Gregory.Emma estava me lançando um olhar questionador agora, com toda a coragem e ousadia que ficou escondida por todo o tempo em que ficamos casados e que, por algum motivo, se revelava agora.Ela não parecia cansada de me enfrentar e sua pergunta foi como um soco no meu estômago. Me incomodou saber que ela acreditava em Edward mais do que poderia acreditar em mim.— Eu não vou responder essa pergunta, Emma. –Ela piscou, uma pontada de decepção atravessando seus belos olhos.— Então posso dar razão ao Edward. – Ela respondeu, estreitando os olhos com puro desprezo.Por que ela ainda continuava parada na frente dele, me impedindo de arrastá-lo para fora daqui? Depois do que Edward fez, Emma ainda tinha coragem de defendê-lo. Um sorriso satisfatório no rosto de Edward me fez mudar de plano. Eu não o deixaria vencer dessa vez.Tirei do bolso o recibo do hospital e entreguei a Emma, travando minha mandíbula, segurando o ódio na ponta dos dentes. Edward estreitou os olhos e engoliu o nó
Gregory.— Por qual serviço eu devo pagar? – embora meu corpo tremulasse, eu ri, demonstrando desprezo por suas palavras. – Ou devo lembrar que você fugiu como um covarde e me deixou para encontrar a Emma sozinho?Masson ouviu minhas palavras e um sorriso repuxou seus lábios. Eu havia contado alguma piada? O que havia de engraçado em ele vir até o hospital me cobrar por um serviço não prestado?— Nós tínhamos um acordo.— O qual você não cumpriu – eu disse, já impaciente, e o tom da minha voz se elevou.— Está dizendo que não vai me pagar? – ele perguntou enquanto se aproximava de mim.Foi naquele momento que eu me lembrei de que havia sido um erro ter contratado Masson para procurar Emma. Logo ele, que me entregou, ela desacordada e com o rosto inchado de uma agressão cometida por ele. Por mais que Emma não tocasse nesse assunto, eu sabia que ela teria dificuldades em me perdoar por esse erro.— Eu não vou pagar – respondi sem rodeios. – Agora vá embora, porque não seria bom que a Em
Os olhos ameaçadores de Mason olhando para mim, fixados em uma obsessão, não saíam da minha mente. Como pude esquecer que Gregory havia contratado ele para me procurar? Quando penso na possibilidade de Masson ter me encontrado, um arrepio percorria minha espinha, causando calafrios.Enxuguei as lágrimas porque era inútil me manter nesse estado. Observei Samantha se aproximando e, em um sussurro, disse que passaria aquela noite ao meu lado. Ela ao menos demonstrava que gostava de mim verdadeiramente, ao contrário de Gregory, que só cuidava de mim somente por interesses próprios.— Preocupado com sua reputação.— O que a senhora disse? — A voz de Samantha me fez perceber que eu havia pronunciado as palavras em um tom alto demais.Eu sentia os músculos do meu rosto doerem com a tensão que havia sobre mim. Fechei os olhos e, balançando a cabeça, disse a Samantha:— Não é nada — falei e, quando olhei para ela, Samantha não parecia convencida — estou pensando alto.— É sobre o senhor Gregor
Antes.Gregory— Eu ainda posso ter minha parte na herança? — Eu repetia a frase para o advogado, porque o que ele dizia a mim parecia uma mentira. — Quais as possibilidades de mudar o testamento se o velho está morto?— Ficamos sabendo que a Emma está muito doente — ele disse isso, e as palavras embolaram em minha mente. — E o Edward não está conseguindo administrar bem a empresa da família.— Eu não entendo — eu sacudi a cabeça, confuso. — Você pode me explicar isso de forma mais clara?O advogado olhava para mim e se agitava, como se procurasse as palavras certas para explicar o que de fato estava acontecendo.— Existe uma cláusula no contrato que diz que a sua avó, Helena, é a única que pode mudar as decisões finais de seu avô — meu queixo caiu. — Se a sua avó considerar que deixar cinquenta por cento da herança para Edward foi um erro, ela pode reverter a situação e devolver a sua parte na herança.Bufei decepcionado e depois sorri. O que o advogado estava me contando não mudaria
