Marina estava cheia de ansiedade, segurando um ursinho de pelúcia que comprou no hospital para o filho. A sensação era estranha, assustadora, seu coração estava acelerado e ela ficou grata quando Gavin ficou ao lado dela. —Você está pronto para conhecer nosso filho? Marina assentiu e apertou a mão de Gavin em busca de apoio. Eles entraram na sala e Cris sorriu ao vê-los. — Mãe! —Cris exclama, levantando-se da cama para abraçar Marina, ela coloca as mãos na careca e se vira para olhar para Gavin. Uma lágrima escorre pelo seu rosto ao saber que seu filho está com câncer, é evidente embora ela não pareça fraca. Ele não precisa da confirmação de Gavin, apenas por se verem eles podem comunicar sua dor mútua. Marina se ajoelha e olha nos olhos do filho. Cris olha para ela com amor e ela sorri. —Você tem heterocromia. —Marina comenta ao ver as íris dos olhos dele, em um há um espaço marrom. —Sim mãe, no meu olho esquerdo tenho um pedacinho dos seus olhos e o
“Se Gavin, por que você não fez isso?” —O anjinho com chifres que todos nós temos em nossa consciência perguntou a Gavin. Gavin sentou-se na cama e acendeu o abajur da mesa de cabeceira. —Marina, tem uma coisa que você deveria saber. Marina também sentou e sente muita ansiedade no peito. —Eu sabia, você está escondendo alguma coisa, é por causa da Camila. —Camila? Ela não tem nada a ver com isso. — Como não? Ela é sua amante —Você não tem o direito de reclamar comigo se eu tiver um amante ou dez. — Que? Como é isso se eu sou sua esposa? —Nosso casamento é um acordo. —Espere um minuto, Gavin —Marina o interrompeu, levantando a palma da mão para parar—. Que acordo? —Isso mesmo, não fazemos sexo. —E como tivemos um filho? —Caramba —Gavin murmurou. — Foi in vitro? —Não é isso. — Cris não é seu filho? —Claro que ele é meu filho! —Gavin exclamou com pouca paciência. —Então não entendo, porque como não sou nossa santa mãe do céu, a úni
A cama de repente ficou muito quente para Marina com Gavin em cima dela. Ele deslizou a perna entre as dela, fazendo cócegas em suas coxas. As mãos de Gavin foram para os pulsos dela e os levantaram acima da cabeça. Então Marina não tinha certeza se aquilo era apropriado. —Hum... Bem, Gavin, acho que estou muito cansado, afinal. Gavin passou o nariz pelo pescoço dela e respirou o perfume dela. Marina havia colocado perfume no pescoço e em outras partes sensíveis para esperar o marido na cama. —Mais que cansada, você estava entediada, o que posso fazer para entretê-la, senhora? Marina mordeu o lábio inferior, isso parecia muito bom. Ele havia dito “senhora” como se ela fosse uma rainha, mas então se lembrou por que estava chateado. —Aparentemente eu sou o chato, porque você tem um amante. Gavin sorriu. Desde quando uma garota não agia assim com ele, ele não se lembrava mais, principalmente uma tão linda como Marina. —Certamente não nos entendem
—Droga... Sofi, o que estou fazendo? —Gavin se repreende internamente. Gavin coloca Marina no colchão rapidamente e embora não a tenha machucado, ele foi rude, ele se levanta, vira as costas para ela porque não ousa olhar para o corpo dela agora ou voltará para ela como um animal selvagem em busca de alívio. Ele vê a pintura novamente e tira o olhar culpado, ele prometeu homenagear sua esposa pelo que restou de sua vida, ele, pelo menos no plano espiritual, era só dela e este era o quarto dele, o único lugar no mundo onde eles haviam sido felizes até que a doença mental de Sofi arruinou a vida de ambos. Ele simplesmente não conseguia manchar a lembrança dela de brincar com outra pessoa em sua cama. —Eu… me desculpe, não podemos fazer isso aqui. Gavin corre para o banheiro, se olha no espelho e praguejou em voz alta. Agora ele entende por que a parte malévola dele o leva até Marina. —Ela é o fogo, meu inferno pessoal —lamenta ele por permitir que as coisas chegasse
