Emma. Passei o longo do dia segurando o aparelho celular e vacilando entre ligar para Gregory ou jogar o celular contra a parede e eliminar qualquer chance de cometer um enorme erro. Já era manhã do outro dia e eu ainda não havia decidido o que fazer exatamente. Eu precisava fazer o Gregory desistir de me procurar. Ele precisava parar imediatamente com essa loucura. Eu me lembrava das palavras de Edward: Gregory não ama você, ele só quer a herança do vovô de volta. Era possível ele ter a herança de volta? Eu não fazia a menor ideia, mas o que Edward dizia parecia verdade, afinal, ele era o maior envolvido nessa história. Talvez eu precisasse confiar em Edward e esquecer Gregory para sempre. O celular vibrou em minhas mãos e eu me assustei. Meu coração disparou tão descontroladamente que precisei de meio segundo de olhos fechados. Tentei olhar para a tela do celular e constatar que quem me ligava era Gregory, mas eu precisava ser corajosa e acabar com isso de uma vez por todas. Q
Gregory.Um suor insistente escorreu pela minha testa pela terceira vez, foi só então que percebi que eu permanecia no mesmo lugar, debaixo do sol quente daquela manhã, perdido e pensando sobre tudo o que Emma havia me dito.Um carro buzinou logo atrás de mim. Do outro lado da rua, uma mulher portava um celular direcionado a mim e tirava fotos. Logo aquela foto estaria estampada em algum lugar, mostrando minha degradação. Precisei arrastar meu corpo para não ser atropelado. Ainda atordoado, eu voltei para o prédio, sem rumo, sem esperança e completamente desanimado.O que Emma estava fazendo comigo? Por que eu me sentia assim em relação a ela? Estou chocado com a audácia dela, as suas palavras ainda batem em mim. Estou chocado comigo mesmo por ter me permitido ser atingido tão facilmente. Afinal, eu nunca quis me casar com ela, eu a comprei como um objeto e a usei para alcançar meus objetivos.Eu nunca me importei com Emma, mas o pedido de divórcio tem me entorpecido e tirado o sono d
EmmaEu estava tão tensa que apertei o celular até meus dedos doerem e se tornarem brancos. Meus olhos recaíram novamente sobre a tela, onde estava a mensagem de Gregory.Eu devia esperar Edward chegar e constatar que Gregory estava certo? Ou deveria trocar o número para nunca mais ser perturbada pelo meu atual marido? No fundo, eu não tinha coragem de me desfazer de Gregory. Era como se eu ainda estivesse enraizada nele e não conseguisse mais me soltar.O almoço estava posto sobre a mesa e o aroma da carne fresca recém-assada invadiu minhas narinas, mas não tive ânimo de me levantar. Um dos empregados continuava parada, esperando que eu me sentasse para que ela pudesse me servir. Eu me levantei lentamente e fui em direção a ela.Meu estômago embrulhou ao olhar para a comida. Mulheres grávidas também sentiam enjoos, mas eu precisava me alimentar pela sa&
Edward olhou para mim e ficou assim por alguns segundos, olhos vidrados, boca aberta como se pretendesse falar alguma coisa, mas não podia. Ainda estávamos na varanda da casa. Os seguranças dele estavam espalhados por todo o terreno. Edward passou o olhar pelo lugar e eu consegui ver um sorriso repuxando os seus lábios.O que parecia tão engraçado na minha pergunta?Mas, instintivamente, senti que tinha algo de errado. Meu peito apertou assim que o olhar de Edward voltou a se encontrar com o meu. Prendi o ar nos pulmões quando ele deu alguns passos e se aproximou de mim.— É verdade que o Gregory perdeu tudo, não há nenhuma chance de ele reverter o resultado do testamento, exceto caso o vovô volte do túmulo e mude a história.Meu coração se afundou no peito. Fiquei com o olhar perdido, como se tivesse acabado de entender as coisas naquele momento.
