Marina hesita ao sair do quarto, ela não só está confusa, mas também muito fraca, sente o estranho cobri-la com seu sobretudo impregnado de um delicioso aroma de limpeza e colônia que a faz se sentir mais suja. Gavin tenta não ser reconhecido tão rapidamente; não tem dúvidas de que existem alguns guardas corruptos que receberam dinheiro pela morte de Marina. Eles avançaram pelos corredores e ele praticamente o carregava, não passava de um saco de ossos. - Quem é você? —Marina murmura. Gavin olha para trás enquanto o primeiro grupo de guardas corre atrás deles. —Droga, isso não importa agora, siga meus passos. As balas voam em direção a eles e Gavin a empurra para trás de uma coluna de concreto armado, com o coração batendo furiosamente enquanto ele responde atirando também. Então Marina vê a luz do sol quando um enorme portão é aberto e mais homens armados respondem. Mas isso os ajuda. Gavin novamente agarra o braço dela e a puxa em direção à luz enquanto at
O carro agora é uma massa de metal retorcido que gira como um brinquedo. Gavin está preso em seu próprio inferno. O destino pode ser uma piada, sua amada esposa e filho morreram em um acidente de carro e agora ele também morreria; embora anos depois. O sangue cobre seus olhos e ele não consegue mover as mãos para limpar o rosto. Ele descobre que seu ombro esquerdo dói muito, mas consegue libertar a mão direita. —Fergus, eles nos traíram, sabem que ainda estou vivo, mas não por muito tempo se nos pegarem. Fergus não responde e então ouve o som de passos se aproximando. Um assassino atira em Marina e ela geme e Gavin luta para alcançar sua arma. Outro dos assassinos vai até a porta do motorista e atira no peito de Fergus. — NÃO! Malditos desgraçados, o assassino que atirou em Marina emperra a arma quando vai atirar nele e Gavin, com toda sua força e fúria por Fergus, saca sua arma e os dois atiram ao mesmo tempo. Gavin sente o impacto no peito, mas seu oponent
“Senhor, ela está hipotensa, tem hemorragia interna, devemos tratá-la”, exigiu o paramédico com urgência. Gavin deixou Marina e foi até um de seus seguranças. —Senhor, tenho a informação: Cristiano Duncan Andrade, filho de Marina Andrade e José Manuel Andrade, tem 4 anos. A assistente de Gavin deu-lhe uma garrafa de água e uma flanela. Gavin pegou e suas mãos tremiam de adrenalina. “Um filho, eles têm um filho, mas José Manuel não era suposto ter filhos”, sussurrou este último. Gavin tirou a camisa ensanguentada e suja. Ele tinha um hematoma enorme na lateral do corpo por causa do tiro. Ao levantar os braços para vestir a flanela, ele gemeu. —Senhor, você deve estar com uma costela quebrada, precisa ir se tratar. Gavin balançou a cabeça. —Certifique-se de que não há registro dessa mulher, os Duncans devem continuar acreditando que ela morreu, mas preciso dela viva. —O que você vai fazer, senhor? —Eu vou buscar respostas —Os homens começaram a se agrupa
Gavin engoliu em seco, estava nas mãos de José Manuel, não conseguia acreditar que uma criança presunçosa o tivesse derrotado. —Fergus… Gavin demorou um segundo para processar a informação. «Fergus» - Desculpe? Você está dizendo que Fergus é o pai do seu filho? —Isso mesmo, o idiota não estava morto abaixo da cintura, ele engravidou minha esposa. Gavin riu baixinho, pegou um copo e serviu dois dedos de uísque e engoliu de uma só vez, tentando se controlar, embora tivesse prometido não beber álcool, isso justificava. Gavin sabia que não foi Fergus quem teve relações sexuais com Marina, mas José Manuel acreditava que sim. «A infeliz fez a sua própria aposta» pensou Gavin. —Sua esposa poderia ter te enganado, o filho não precisa ser de Fergus, afinal ela não tem escrúpulos e poderia ter dormido com qualquer um. José Manuel riu. —Você está errado sobre Marina, ela me amou e fez tudo que eu disse a ela. Que ela descanse em paz... —Sua intenção era manchar m
