Gregory.Arrastei Edward do quarto como um animal sem considerações nem com ele, nem mesmo com Emma. O bastardo não reagiu, deixou ser levado, o que era bem estranho, já que ele jamais permitia ser humilhado dessa forma.— Eu disse para você se manter longe da Emma – eu o empurrei contra a parede e ele bateu as costas e ficou lá como se nada tivesse acontecido. – Por que você não volta para o seu trabalho, para a empresa que você tanto lutou para ter?Edward ergueu o olhar até mim, cansado como se tivesse lutado uma batalha.— Acha que eu conseguiria trabalhar sabendo que a Emma está doente? Que tipo de homem você acha que sou?Fiquei espantado com a teatralidade de Edward, como ele conseguia fingir bem até mesmo em uma situação como essa. Se eu não o conhecesse, até acreditaria na tristeza estampada em seu rosto, mas eu sabia o quanto ele era bom em fingir para enganar as pessoas.— Você acha que eu vou cair nesse seu jogo? – eu me aproximei olhando nos olhos dele. – Vou tirá-la dess
Emma.A notícia continuava fresca nas páginas de fofocas, e me surpreendi quando, saindo, encontrei uma multidão de jornalistas na porta do hospital. Os flashes me incomodaram, os microfones e telefones celulares apontando para mim na tentativa de capturar minhas declarações quase cobriam todo o meu rosto.Gregory tomou a frente como se o seu corpo fosse um escudo protetor e, com sua voz rouca e cansada de mais uma noite mal dormida, ele declarou:— Por favor, não incomodem a minha mulher. Por favor, deixe-nos passar. No momento certo, eu mesmo falarei tudo o que vocês precisam saber.Gregory tinha uma mente afiada para lidar com aquela gente, mas foi a maneira como ele declarou que eu era sua mulher que fez despertar algo adormecido dentro de mim. Eu senti a mão quente dele segurando a minha e seu olhar afetuoso me alcançar. Ele sorriu, ele nunca sorria quando estava comigo, quando me envolveu em seus braços e me protegeu até o carro. Abriu a porta, me colocou no veículo e depois ent
GregoryO que está acontecendo comigo?Essa pergunta me perturbou o caminho inteiro de volta para casa, enquanto Emma dormia tranquilamente em meus braços. Deslizei-a calmamente até minhas pernas para que assim ela pudesse dormir melhor. Essa necessidade de protegê-la me consumia por dentro enquanto era julgado pelo olhar de Samantha, que me olhava sempre que podia pelo vidro retrovisor.Olhei para a aliança que ainda estava no meu dedo. Embora Emma tivesse me abandonado e largado a aliança dela para trás, eu permanecia com a minha, intacta em meu dedo, como se a retirar tirasse também a Emma de mim. Desviei o olhar até ela, com a cabeça apoiada em minhas pernas e meus dedos correndo pelos seus cabelos claros tão macios. Emma suspirou, talvez ela estivesse tendo um sonho bom e isso aliviava um pouco a pressão dentro de mim.Eu estava levando-a de volta para casa e senti que minha missão estava cumprida. Eu cuidaria de Emma e a manteria viva, estava animado com isso, o que eu não esper
Emma.Era um assunto amargo e eu saí do quarto com um gosto horrível na boca. Imaginei por diversas vezes tendo aquela conversa com Gregory, na vontade incansável de jogar sobre ele a verdade da sua traição e, no fim, eu agir com uma tranquilidade que a maioria das mulheres não teria.Ouvi-lo dizer que a fidelidade não estava no nosso acordo me fez ver que brigar com ele era completamente inútil. Foi assim que Gregory tratou o nosso casamento por todo esse tempo e as coisas não iriam mudar.O que pensei afinal? Que minha doença amoleceria o coração de pedra dele? Tudo o que Gregory sentia por mim agora era pena e o peso em sua consciência o fazia querer me tratar bem. Era somente por isso.Joguei meu corpo no sofá, as dores voltaram e eu tossia sem parar. Ouvindo tudo isso, Samantha correu em minha direção com um pano de prato sobre os ombros e, com os olhos arregalados, se abaixou na minha frente perguntando se estava tudo bem.— Eu só quero dormir um pouco – eu tentei acalmá-la, emb
