CAPÍTULO 61 Fabiana Prass Fiquei um tempo deitada naquele chão, pensando em tudo o que ouvi. Só me pergunto porque ele não confiou em mim, talvez se tivesse me dito desde o começo não teria chegado a esse ponto, mas me lembro das suas palavras quando confessei que o amava e fico ainda mais frustrada em lembrar que ele nunca vai confiar em mim, talvez nunca me ame, foi bem claro. No quarto secreto me vesti para ir ao bar, precisava relaxar. Lá na pista recebi muitas cantadas, mas ignorei e percebi que funcionou, ninguém tentou nenhuma gracinha. O problema foi quando a Rebeca chegou, que precisei de uma bebida, mas lembrei que não tinha dinheiro ali comigo. — Boa noite! Aqui tem como as funcionárias marcarem a bebida na conta? — o bartender sorriu. — Tem sim! Mas, hoje pode ficar por minha conta! — pegou um copo, e sentei de costas para onde a Rebeca atendia as mesas. — Obrigada. Fiquei disfarçando ali e aproveitei a bebida, então estranhei a fra
CAPÍTULO 62 Fabiana Prass O trinco se movia, e eu me escondi dentro do local das armas, onde a Laura não me mostrou, assim eu teria uma chance. Foi muito rápido, quando ouvi o barulho de que a porta se abriu, ouvi uns quatro passos, e a porta de onde eu estava também foi aberta. Fiquei de olhos arregalados quando vi uma ruiva na minha frente, mas olhando melhor era... — Laura? — estranhei, ela estava vestida diferente, parecia usar um disfarce como o meu.Com uma mão na porta e outra na arma, fui abaixando ao verificar que era ela. — Você é esperta, cunhada! Vejo que encontrou a minha coleção depressa! — fiquei confusa, tipo: “oi”, eu sou esperta? — Laura, porquê está vestida assim? — ela entrou naquele espaço, e começou a tocar as armas com admiração. — Eu precisava de um disfarce para vir te ver. Como acha que eu conseguiria? O meu irmão colocou homens para me vigiar, deu um trabalho imenso para chegar até aqui. — Nossa! Mas, não
CAPÍTULO 63 Fabiana Prass Foi uma pena que ali dentro não havia lugar para treinar tiros, então apenas aprendi a carregar a arma que ela me deu, e engatilhar, me ensinou alguns truques e também como me defender caso sofresse algum ataque. No outro dia acordei cedo. Não consegui dormir muito, então estiquei a mão pela cama, e senti falta dele. A sua pele encostando na minha, o seu corpo dentro do meu, lembrei das suas carícias e também a forma como puxava o meu cabelo. Balancei rapidamente a cabeça, aquilo era só sexo, eu precisaria me controlar. Me vesti com a roupa que eu vim para cá e a Laura me deixou aqui, eu precisava me sentir um pouco mais coberta, do que aquelas roupas de puttana. A curiosidade estava me matando, acabei subindo outra vez aquela escada. Eu só queria vê-lo um pouquinho, saber como está, olhar para ele... Infelizmente não o encontrei na sala VIP, cheguei a virar de costas para voltar ao quarto, mas a curiosidade me mataria se não o
CAPÍTULO 64 Don Antony Strondda Acabei dormindo na sala de espera do conselho, após tentar de tudo e não conseguir descansar. Dispensei o Enzo, as coisas estavam tranquilas, toda a equipe trabalhando, então poderia sentir o cheiro da minha ragazza em paz. Eu poderia dizer que sonhei, mas acordei e vi o rosto da Fabiana num disfarce estranho, mas eu nunca a confundiria, era ela. Quando percebi o que acontecia e havíamos sido invadidos, tentei reagir, lutei de todas as formas para puxar a pistola, e notei que estava preso, as mãos algemadas uma na outra. Com dificuldades matei um dos invasores, mas eles havia usado algo para me fazer ficar naquele estado, e dessa vez precisei ver a minha ragazza sendo levada; eu os mataria esganados, com facilidade. Tentei levantar, caí de joelhos no chão, um deles me deu um chute no rosto, o que acabou me ajudando a reagir, então puxei o seu outro pé, ainda com as duas mãos presas numa algema, o derrubando no chão. Vi qu