Marina acordou quando ouviu o som de uma gaita de foles escocesa e explosões, como fogos de artifício. Ela abriu lentamente os olhos e a dor abdominal lhe disse que algo estava errado. As lembranças eram confusas. —Onde estou? —Ela perguntou com a voz grossa e uma mão quente pousada em sua testa. Um jovem sorriu gentilmente para ela, tinha um estetoscópio pendurado no pescoço, mas não tinha bata médica. —Meu nome é Graham, sou médico, você deve estar confusa, mas recomendo que não fale, você acabou de fazer uma cirurgia e não é aconselhável sentir cólicas. Marina então se lembrou dos estranhos acontecimentos que havia vivenciado. Um homem tirou-a da prisão e depois um homem mascarado atirou nela. "Essa tatuagem..." Marina olhou ao redor, não conhecia esse lugar, embora tivesse toda a roupa médica, não era um hospital, o quarto era muito ostentoso. —Onde estou? —Na Escócia, no Castelo MacLeod. —Ai meu Deus, tem um homem numa cadeira de rodas... O jo
—É melhor você pensar com muito cuidado sobre sua situação. Gavin levantou-se e empurrou a cadeira. —Agora irei me despedir de um homem que foi apenas uma peça de um jogo perverso, já te salvei uma vez, mas te entregaria sem hesitar por nenhum do meu clã. Agora descanse e aproveite o conforto do meu castelo que você não merece de jeito nenhum. Gavin a deixou sozinha no quarto. Marina, acamada, chorou desesperadamente ao ver sua vida despedaçada, suas feridas eram reflexo de sua alma dilacerada. Ele observou os detalhes da sala adornada com tapeçarias que contavam histórias de bravura e honra, mas não conseguiu disfarçar sua verdadeira natureza como uma prisão dourada. As chamas da lareira dançavam numa vã tentativa de aquecer o frio que se instalara em seu coração. "O tio do meu marido", ela sussurrou, "o homem que se revelou o arquiteto de seu infortúnio." Marina fechou os olhos e se lembrou das surras que recebeu na prisão. "Isto é do seu marido." Na real
—Conheço Marina a vida toda, posso acreditar que o marido dela é um gangster, nunca gostei daquele homem. Mas se você só quer ajudá-la, por que ela não confia em você? —Ela acabou de acordar, ainda está mentalmente dispersa. Ana olhou para ele com a testa franzida. —Não sei, por enquanto vou dar a ele o benefício da dúvida. Graham saiu da sala. —Marina tem que andar, eles podem passar. “Obrigado, Graham”, disse Gavin e olhou para Ana. Você poderia levar Ana para passear. — Sou guia turístico agora? —Graham perguntou. —Só quero um tempo a sós com Marina, acho que não há nada de errado nisso. Graham aceitou. —É normal que você queira ficar com ela. Gavin sorriu e virou-se para Ana. —Senhorita Ana, Graham se ofereceu para acompanhá-la. —Mas eu não entendo nada. —Você não precisa entendê-lo, ele apenas irá te acompanhar para você não se perder. Graham sorriu e fez um gesto cavalheiresco para que ela andasse. Gavin entrou na sala. Marina e
Marina jogou a pasta sobre a mesa. —Você não precisa ler mais, não faz sentido, você não consegue reconhecer meu filho porque você não é o pai. Gavin balançou a cabeça. —Marina, não minta mais... —O pai da Cris é José Manuel. —Você está tão acostumado a mentir. José Manuel acredita que o pai de Cris seja Fergus. Marina cerrou os punhos, ninguém iria tirar o filho dela, nem mesmo o verdadeiro pai. —O que você está tentando fazer? Você quer tirar meu filho de mim? Se eu morrer, Cris deve ir para minha família, eu nunca daria ele para você. Gavin pegou a reclamação de divórcio, colocou-a na frente dela e ofereceu-lhe uma caneta. —Marina sinaliza, isso permite a Cris uma vida melhor. Marina ignorou a caneta. —Ele é meu filho, se eu assinar isso não poderei lutar por ele, legalmente estou morta. Gavin suspirou. —Você é tão perspicaz quanto um bom vigarista, reconheço que era meu plano, queria que você fosse embora, mas sozinho, para deixar Cris aqui e