Marina acordou antes do sol nascer sobre os morros, viu pela janela na poltrona que descobriu ser muito confortável e aconchegante, uma escrivaninha sem graça e antiga que contrasta com o resto do mobiliário moderno, entre livros de poesia ela se sentiu muito confortável. Ele observou enquanto o céu ganhava tons dourados. Embora sua memória ainda fosse um enigma, ela não conseguia tirar os olhos de Gavin da cabeça, sentia um arrepio involuntário só de pensar nele. A sensação não é desagradável, apenas o conhecimento de que o sentimento não é correspondido. Marina se levantou com uma determinação férrea, ela lutaria por seu casamento, para pelo menos conhecer Gavin, para entender por que era tão impossível para eles terem um casamento normal. Assim que ela saiu do quarto para ir com Cris ver como a manhã amanheceu, ela se deparou com Elsbeth, ela estava conversando com Fiona e eles sorriram ao vê-la. —Bom dia —Marina cumprimentou em português e Fiona respondeu, não Els
—Você trapaceou! Marina, impressionada, ouviu a declaração desesperada ao seu lado do novo marido, muito nervoso, e tentou acalmá-lo para que pudessem sair do cassino. —Eu quero sair, amor... — Fique quieta! Marina jamais esqueceria o rosto do marido quando ele se levantou da toalha verde, o rosto dele era da mesma cor. Ele simplesmente ignorou seus apelos e enfrentou seu oponente. —É uma armadilha! —ele gritou novamente antes de jogar as cartas na mesa. “O jogo é esse, garoto”, respondeu o adversário, acendendo um charuto, parecia muito satisfeito. —Eu não vou te pagar, você fraudou o jogo! Marina agarrou o braço do marido e gritou ao ver que um homem em quem eles não prestavam atenção sacou uma arma e apontou para a cabeça do marido. Outro homem a abraçou por trás e cobriu sua boca. O adversário levantou-se e ajeitou o paletó antes de encarar o marido. —Não funciona assim, você jogou, perdeu e vai pagar. —Não posso te pagar tanto! —Ele reco
—SOCORRO, JOSÉ MANUEL!! —Marina gritou e se debateu, mas tudo foi inútil, dois homens fortes a agarraram e a levaram para os bastidores, a mulher que organizava os bastidores se aproximou dela com uma seringa e não houve nada que Marina pudesse fazer para impedir que lhe aplicassem a injeção no braço. ela começou a se sentir tonta. Tudo estava confuso, as luzes eram mais intensas, os sons mais altos, todos os seus sentidos estavam no auge, ela não perdia a consciência, mas não podia recusar ser levada. —Nnnoo, eu não quero, me deixe ir —ele continuou dizendo, mas colaborou com seus captores mesmo não querendo. Finalmente eles a tiraram de lá e rapidamente a colocaram em um helicóptero. Marina, morrendo de medo, defendeu-se coçando em vão os braços dos homens até que aos poucos perdeu a consciência... Ao acordar novamente, Marina sentiu uma profunda letargia e não conseguia ver nada, uma venda cobria seus olhos, ela queria retirá-la e suas mãos estavam amarradas, assim
—Marina! Me perdoe! Eu realmente não sabia que iria acabar assim... Marina! Assim que Marina voltou ao Rio de Janeiro, José Manuel a esperava no aeroporto com um buquê de flores e uma cara triste. Marina não queria vê-lo. —Marina, por favor, era uma questão de vida ou morte, entenda que se estamos vivos foi graças ao seu sacrifício... —Eu quero o divórcio. —Marina! Marina não aguentava mais vê-lo, ficou muito perturbada, assim que o pai a viu voltar da lua de mel ficou furioso. —O que aquele idiota fez com você? Eu sabia, vocês são crianças, mal têm 18 anos, você não deveria ter se casado com ele. Marina não respondeu, seguiu para seu quarto e fechou a porta. Um mês depois, Marina ainda se recusava a levar uma vida normal e sempre que via o carro de José Manuel chegar à porta de sua casa corria para se trancar no quarto. José Manuel havia dito que Marina foi vítima de um sequestro e o pai de Marina e sua madrasta, que estava grávida e prestes a dar à luz