CAPÍTULO 65 Fabiana Prass Quando acordei novamente estava num local completamente desconhecido e me assustei. Estranhamente eu não estava presa com algemas como o Don, talvez me achem fraca, principalmente por estar meio dopada ainda. Me sentei devagar, me lembrando do meu desespero, espero que ele esteja bem, ele deve pensar que eu o odeio agora, embora no pequeno olhar que ele me lançou eu tenha visto que não era de ódio, ele tem algum sentimento por mim, mesmo que seja pouco, ou apenas respeito e proteção, ele tem um coração... eu senti. Quando vi que homens armados conversavam ao meu redor, ligeiramente me fingi de zonza, devem ter me achado uma fraca, mas só de canto de olho já vi três ali dentro, eu não poderia com eles, precisava de estratégias, o Don estava precisando de mim. — ACORDA BELA ADORMECIDA! VAMOS NOS DIVERTIR UM POUCO, QUERO IRRITAR AQUELE MALDITO DO SEU MARIDO! — encostou aquela mão nojenta em mim, e precisei engolir seco, me fa
CAPÍTULO 66 Fabiana Prass — Gostou da peruca? — dei três passos até ele o encarando, toquei levemente o seu peito, sobre a camisa rasgada e manchada de sangue. — Ainda não entendi como ela foi parar aí, mas ficou linda! — sorri discretamente e senti a sua mão direita subir pela minha nuca, os seus dedos deslizando pelos meus cabelos, aquela pequena puxada que eu gosto, e depois o seu polegar acariciou os meus lábios devagar. — Eu sei que deve estar agitado e ansioso, mas quero lembrá-lo de que você foi baleado, precisa tomar um banho e também dormir! Teremos tempo depois... — enquanto falei, continuei o tocando onde eu sabia que não doía. — Não se preocupe, eu tomei algo muito forte para a dor, hoje! Eu quero você, ragazza! Agora tire a minha roupa, podemos ir para a banheira... realmente preciso de um banho. — Antony estava estranho, parecia se controlar. Os seus olhos me diziam que ele não se importava com nada disso, mas a sua voz pediu
Capítulo 67 Rebeca Prass Enzo começou a perseguir, a me questionar onde estou, e quando Salvatore me chama ele chama em seguida, parece querer me tirar de lá. Ontem colocou a mão sobre a minha, e hoje não para de me encarar, fui ao banheiro para respirar um pouco, dar uma relaxada. Caminho no salão e não tem uma mesa que não me chame. É incrível como as coisas mudaram de figura devido à minha aparência; ouço os comentários dessas puttanas safadas de que estou roubando os clientes, agora não posso nem ir ao banheiro que já comentam que fiz um programa... ah, se soubessem que sou virgem! — Onde esteva, Rebeca? — ouço a voz do chefe, “Enzo Fernandez Duarte”, o todo poderoso, me questionando. Me viro devagar, o olho com malícia. — Fazendo um programa no banheiro! — ele me olhou com ódio, pude ver ele apertando os dentes, um contra o outro. Enzo veio perto de mim, bem perto... pensei que fosse apertar o meu pescoço. — Mas, que porra! Eu avisei o Don que daria nisso, você trabalhar aqu
CAPÍTULO 68 Don Antony Strondda O meu ombro dói, o tiro que levei foi profundo, mas no meio em que vivo preciso me acostumar com isso, o meu pai há muito tempo, tira a maioria das balas que o atingem sozinho. Acho que dormi por muito tempo, ou talvez ainda esteja sonhando, mas a Fabi está aqui em pé, vestida com aquela camisola branca que estava no meu bolso, deve estar até meio suja, mas é linda demais. — Bom dia, bela mia! — ela virou pra mim com um sorriso, os seus cabelos soltos, levemente desalinhados, que jogou para cima, tirando do rosto. — Eu estava separando as suas camisas mais largas, as que ficam melhores para usar nesses dias. Te acordei? — sentou na beira da cama e me deu um beijo, tentei levantar, mas doeu um pouquinho. — Ai... — Você está com dores? É que já passou o horário de tomar o remédio! — levantou e pegou alguns comprimidos na gaveta, e também buscou um copo de água. — Tome, vai se sentir melhor! — Eu preciso trabalhar, o Enzo tem ficado muito lá, ele