CAPÍTULO 56 Fabiana Prass Que ódio estou desse homem. E, pior é a Rebeca não me ajudar, simplesmente obedeceu o Don e entrou nesse carro. — Ele parece dizer a verdade, está muito bravo... — cochichou no meu ouvido, mas fechei a cara para ela. O carro estava trancado, eu fiquei no meio do banco de trás, a Rebeca na esquerda e o Antony do meu lado direito. Ele é tão ciumento que preferiu que outro dirigisse e fez questão de tentar me controlar de novo, ficando do meu lado, como se fosse santo. Tentou me encostar o tempo todo, mas eu não deixei, de agora pra frente, ele vai se arrepender de ter me feito tudo o que fez, deixarei a vida dele virar um inferno. — Vem, vamos descer! — esticou a mão para me ajudar, mas eu o ignorei. Esperei a Rebeca descer e então desci por outro lado, andei afastada dele. Não fiz escândalo, não deixei os funcionários da casa perceberem o que acontecia, até porque não pretendo ficar aqui, no máximo de manhã eu já estarei bem longe, e esse mentiroso não
CAPÍTULO 57 Fabiana Prass — Estou dentro! — respondi sem nem pensar muito, era a minha única chance no momento. — Então vamos! No banheiro primeiro, depois pegamos por dentro. — ela se levantou e vi que agora era para valer, eu sumiria da vista do Antony. Reparei que muitos nos olharam quando levantamos, provavelmente aos comandos do Don, mas como pegamos o corredor para os banheiros, foi tranquilo. Laura ficou de olho em tudo, pelo visto eu não a conhecia o suficiente, é muito esperta. Entramos num quarto imenso que tinha muitas roupas e acessórios, provavelmente das putas. — Sejamos rápidas! Tire essa roupa, coloque essa! — olhei para um pedaço de pano vermelho, tentando entender de que lado vestia, o treco tinha um pedaço que cobria apenas a bunda e os seios. — Como usa isso? — ela pegou de volta, virou o tecido e ajeitou para que eu vestisse. — Virá no meu funeral? — ela gargalhou. — Minha filha... O meu irmão nunca vai imaginar que é você, vai por
CAPÍTULO 58 Don Antony Stronddhá Aquela ragazza vai me enlouquecer. Não consegui dormir, passei que passaria a noite toda no jardim para conseguir me acalmar até de manhã, mas nada resolveu, então saí feito louco e fui atrás da Susany, mas não encontrei. Uma hora ou outra ela irá aparecer, e daí nós vamos resolver as coisas. O meu celular tocou, então atendi. — Está tudo bem aí, meu filho? — era o meu pai. — Sim, em termos! Pai, estou precisando verificar essa equipe, e também de um Capo regime, poderia ver isso para mim? — Posso ver sobre o Capo, mas prefiro que você administre a sua equipe, eles precisam ver que você é firme, um verdadeiro Don! Já até tenho alguém em mente para a função de Capo! — Você está certo, vou ver isso! — E, no mais, está tudo bem? — Tive uns problemas com a Fabiana, mas depois nos falamos, pode ser? — Está bem, se precisar de algo me liga! — encerramos a ligação e eu entrei em casa. Não consegui negar o pedido da Fabian
CAPÍTULO 59 Fabiana Prass Assim que o Don saiu, eu resolvi me esconder na área da Laura, o quarto secreto. Comecei a vasculhar e ao encostar num armário mais velho, o negócio saiu do lugar, mostrando uma área que ela não havia me falado. Era um acesso para muitas armas, fiquei espantada com a organização. Segurei uma delas na mão, mas logo guardei apavorada, depois eu pergunto pra ela o motivo disso, pois a Laura parece ter me enganado a respeito dela, tem uma personalidade diferente da moça delicada e bem estudada, que esperava com medo um “talvez”, casamento arranjado... Laura parece ser muito mais que isso. O som da boate no quarto, era mais baixo que lá fora, mas incomodava. Principalmente se o compartimento que ela me mostrou estivesse aberto, então resolvi fechar. Quando eu iria trancar aquilo, a música parou de repente, e a voz gritante do Antony ecoou por tudo: — LIBEREM O GALPÃO, ESSA PUTA E EU TEMOS ASSUNTOS PARA RESOLVER! MEXAM-SE! — pelo grito