GregoryObservei Emma descendo as escadas e ela parecia tão frágil agora. Lembrei-me então de que Samantha havia me dito que ela não tocou na comida que foi servida ontem à noite.Ela lançou para mim um olhar de desprezo e eu sabia que ela se esforçava para se manter em pé e demonstrar que estava bem, mas eu conseguia ver nos olhos dela que ela não estava. Ela tentou passar por mim, quando tropeçou no tapete e eu precisei segurá-la. Um braço envolto dela e seu perfume invadiu minhas narinas. Ela pulou para longe rapidamente, abrindo uma distância considerável entre nós.— Eu disse que eu iria ao hospital sozinha – ela olhou para mim como se quisesse dizer algo a mais.— Eu não gosto que me digam o que devo fazer e você sabe disso.Evitando a todo custo ficar perto de mim, Emma moveu os pés em direção à porta, quando agarrei seu braço e a puxei em direção à sala de jantar.— Antes de irmos, você vai tomar café – Senti Emma tentando retrair o corpo enquanto gesticulava em um murmúrio ba
Emma.Quando Gregory finalmente me deixou sozinha, percebi que me manter calada havia sido um grande erro. Tudo o que eu havia guardado, todas as palavras se acumularam, causando uma dor inadmissível dentro de mim.Agora sozinha no quarto, eu finalmente conseguia chorar em paz. Fingir ser forte o tempo todo era uma tarefa quase insuportável. Pior ainda era ter que ficar ao lado de Gregory, sabendo que ele ainda era o mesmo homem que conheci e me apaixonei um dia.Enxuguei as lágrimas rapidamente quando o quarto se encheu de enfermeiros e o médico apareceu para conversar um pouco comigo.— Está sentindo dor, Emma? – Ele analisou o meu rosto, percebendo que eu estava chorando.— Um pouco – eu disse, forçando um sorriso.A dor que eu sentia não haveria remédio capaz de curar, mas eu prometera a mim que não desperdiçaria nem um único minuto da minha vida me lamentando ou sofrendo por qualquer que seja. Eu já havia perdido dois longos anos da minha vida sofrendo e esperando por uma redençã
Gregory.Emma estava me lançando um olhar questionador agora, com toda a coragem e ousadia que ficou escondida por todo o tempo em que ficamos casados e que, por algum motivo, se revelava agora.Ela não parecia cansada de me enfrentar e sua pergunta foi como um soco no meu estômago. Me incomodou saber que ela acreditava em Edward mais do que poderia acreditar em mim.— Eu não vou responder essa pergunta, Emma. –Ela piscou, uma pontada de decepção atravessando seus belos olhos.— Então posso dar razão ao Edward. – Ela respondeu, estreitando os olhos com puro desprezo.Por que ela ainda continuava parada na frente dele, me impedindo de arrastá-lo para fora daqui? Depois do que Edward fez, Emma ainda tinha coragem de defendê-lo. Um sorriso satisfatório no rosto de Edward me fez mudar de plano. Eu não o deixaria vencer dessa vez.Tirei do bolso o recibo do hospital e entreguei a Emma, travando minha mandíbula, segurando o ódio na ponta dos dentes. Edward estreitou os olhos e engoliu o nó
Gregory.— Por qual serviço eu devo pagar? – embora meu corpo tremulasse, eu ri, demonstrando desprezo por suas palavras. – Ou devo lembrar que você fugiu como um covarde e me deixou para encontrar a Emma sozinho?Masson ouviu minhas palavras e um sorriso repuxou seus lábios. Eu havia contado alguma piada? O que havia de engraçado em ele vir até o hospital me cobrar por um serviço não prestado?— Nós tínhamos um acordo.— O qual você não cumpriu – eu disse, já impaciente, e o tom da minha voz se elevou.— Está dizendo que não vai me pagar? – ele perguntou enquanto se aproximava de mim.Foi naquele momento que eu me lembrei de que havia sido um erro ter contratado Masson para procurar Emma. Logo ele, que me entregou, ela desacordada e com o rosto inchado de uma agressão cometida por ele. Por mais que Emma não tocasse nesse assunto, eu sabia que ela teria dificuldades em me perdoar por esse erro.— Eu não vou pagar – respondi sem rodeios. – Agora vá embora, porque não seria bom que a Em