Emma.O lugar onde eu estava não havia dor, não havia vida, nem rostos conhecidos, nenhuma forma que eu pudesse me agarrar e me sentir segura.Quando abri os olhos, o primeiro rosto que vi foi o de Edward. Foi como uma onda de choque, eu ergui o corpo e me encolhi, ficando menor do que eu já era. O remorso corroeu o meu coração. Como fui ingênua de confiar nele e agora eu queria ser salva, mas não havia ninguém que pudesse me ajudar.— Fique calma, Emma – a voz dele me causou repulsa – você desmaiou, eu precisei trazê-la imediatamente para o hospital.Passei os olhos pelo local e Edward falava a verdade. Eu estava em um quarto de hospital e só havia eu e ele ali dentro. Era apavorante. Eu queria correr, mas não havia para onde ir. Olhei para Edward e ele agora parecia tão inofensivo e inocente que eu poderia até mesmo acreditar que tudo o que aconteceu havia sido um delírio.Coloquei a mão sobre imediatamente o meu ventre, temendo o pior.— Não aconteceu nada com o seu filho – ele dis
Gregory.Um dia se passou desde a última mensagem que enviei à Emma e não houve nenhum retorno. Ou ela não havia acreditado em mim, ou Edward descobrira tudo e estava agora mesmo a castigando por isso.O remorso por não ter seguindo-o-o e descoberto onde Emma estava me correu por dentro. Eu havia colocado a vida de Emma em risco? O que eu esperava que fosse acontecer depois disso?Segurei minha cabeça com as duas mãos e me lamentei silenciosamente. Depois, fiz a última tentativa, pegando o celular e mandando uma mensagem para ela. Isso não estava funcionando. O silêncio recaiu sobre mim e eu fiquei me torturando. Eu nunca consegui convencer Emma sobre nada, eu a forçava a fazer o que era preciso. Agora que ela estava longe, seria muito difícil fazê-la acreditar em minhas palavras.Após perceber que eu estava me preocupando demais, tentei relaxar com um banho quente. Pedi para que Samantha preparasse um chá, alegando estar sentindo dores de cabeça. Eu estava sentada na beira da cama, c
Emma.Gotas de suor grudavam em minha pele, enquanto Edward me agarrava de um lado e outros enfermeiros me colocavam sobre a maca. Uma dor latejante invadiu minha barriga. Eu nunca sentira uma dor tão intensa quanto aquela. Eu não queria perder o meu filho, mas eu sentia que era aquilo o que estava acontecendo naquele exato momento.Gritei quando a dor aumentou ainda mais. Um enfermeiro se aproximou enquanto Edward segurava o meu braço para que ele me desse uma injeção. Eu queria que aquilo salvasse o meu filho, mas desmaiei pela segunda vez e não tive forças para evitar o pior.Acordei em um lugar diferente, como se eles tivessem me transferido de quarto. Com a visão embaçada, eu olhei ao redor e vi Edward parado ao meu lado. Não havia mais enfermeiros nem movimentos de pessoas tentando salvar a minha vida.Quando abaixei o olhar, percebi estar com roupas limpas. Não havia mais sinal de sangue, como se tudo o que eu tivesse sentido e ouvido fora um pesadelo.Coloquei minha mão sobre
GregoryA voz ecoando na minha cabeça. Minha garganta tornou-se seca como um deserto e, quando eu finalmente conseguir responder, elas arranharam minha garganta intensamente.— O que você disse?— A senhora Emma está internada no hospital Mayo Clinic e pediu para que eu avisasse ao marido dela sua localização.— Como? – Eu parecia mesmo um idiota repetindo aquelas palavras, mas para alguém que havia fugido tão repentinamente, era difícil acreditar que a própria Emma me mostrasse sua localização.Exceto se algo muito grave tivesse acontecido.— O que aconteceu? Por que a Emma está no hospital?— Eu preciso desligar, senhor.Um silêncio ensurdecedor foi ouvido do outro lado da linha e eu fiquei olhando para a tela do celular sem acreditar que aquilo de fato estava acontecendo. A ligação havia sido encerrada, deixando minha mente bagunçada e confusa. E se fosse mais uma armadilha de Edward? Podia ser ele me atraindo para provocar outro acidente e me tirar para sempre do caminho. Não havi