CAPÍTULO 53 Rebeca Prass E mais uma vez estou aqui... trabalho como garçonete, mas vivo escondida atrás desses balcões, na área da limpeza. Sem contar que a maior parte da noite eu passo escondida no galpão, praticamente lustrando aquelas garrafas tão caras de bebidas de ricos. — Não vai para o bar, hoje? — uma garçonete com uma roupa minúscula pergunta ao entrar na despensa da boate. — Estou ocupada, não vê? — fechei a cara, pois estou cansada de perguntas com segundas intenções. Estou agachada numa pilha de coisas para limpar, mal conseguem me ver e ainda conseguem zombar. — É por isso que vai continuar aí! Além de vir trabalhar toda ridícula com essa roupa de mendiga, ainda é arrogante! Não vai conseguir agradar cliente nenhum! Quem vai te querer? — Ao ouvir a sua frase, a minha vontade era de matar com uma pancada daquela garrafa esquisita que eu segurava. Se não custasse uma fortuna, eu a atacaria. Mas, claro que eu não deixaria barato, e voei naquela
CAPÍTULO 54 Fabiana Prass Como pude ser tão burra? Ele nunca vai me amar, o seu interesse é no meu corpo. Se ele não tivesse dito nada seria ainda pior, eu ficaria iludida, pensando que ele apenas ainda não estava pronto como eu estou, mas essa é uma ilusão que só existe na minha mente. Eu me entreguei sem reservas, dei tudo de mim, mas parece que não foi o suficiente. Sei que estou amarrada a ele, mas se ele não me ama, esse seu jeito de me tratar não vai durar, e ele muito em breve terá as suas amantes de volta. Fiquei bastante tempo no banheiro, não tinha coragem de sair de lá. Quando criei coragem abri a porta bem devagar, ele estava dormindo, e foi melhor assim. Fiquei olhando para ele um bom tempo, observando as suas feições do rosto, o seu cabelo desalinhado dando àquele charme, e só consegui dormir quando me aproximei, acho que me acostumei com o seu cheiro, o calor do seu corpo. Ele, mesmo dormindo me puxou para si, e mesmo sendo humilhante, eu me senti melhor ali, sou um
CAPÍTULO 55 Don Antony Strondda Acordei cedo e não quis acordar a Fabiana. O soldado Matias me ligou e agendou para conversar no anexo 2 da máfia italiana. — O que foi, soldado? — questionei assim que entrei. — O senhor já solicitou os exames da puttana? — acendeu um charuto. — É muito cedo, o médico me alertou dos riscos! Mas, eu vou descobrir isso hoje mesmo, estou a caminho do apartamento, e se não me responder, eu mesmo a matarei! — Posso pedir que me dê a puttana se o filho for meu? Porque se for seu, eu acabo com isso em fração de segundos! — soltou a fumaça devagar. — Eu vou pensar! A minha paciência acabou para com ela! — Entendo... — Vou até o apartamento, quer me acompanhar? Duvido que não confesse com o cano da minha pistola na garganta! — Vou com o meu carro! — assenti e fui para o apartamento em que ela estava, porém, não gostei nada do que descobri. — Soldado, onde está a puttana que estava aqui? — questionei com o que fico
CAPÍTULO 56 Fabiana Prass Que ódio estou desse homem. E, pior é a Rebeca não me ajudar, simplesmente obedeceu o Don e entrou nesse carro. — Ele parece dizer a verdade, está muito bravo... — cochichou no meu ouvido, mas fechei a cara para ela. O carro estava trancado, eu fiquei no meio do banco de trás, a Rebeca na esquerda e o Antony do meu lado direito. Ele é tão ciumento que preferiu que outro dirigisse e fez questão de tentar me controlar de novo, ficando do meu lado, como se fosse santo. Tentou me encostar o tempo todo, mas eu não deixei, de agora pra frente, ele vai se arrepender de ter me feito tudo o que fez, deixarei a vida dele virar um inferno. — Vem, vamos descer! — esticou a mão para me ajudar, mas eu o ignorei. Esperei a Rebeca descer e então desci por outro lado, andei afastada dele. Não fiz escândalo, não deixei os funcionários da casa perceberem o que acontecia, até porque não pretendo ficar aqui, no máximo de manhã eu já estarei bem longe, e esse mentiroso não
