um copo de whisky para afogar as minhas mágoas por ter me apaixonado por uma mulher co
Leonor narrando: Com uma bandeja de café da manhã e flores ao meu lado, acordei na cama com um bilhete de Call dizendo o quanto me amava e o quanto estava disposto a jamais me perder novamente, junto a um peido de desculpas por ter ido pro trabalho mais cedo. Olhando a tudo sorri, passando a mão pelo lençol perfeitamente limpo e com cheiro de amaciante, inalando o doce cheiro de estar me sentindo em casa, o orgulho pelo meu lar havia voltado, só queria me levantar da cama e preparar um almoço incrível pro meu marido. Era como se a paz reinasse em mim novamente, como se estivesse pronta pra recomeçar. Desci as escadas, e com o notebook aberto sobre o sofá, comecei a procurar um novo emprego, ate ser interrompida por um e-mail que me chamou atenção, Call havia feito uma alta transferência pra conta da minha mãe, suspirando fundo em meio a um susto me levantei afobada do sofá dando voltas na sala, me questionando sobre o por que daquela transferência. Call narrando: Ao c
narrando:- Call... cadê o Call? Falando com uma voz alterada cheguei no escritório de Call procurando obsessivamente por ele, não conseguia parar os meus pensamentos e ficava imaginando todas as possíveis causas que teriam o levado a enviar aquela quantia a minha mãe. Por algum motivo de insegurança acreditava que não era um dos melhores :- Calma senhora Leonor... - a secretária dele me disse.-“ Calma senhora Leonor”? está de brincadeira com a minha cara, vai atrás dele agora. - Ei Leonor calma, estou aqui... o que está acontecendo? - Call disse chegando atrás de mim colocando suas mãos sobre meu ombro. - Porque todo mundo está pedindo que fique calma hoje?- lhe disse em um tom rude novamente. - porque está completamente eufórica gritando. Vamos até o meu escritório e a gente conversa, tudo bem? - Call disse com um tom de voz calmo e de certa forma me acalmou enquanto suas mãos tocavam as minhas. Se ele estava esbanjando tanta paz assim não poderia ser nada de ruim.
Call narrando: Ao chegar em casa estava preocupado por não ter recebido nenhuma notícia de Leonor e tinha medo de que sua mãe pudesse ter lhe dito alguma coisa. Mas ela estava sentada no sofá com um Sorriso de canto como se estivesse se sentindo leve:- tudo bem? - Lhe perguntei ainda inseguro. - É está tudo bem. Eu e a minha mãe conversamos e ela foi embora, mas pelo menos uma parte minha sente que agora estamos em paz.- Que bom Leonor, fico feliz que vocês possam ter se resolvido. O que você acha de a gente ir jantar fora? só nós dois naquele restaurante que você gosta. - Lhe disse passando minhas mãos por suas pernas, lhe envolvendo em um beijo e tocando seu corpo. - ta, vou colocar uma roupa. - Ela disse com um tom mais desanimado do que esperava. Leonor subiu as escadas para colocar uma roupa, eu a olhava admirando seu sorriso de canto, pensando que tudo entre a gente realmente estava no mesmo lugar, sem Sandra, sem Hard, a
Leonor narrando: Permaneci lá sentada por uns quinze minutos esperando Call voltar, pensando sobre todas as desculpas que poderia lhe dar e me odiando, me odiando por ter me tornado tão boa em mentir sobre Hard, e agora todo aquele desejo que havia sido tão bom de ser consumido havia se tornado um breve pesadelo, passei a sentir nojo de mim mesma quando vi a frustração estampada nos olhos de Call no momento em que ele estava sendo tão atencioso me trazendo para jantar, enquanto tudo que faço é mentir para ele:- Então... está tudo bem com seu pai? - lhe perguntei ao ver ele voltando para a mesa completamente frustrado. - Meu pai? - ele perguntou como se não soubesse sobre o que estava dizendo. - A meu pai claro... está bem ele passou por uma consulta médica, vai precisar fazer alguns exames. - quer conversar sobre o que minha amiga disse? Não quero que fique nenhum mal-entendido entre a gente. - Leonor a gente estamos recomeçando, não
Trêmula segurava o celular ainda em mãos, olhava os carros paralisada, minha mente se questionava, não querendo acreditar: - como pode fazer isso comigo, está louca Leonor? Os gritos eufóricos de Call ecoaram me trazendo a ânsia a boca do estômago, de ouvir a voz dele, de sentir o medo me corroer, o medo da verdade. Me virando, olhei em seis olhos, sentir arder a brasa dos meus, levantei minhas mãos, querendo lhe dizer algo mas me sentia fraca até mesmo para soltar as palavras, minhas pernas se encurvavam enquanto o encarava, com seu rosto pálido, revivendo cada momento em que ele me disse sobre como não queria ser pai, sentindo o peso de seu silêncio a amargura me corroía: - Era importante pra mim conversar com esse homem essa noite Leonor... – Call continuou a gritar. - Como posso... Como posso ser tão tola, não estou acreditando... Estava tão na frente dos meus olhos... – Comecei a falar, ainda fraca, mais a fúria vinha dominando cada parte minha. - Do que está dizend