CAPÍTULO 60 Don Antony Strondda Eu precisava de ar, então fui embora daquela boate. Se o soldado quis a puttana, que faça bom proveito bem longe de mim, tenho nojo daquela mulher. Os funcionários ficaram me olhando quando entrei na área externa da casa, então parei na porta e encarei todos. — Algum problema, aqui? — pareciam ratos com medo quando ouviram os passos do dono da casa, e foram negando e se retirando um a um. Arranquei o casaco, a boina, e iria mexer no jardim, mas avistei o carro dos meus pais chegando. Respirei fundo, eu sabia que não adiantava mentir, a essa altura a Laura já havia contado tudo, com certeza. Eles me cumprimentaram com um abraço, e eu retribuí. — Calma filho! Vamos encontrá-la! — meu pai falou. — Eu já fiz de tudo... a minha equipe já fez de tudo! Não pegou um avião, também não levou a irmã, deve estar em alguma cidade vizinha! — comentei. — Meu filho, você precisa parar tudo, precisa dominar a sua vida! Mas, isso nã
CAPÍTULO 61 Fabiana Prass Fiquei um tempo deitada naquele chão, pensando em tudo o que ouvi. Só me pergunto porque ele não confiou em mim, talvez se tivesse me dito desde o começo não teria chegado a esse ponto, mas me lembro das suas palavras quando confessei que o amava e fico ainda mais frustrada em lembrar que ele nunca vai confiar em mim, talvez nunca me ame, foi bem claro. No quarto secreto me vesti para ir ao bar, precisava relaxar. Lá na pista recebi muitas cantadas, mas ignorei e percebi que funcionou, ninguém tentou nenhuma gracinha. O problema foi quando a Rebeca chegou, que precisei de uma bebida, mas lembrei que não tinha dinheiro ali comigo. — Boa noite! Aqui tem como as funcionárias marcarem a bebida na conta? — o bartender sorriu. — Tem sim! Mas, hoje pode ficar por minha conta! — pegou um copo, e sentei de costas para onde a Rebeca atendia as mesas. — Obrigada. Fiquei disfarçando ali e aproveitei a bebida, então estranhei a fra
CAPÍTULO 62 Fabiana Prass O trinco se movia, e eu me escondi dentro do local das armas, onde a Laura não me mostrou, assim eu teria uma chance. Foi muito rápido, quando ouvi o barulho de que a porta se abriu, ouvi uns quatro passos, e a porta de onde eu estava também foi aberta. Fiquei de olhos arregalados quando vi uma ruiva na minha frente, mas olhando melhor era... — Laura? — estranhei, ela estava vestida diferente, parecia usar um disfarce como o meu.Com uma mão na porta e outra na arma, fui abaixando ao verificar que era ela. — Você é esperta, cunhada! Vejo que encontrou a minha coleção depressa! — fiquei confusa, tipo: “oi”, eu sou esperta? — Laura, porquê está vestida assim? — ela entrou naquele espaço, e começou a tocar as armas com admiração. — Eu precisava de um disfarce para vir te ver. Como acha que eu conseguiria? O meu irmão colocou homens para me vigiar, deu um trabalho imenso para chegar até aqui. — Nossa! Mas, não
CAPÍTULO 63 Fabiana Prass Foi uma pena que ali dentro não havia lugar para treinar tiros, então apenas aprendi a carregar a arma que ela me deu, e engatilhar, me ensinou alguns truques e também como me defender caso sofresse algum ataque. No outro dia acordei cedo. Não consegui dormir muito, então estiquei a mão pela cama, e senti falta dele. A sua pele encostando na minha, o seu corpo dentro do meu, lembrei das suas carícias e também a forma como puxava o meu cabelo. Balancei rapidamente a cabeça, aquilo era só sexo, eu precisaria me controlar. Me vesti com a roupa que eu vim para cá e a Laura me deixou aqui, eu precisava me sentir um pouco mais coberta, do que aquelas roupas de puttana. A curiosidade estava me matando, acabei subindo outra vez aquela escada. Eu só queria vê-lo um pouquinho, saber como está, olhar para ele... Infelizmente não o encontrei na sala VIP, cheguei a virar de costas para voltar ao quarto, mas a curiosidade me mataria se não o