CAPÍTULO 57 Fabiana Prass — Estou dentro! — respondi sem nem pensar muito, era a minha única chance no momento. — Então vamos! No banheiro primeiro, depois pegamos por dentro. — ela se levantou e vi que agora era para valer, eu sumiria da vista do Antony. Reparei que muitos nos olharam quando levantamos, provavelmente aos comandos do Don, mas como pegamos o corredor para os banheiros, foi tranquilo. Laura ficou de olho em tudo, pelo visto eu não a conhecia o suficiente, é muito esperta. Entramos num quarto imenso que tinha muitas roupas e acessórios, provavelmente das putas. — Sejamos rápidas! Tire essa roupa, coloque essa! — olhei para um pedaço de pano vermelho, tentando entender de que lado vestia, o treco tinha um pedaço que cobria apenas a bunda e os seios. — Como usa isso? — ela pegou de volta, virou o tecido e ajeitou para que eu vestisse. — Virá no meu funeral? — ela gargalhou. — Minha filha... O meu irmão nunca vai imaginar que é você, vai por
CAPÍTULO 58 Don Antony Stronddhá Aquela ragazza vai me enlouquecer. Não consegui dormir, passei que passaria a noite toda no jardim para conseguir me acalmar até de manhã, mas nada resolveu, então saí feito louco e fui atrás da Susany, mas não encontrei. Uma hora ou outra ela irá aparecer, e daí nós vamos resolver as coisas. O meu celular tocou, então atendi. — Está tudo bem aí, meu filho? — era o meu pai. — Sim, em termos! Pai, estou precisando verificar essa equipe, e também de um Capo regime, poderia ver isso para mim? — Posso ver sobre o Capo, mas prefiro que você administre a sua equipe, eles precisam ver que você é firme, um verdadeiro Don! Já até tenho alguém em mente para a função de Capo! — Você está certo, vou ver isso! — E, no mais, está tudo bem? — Tive uns problemas com a Fabiana, mas depois nos falamos, pode ser? — Está bem, se precisar de algo me liga! — encerramos a ligação e eu entrei em casa. Não consegui negar o pedido da Fabian
CAPÍTULO 59 Fabiana Prass Assim que o Don saiu, eu resolvi me esconder na área da Laura, o quarto secreto. Comecei a vasculhar e ao encostar num armário mais velho, o negócio saiu do lugar, mostrando uma área que ela não havia me falado. Era um acesso para muitas armas, fiquei espantada com a organização. Segurei uma delas na mão, mas logo guardei apavorada, depois eu pergunto pra ela o motivo disso, pois a Laura parece ter me enganado a respeito dela, tem uma personalidade diferente da moça delicada e bem estudada, que esperava com medo um “talvez”, casamento arranjado... Laura parece ser muito mais que isso. O som da boate no quarto, era mais baixo que lá fora, mas incomodava. Principalmente se o compartimento que ela me mostrou estivesse aberto, então resolvi fechar. Quando eu iria trancar aquilo, a música parou de repente, e a voz gritante do Antony ecoou por tudo: — LIBEREM O GALPÃO, ESSA PUTA E EU TEMOS ASSUNTOS PARA RESOLVER! MEXAM-SE! — pelo grito
CAPÍTULO 60 Don Antony Strondda Eu precisava de ar, então fui embora daquela boate. Se o soldado quis a puttana, que faça bom proveito bem longe de mim, tenho nojo daquela mulher. Os funcionários ficaram me olhando quando entrei na área externa da casa, então parei na porta e encarei todos. — Algum problema, aqui? — pareciam ratos com medo quando ouviram os passos do dono da casa, e foram negando e se retirando um a um. Arranquei o casaco, a boina, e iria mexer no jardim, mas avistei o carro dos meus pais chegando. Respirei fundo, eu sabia que não adiantava mentir, a essa altura a Laura já havia contado tudo, com certeza. Eles me cumprimentaram com um abraço, e eu retribuí. — Calma filho! Vamos encontrá-la! — meu pai falou. — Eu já fiz de tudo... a minha equipe já fez de tudo! Não pegou um avião, também não levou a irmã, deve estar em alguma cidade vizinha! — comentei. — Meu filho, você precisa parar tudo, precisa dominar a sua vida! Mas, isso nã