Emma Depois que Edward partiu, foi como se eu tivesse sido jogada em uma vida que não era minha. Uma mulher como eu que cresceu nas dificuldades e que teve que aprender a trabalhar desde cedo para auxiliar a mãe a sustentar a casa, não sabia liderar uma frota de empregados. Edward havia deixado mais de vinte pessoas ao meu redor para que eu administrasse e desse ordens e eu não sabia como fazer aquilo. Era estranho ser servida e não me levantar nem mesmo para lavar um copo. Quando me casei com Gregory vi ser necessário voltar aos meus velhos hábitos para não enlouquecer com aquele casamento. Eu me trancava na cozinha da mansão e lavava panelas e cozinhava. Era o meu passatempo favorito na prisão que eu vivia. Eu não podia sair sozinha, fazer minhas próprias comprar, escolher meus próprios sapatos. Toda a minha vida havia sido governada por Gregory durante dois anos e meio e foi como se eu tivesse desaprendido a cuidar de mim mesma. Acreditei que fugindo estaria livre, mas agora
Eu me lembro de apenas entrar na casa e depois acordar no meu quarto, com Edward ao meu lado. Eu me assustei, me levantando tão rápido que a cabeça girou como um pião e estalou como uma bomba, explodindo.— Não se esforce, Emma – a mão de Edward me alcançou, tocando meus ombros e me forçando a deitar novamente – eu chamei um médico para cuidar de você.Eu, ainda de olhos fechados, me questionei como havia parado ali e como Edwa
Gregory.Eu enlouqueceria brevemente com o desaparecimento de Emma. Todos já sabiam que ela era minha esposa, não se falava em outra coisa nos jornais de fofoca sobre minha esposa desaparecida. Por muito tempo desejei me livrar dela, às vezes parecia um peso esmagando o meu coração, tê-la ao meu lado e saber que eu havia causado tanto sofrimento. Às vezes tentava me convencer de que eu havia salvado ela dos abusos de Masson, mas bastava olhar nos olhos de Emma e ver a dor dela por estar ao meu lado.Ouvi uma batida na porta e dessa vez não mencionei jogar o copo contra a parede como da última vez. Observei Samantha esticar o pescoço assim que a porta foi aberta e olhar para mim, assustada. Eu causava medo até nos meus empregados. Pela expressão no rosto dela, notícias ruins entrariam por aquela porta.
Gregory. Eu estava de ressaca naquela manhã. Fazia alguns dias que eu não ia trabalhar. Ter que chegar na empresa e saber que todas as ordens dadas a mim viriam de Edward, eu tinha vontade de desistir de tudo. Nunca me senti tão fraco, tão incapaz. Eu nunca imaginei que a ausência de Emma causaria tão mal à minha vida e consequentemente nas minhas decisões. Mas, por algum motivo, eu decidir ir trabalhar naquela manhã. Levantei, tomei um demorado banho e me arrumei. A aparência refletida no espelho era a pior possível, mas eu me arrastei até o carro e dirigi até o enorme prédio no centro da cidade. Eu estava sendo vigiado, todas as manhãs eu avistava um carro preto parado a alguns metros da minha casa. Percebi isso quando reparei na placa, era a mesma. O carro estava parado no mesmo lugar naquela manhã. Eram policiais, eu sabia por que assistia documentários na TV sobre casos assim. Edward certamente estava pagando bem aos policiais para me vigiarem e eu sabia que qualquer passo q
Emma. Passei o longo do dia segurando o aparelho celular e vacilando entre ligar para Gregory ou jogar o celular contra a parede e eliminar qualquer chance de cometer um enorme erro. Já era manhã do outro dia e eu ainda não havia decidido o que fazer exatamente. Eu precisava fazer o Gregory desistir de me procurar. Ele precisava parar imediatamente com essa loucura. Eu me lembrava das palavras de Edward: Gregory não ama você, ele só quer a herança do vovô de volta. Era possível ele ter a herança de volta? Eu não fazia a menor ideia, mas o que Edward dizia parecia verdade, afinal, ele era o maior envolvido nessa história. Talvez eu precisasse confiar em Edward e esquecer Gregory para sempre. O celular vibrou em minhas mãos e eu me assustei. Meu coração disparou tão descontroladamente que precisei de meio segundo de olhos fechados. Tentei olhar para a tela do celular e constatar que quem me ligava era Gregory, mas eu precisava ser corajosa e acabar com isso de uma vez por todas. Q
Gregory.Um suor insistente escorreu pela minha testa pela terceira vez, foi só então que percebi que eu permanecia no mesmo lugar, debaixo do sol quente daquela manhã, perdido e pensando sobre tudo o que Emma havia me dito.Um carro buzinou logo atrás de mim. Do outro lado da rua, uma mulher portava um celular direcionado a mim e tirava fotos. Logo aquela foto estaria estampada em algum lugar, mostrando minha degradação. Precisei arrastar meu corpo para não ser atropelado. Ainda atordoado, eu voltei para o prédio, sem rumo, sem esperança e completamente desanimado.O que Emma estava fazendo comigo? Por que eu me sentia assim em relação a ela? Estou chocado com a audácia dela, as suas palavras ainda batem em mim. Estou chocado comigo mesmo por ter me permitido ser atingido tão facilmente. Afinal, eu nunca quis me casar com ela, eu a comprei como um objeto e a usei para alcançar meus objetivos.Eu nunca me importei com Emma, mas o pedido de divórcio tem me entorpecido e tirado o sono d
EmmaEu estava tão tensa que apertei o celular até meus dedos doerem e se tornarem brancos. Meus olhos recaíram novamente sobre a tela, onde estava a mensagem de Gregory.Eu devia esperar Edward chegar e constatar que Gregory estava certo? Ou deveria trocar o número para nunca mais ser perturbada pelo meu atual marido? No fundo, eu não tinha coragem de me desfazer de Gregory. Era como se eu ainda estivesse enraizada nele e não conseguisse mais me soltar.O almoço estava posto sobre a mesa e o aroma da carne fresca recém-assada invadiu minhas narinas, mas não tive ânimo de me levantar. Um dos empregados continuava parada, esperando que eu me sentasse para que ela pudesse me servir. Eu me levantei lentamente e fui em direção a ela.Meu estômago embrulhou ao olhar para a comida. Mulheres grávidas também sentiam enjoos, mas eu precisava me alimentar pela sa&
Edward olhou para mim e ficou assim por alguns segundos, olhos vidrados, boca aberta como se pretendesse falar alguma coisa, mas não podia. Ainda estávamos na varanda da casa. Os seguranças dele estavam espalhados por todo o terreno. Edward passou o olhar pelo lugar e eu consegui ver um sorriso repuxando os seus lábios.O que parecia tão engraçado na minha pergunta?Mas, instintivamente, senti que tinha algo de errado. Meu peito apertou assim que o olhar de Edward voltou a se encontrar com o meu. Prendi o ar nos pulmões quando ele deu alguns passos e se aproximou de mim.— É verdade que o Gregory perdeu tudo, não há nenhuma chance de ele reverter o resultado do testamento, exceto caso o vovô volte do túmulo e mude a história.Meu coração se afundou no peito. Fiquei com o olhar perdido, como se tivesse acabado de entender as coisas naquele momento.