CAPÍTULO 54 Fabiana Prass Como pude ser tão burra? Ele nunca vai me amar, o seu interesse é no meu corpo. Se ele não tivesse dito nada seria ainda pior, eu ficaria iludida, pensando que ele apenas ainda não estava pronto como eu estou, mas essa é uma ilusão que só existe na minha mente. Eu me entreguei sem reservas, dei tudo de mim, mas parece que não foi o suficiente. Sei que estou amarrada a ele, mas se ele não me ama, esse seu jeito de me tratar não vai durar, e ele muito em breve terá as suas amantes de volta. Fiquei bastante tempo no banheiro, não tinha coragem de sair de lá. Quando criei coragem abri a porta bem devagar, ele estava dormindo, e foi melhor assim. Fiquei olhando para ele um bom tempo, observando as suas feições do rosto, o seu cabelo desalinhado dando àquele charme, e só consegui dormir quando me aproximei, acho que me acostumei com o seu cheiro, o calor do seu corpo. Ele, mesmo dormindo me puxou para si, e mesmo sendo humilhante, eu me senti melhor ali, sou um
CAPÍTULO 55 Don Antony Strondda Acordei cedo e não quis acordar a Fabiana. O soldado Matias me ligou e agendou para conversar no anexo 2 da máfia italiana. — O que foi, soldado? — questionei assim que entrei. — O senhor já solicitou os exames da puttana? — acendeu um charuto. — É muito cedo, o médico me alertou dos riscos! Mas, eu vou descobrir isso hoje mesmo, estou a caminho do apartamento, e se não me responder, eu mesmo a matarei! — Posso pedir que me dê a puttana se o filho for meu? Porque se for seu, eu acabo com isso em fração de segundos! — soltou a fumaça devagar. — Eu vou pensar! A minha paciência acabou para com ela! — Entendo... — Vou até o apartamento, quer me acompanhar? Duvido que não confesse com o cano da minha pistola na garganta! — Vou com o meu carro! — assenti e fui para o apartamento em que ela estava, porém, não gostei nada do que descobri. — Soldado, onde está a puttana que estava aqui? — questionei com o que fico
CAPÍTULO 56 Fabiana Prass Que ódio estou desse homem. E, pior é a Rebeca não me ajudar, simplesmente obedeceu o Don e entrou nesse carro. — Ele parece dizer a verdade, está muito bravo... — cochichou no meu ouvido, mas fechei a cara para ela. O carro estava trancado, eu fiquei no meio do banco de trás, a Rebeca na esquerda e o Antony do meu lado direito. Ele é tão ciumento que preferiu que outro dirigisse e fez questão de tentar me controlar de novo, ficando do meu lado, como se fosse santo. Tentou me encostar o tempo todo, mas eu não deixei, de agora pra frente, ele vai se arrepender de ter me feito tudo o que fez, deixarei a vida dele virar um inferno. — Vem, vamos descer! — esticou a mão para me ajudar, mas eu o ignorei. Esperei a Rebeca descer e então desci por outro lado, andei afastada dele. Não fiz escândalo, não deixei os funcionários da casa perceberem o que acontecia, até porque não pretendo ficar aqui, no máximo de manhã eu já estarei bem longe, e esse mentiroso não
CAPÍTULO 57 Fabiana Prass — Estou dentro! — respondi sem nem pensar muito, era a minha única chance no momento. — Então vamos! No banheiro primeiro, depois pegamos por dentro. — ela se levantou e vi que agora era para valer, eu sumiria da vista do Antony. Reparei que muitos nos olharam quando levantamos, provavelmente aos comandos do Don, mas como pegamos o corredor para os banheiros, foi tranquilo. Laura ficou de olho em tudo, pelo visto eu não a conhecia o suficiente, é muito esperta. Entramos num quarto imenso que tinha muitas roupas e acessórios, provavelmente das putas. — Sejamos rápidas! Tire essa roupa, coloque essa! — olhei para um pedaço de pano vermelho, tentando entender de que lado vestia, o treco tinha um pedaço que cobria apenas a bunda e os seios. — Como usa isso? — ela pegou de volta, virou o tecido e ajeitou para que eu vestisse. — Virá no meu funeral? — ela gargalhou. — Minha filha... O meu irmão nunca vai imaginar que é você, vai por