Emma.Não havia como escapar dessa situação. Helena estava diante de mim, com um sorriso no rosto, me conduzindo até a sua sala de jantar para termos um almoço, juntas. O que essa mulher queria de mim, afinal? Era estranho o seu interesse repentino.Quem se divertia com a cena era Gregory. Ele parecia confortável na velha casa de seus avós, assim como também ao meu lado. Agia como se fôssemos, de fato, uma família.Foi quando Helena percebeu a sonda nasogástrica colocada em mim e seu semblante se escureceu.— Oh, Emma, eu sinto muito – agora ela me olhava com piedade, como se eu fosse um animal indefeso – O Gregory não me contou que você...— Está tudo bem, vocês podem se alimentar sem mim – eu disse, dando de ombros – Não tinha como o Gregory dizer. Ele mal fica comigo no hospital.Por que eu estava dizendo isso, afinal? Só percebi minhas palavras quando elas já haviam saído pelos meus lábios. A respiração ficou presa em minha garganta quando percebi os olhares direcionados a mim. Ag
Eu vivia horas de dor e tristeza, enquanto velava o corpo da minha mãe e sepultava-o ao lado de seus irmãos. Encarei a lapide recem posta e deixei o desespero tomando conta de mim. Um resmungo de protesto rasgava minha garganta, enquanto eu voltava para casa, sozinha. Eu teria que enfrentar meu inferno, sem ninguém que pudesse me defender do meu padrasto. — Ao menos a senhora está livre daquele monstro, mãe – murmurei enquanto enxugava as lágrimas insistirem em cair do meu rosto – eu vou ter que aprender a viver sozinha e enfrentar o castigo que a senhora deixou para mim. Passos apressados vieram em minha direção, assim que me aproximei da casa. Girei o pescoço rapidamente e meu coração disparou quando eu avistei alguns homens caminhando em minha direção. Eu conhecia bem um daqueles rostos e não gostei de vê-lo ali. — Mason – minha voz escapou em um sussurro no mesmo momento em que eu me erguia lentamente para olhar em seus olhos. Ele se aproximando cada vez mais – o que diabos es
De repente, eu estava sozinha naquele quarto com mais perguntas do que respostas. Deixei uma lagrima escorrer pelos meus olhos e logo me vi desesperada para fugir dali. Como eu poderia estar casada com um homem que eu não conhecia? Eu jamais aceitaria essa situação em minha vida. Decidi que não podia permitir que a consumação acontecesse, afinal eu não suportaria que nenhum homem me tocasse outra vez. Enxuguei o rosto e, quando me levantei, percebi vestir roupas novas e limpas. Me assustei ao me deparar com o reflexo do meu rosto no espelho. Meu nariz estava vermelho e todo inchaço sobressaia até em um dos meus olhos. Eu mal me lembrava do que havia acontecido, certamente Mason me bateu com tanta força que desmaiei. Com cuidado, caminhei até a porta, torcendo para que ela não estivesse trancada. A brisa noturna acariciou meu rosto quando eu a abrir. Saí silenciosamente do quarto, me deslizando pelo corredor largo e pouco iluminado. Eu não fazia ideia para onde eu estava indo, aque
Os dias se arrastavam enquanto eu passava a maioria do tempo trancada no quarto. O único rosto familiar que eu via era o de Samantha, que aparecia às vezes ao dia para trazer meu alimento. Outras vezes, uma empregada mais nova vinha em seu lugar, mas ela não dizia nada e nem sequer olhava em meus olhos. Entrava, deixava a comida posta sobre a mesa e saía em seguida. Os hematomas em meu rosto estavam quase sarados, o que me deixava bastante apreensiva. Eu presumia que, assim que eu melhorasse, Gregory entraria por aquela porta e exigiria que eu cumprisse meu papel de esposa. Eu ainda considerava a atitude dele em não me procurar mais bastante estranha. Desde aquela noite em que ele me pegou em fuga, nunca mais o encontrei. Em algumas noites, eu ouvia sua voz e seus passos descendo as escadas. Depois, eu ia para a janela e o via entrar em um carro e sair às pressas. Às vezes, Gregory voltava de madrugada ou apenas no dia seguinte. A vida daquele homem era um mistério para mim. Porém