CAPÍTULO 58 Don Antony Stronddhá Aquela ragazza vai me enlouquecer. Não consegui dormir, passei que passaria a noite toda no jardim para conseguir me acalmar até de manhã, mas nada resolveu, então saí feito louco e fui atrás da Susany, mas não encontrei. Uma hora ou outra ela irá aparecer, e daí nós vamos resolver as coisas. O meu celular tocou, então atendi. — Está tudo bem aí, meu filho? — era o meu pai. — Sim, em termos! Pai, estou precisando verificar essa equipe, e também de um Capo regime, poderia ver isso para mim? — Posso ver sobre o Capo, mas prefiro que você administre a sua equipe, eles precisam ver que você é firme, um verdadeiro Don! Já até tenho alguém em mente para a função de Capo! — Você está certo, vou ver isso! — E, no mais, está tudo bem? — Tive uns problemas com a Fabiana, mas depois nos falamos, pode ser? — Está bem, se precisar de algo me liga! — encerramos a ligação e eu entrei em casa. Não consegui negar o pedido da Fabian
CAPÍTULO 59 Fabiana Prass Assim que o Don saiu, eu resolvi me esconder na área da Laura, o quarto secreto. Comecei a vasculhar e ao encostar num armário mais velho, o negócio saiu do lugar, mostrando uma área que ela não havia me falado. Era um acesso para muitas armas, fiquei espantada com a organização. Segurei uma delas na mão, mas logo guardei apavorada, depois eu pergunto pra ela o motivo disso, pois a Laura parece ter me enganado a respeito dela, tem uma personalidade diferente da moça delicada e bem estudada, que esperava com medo um “talvez”, casamento arranjado... Laura parece ser muito mais que isso. O som da boate no quarto, era mais baixo que lá fora, mas incomodava. Principalmente se o compartimento que ela me mostrou estivesse aberto, então resolvi fechar. Quando eu iria trancar aquilo, a música parou de repente, e a voz gritante do Antony ecoou por tudo: — LIBEREM O GALPÃO, ESSA PUTA E EU TEMOS ASSUNTOS PARA RESOLVER! MEXAM-SE! — pelo grito
CAPÍTULO 60 Don Antony Strondda Eu precisava de ar, então fui embora daquela boate. Se o soldado quis a puttana, que faça bom proveito bem longe de mim, tenho nojo daquela mulher. Os funcionários ficaram me olhando quando entrei na área externa da casa, então parei na porta e encarei todos. — Algum problema, aqui? — pareciam ratos com medo quando ouviram os passos do dono da casa, e foram negando e se retirando um a um. Arranquei o casaco, a boina, e iria mexer no jardim, mas avistei o carro dos meus pais chegando. Respirei fundo, eu sabia que não adiantava mentir, a essa altura a Laura já havia contado tudo, com certeza. Eles me cumprimentaram com um abraço, e eu retribuí. — Calma filho! Vamos encontrá-la! — meu pai falou. — Eu já fiz de tudo... a minha equipe já fez de tudo! Não pegou um avião, também não levou a irmã, deve estar em alguma cidade vizinha! — comentei. — Meu filho, você precisa parar tudo, precisa dominar a sua vida! Mas, isso nã
CAPÍTULO 61 Fabiana Prass Fiquei um tempo deitada naquele chão, pensando em tudo o que ouvi. Só me pergunto porque ele não confiou em mim, talvez se tivesse me dito desde o começo não teria chegado a esse ponto, mas me lembro das suas palavras quando confessei que o amava e fico ainda mais frustrada em lembrar que ele nunca vai confiar em mim, talvez nunca me ame, foi bem claro. No quarto secreto me vesti para ir ao bar, precisava relaxar. Lá na pista recebi muitas cantadas, mas ignorei e percebi que funcionou, ninguém tentou nenhuma gracinha. O problema foi quando a Rebeca chegou, que precisei de uma bebida, mas lembrei que não tinha dinheiro ali comigo. — Boa noite! Aqui tem como as funcionárias marcarem a bebida na conta? — o bartender sorriu. — Tem sim! Mas, hoje pode ficar por minha conta! — pegou um copo, e sentei de costas para onde a Rebeca atendia as mesas. — Obrigada. Fiquei disfarçando ali e aproveitei a bebida, então estranhei a fra